Você consegue imaginar os dias de hoje sem seu celular? Sem acesso à internet? E sem as redes sociais?
Atualmente, a tecnologia está presente de forma permanente na vida dos brasileiros. De acordo com o IBGE, 79,9% da população tem acesso à internet (dados de 2018). A principal forma de acesso é pelo celular, por ser um aparelho de menor custo e possibilitar um uso mais econômico devido às redes móveis.
Leia também: “O varejo não vai acabar do dia pra noite”: transformação digital e importância da experiência.
Presença das marcas nas redes sociais
Por essa razão, estar presente nos ambientes digitais é imprescindível para qualquer marca, principalmente nas rede sociais. O relatório Global Digital Statshot 2019, realizado pelas empresas americanas Hootsuite e We Are Social mostra que 3,5 bilhões de pessoas possuem cadastro em alguma rede social. Ou seja, quase metade da população mundial (7,7 bilhões).
Entre as preferidas, ainda está o Facebook, que carrega consigo algumas ambiguidades: foi uma das redes que menos cresceu no período de análise, mas é a que sustenta o maior nível de engajamento.
De acordo com Daniel Paz, responsável pelo marketing para pequenas empresas do Facebook Brasil, as redes sociais são responsáveis por um novo empoderamento
Além disso, o Brasil é o segundo país em um ranking mundial em que os usuários passam mais tempo nas redes sociais. A GlobalWebIndex analisou os hábitos de navegação de de 45 países e percebeu que o tempo médio de permanência nas redes sociais cresceu 60% nos últimos 7 anos. O brasileiro gasta, em média, 225 minutos diários (quase 4 horas, aproximadamente).
Como ter uma rede social de sucesso?
Mas como usar então as redes sociais a favor do seu negócio? Para Paz, existem 4 pilares essenciais para estruturar a atuação de um empreendimento digital e o diferenciam de ótimas ideias que não obtiveram sucesso online: criatividade, comunidade, conexões e vendas. Para o executivo, “o momento para ter boas ideias nunca foi tão bom quanto agora”. Ele explica ainda que as redes geram um grande impacto social, capazes de empoderar e impulsionar negócios quando bem utilizadas.
Atualmente, existem 140 milhões de pequenas empresas usando o Facebook gratuitamente. Paz explica que para conseguir fazer publicações que de fato se comuniquem com as pessoas é preciso entender alguns padrões de consumo. A plataforma passou por algumas adaptações de indexação de acordo com o tipo de coisa que as pessoas gostam de ver. Dessa forma, de maneira muito rápida, conteúdos em texto foram substituídos pela relevância das imagens e estas, por sua vez, foram sucessivamente deixadas para trás pelos vídeos e pelos stories.
Dados do próprio Facebook mostram que 20% do tempo gasto pelos usuários nas redes sociais é para explorar conteúdos novos. Paz recomenda que este tipo de postagem seja interativa, pois desperta a expressão criativa do perfil e ativa a conexão com o desejo de quem navega. E isso não quer dizer que todo o conteúdo consumido precisa ser necessariamente para engajamento. Os dados do Facebook mostram também que 80% dos usuários do Instagram seguem algum perfil relacionado a negócios, de maneira que é possível estar na rede de maneira criativa e relevante para participar ativamente da navegação dos seus possíveis consumidores.
Como o consumidor vê a marca
Outro fator relevante, e que faz parte dos 4 pilares levantados por Paz para o sucesso da empresa nas redes sociais, é a noção de comunidade. As pessoas querem se identificar com os produtores de conteúdo, sejam eles marcas ou influenciadores. Prova disso, são os 85% dos brasileiros que esperam que as marcas contribuam, de alguma maneira, para a sua comunidade. A provocação do executivo é: “como gerar valor econômico e social para a comunidade em que você vende?”.
É preciso entender também que os algoritmos das redes sociais aproximam os usuários dos assuntos de seu interesse. Sendo assim, é preciso apostar em interação com o grupo social no qual a marca está inserida. Paz pergunta: “como você ajuda o seu consumidor a encontrar as coisas que ele quer?”. De acordo com o executivo, 53% das pessoas que enviam mensagens para um perfil ou página comercial estão mais propensas a comprar com a empresa.
A partir do uso das ferramentas do Facebook, 66% dos empreendedores digitais afirma já ter contratado mais funcionários depois de usar as plataformas. Além disso 80% dos micro e pequenos empreendedores acredita que a internet é uma maneira de aproximar a marco dos consumidores.
Resultados reais
Durante a Conferência E-Commerce Brasil Santa Catarina 2020, Daniel Paz dividiu o palco com a Fabiana Klix, CEO da Klix Jóias, uma dos negócios mais antigos e tradicionais de Joinville. A empresária conta que a empresa, que completou um centenário em 2016, tinha grande prestígio na cidade, mas passou a sofrer grandes prejuízos financeiros com a chegada dos shoppings centers e a diversificação do comércio da cidade.
Klinx conta que se viu diante da falência e cogitou ter que fechar a loja. Sua salvação, no entanto, foi pesquisar maneiras de divulgar a marca e diversificar os produtos da loja da família. A partir das redes sociais, que Fabiana usa de maneira intuitiva, aprendendo na prática, foi possível alcançar diversos públicos que não sabiam da existência da loja e divulgar de maneira mais efetiva o trabalho feito por ela. A então tradicional relojoaria passou a vender semi jóias e contar com ferramentas digitais para interação e prospecção de novos consumidores.
A CEO explica que conseguiu aumentar em 70% o faturamento da loja desde que adotaram a nova estratégia, em 2016. Ela conta que cada rede atende a um perfil diferente de consumidor. Enquanto no Instagram está a maior prospecção, os clientes mais fiéis a acompanham mais pelo Facebook.
Fabiana explica ainda que não gasta “horrores” impulsionando as publicações, pois confia na segmentação do público que ela fez no Facebook. Além disso, ela mesmo se responsabiliza pelas respostas nas redes sociais e WhatApp, atenta aos comentários e sugestões dos consumidores: “o cliente vai te dizer muito sobre o que você pode fazer”, como novas ideias e postagens.
Por Júlia Rondinelli, da redação E-Commerce Brasil.