Juliana Lorenzetti, Diretora de Growth da Confi, participou da Conferência E-Commerce Brasil Rio Grande do Sul 2024 para falar sobre a recuperação do e-commerce do estado e as expectativas de vendas para o Natal. Por intermédio do monitoramento do checkout de pedidos online, a Neotrust consegue compreender comportamentos do mercado e mapear resultados dia a dia por categoria.
Evolução do e-commerce brasileiro
De 2022 para 2024, o faturamento saltou de R$ 281 bilhões para R$ 328 bilhões. A representatividade do Rio Grande do Sul, por sua vez, também aumentou na fatia total das compras, com 5,9% do total comprado em 2024. Além do crescimento do canal em relação ao total do varejo, há também um aumento de representatividade de categorias específicas que se destacam no estado, como moda e acessórios.
Ao analisar lojas especializadas em comparação aos marketplaces, é possível ver aumento da segunda opção, muito em virtude da maior disponibilidade de itens.
“O cenário é otimista, ainda mais quando vemos o potencial que o povo gaúcho tem ao se apoiar e consumir de marcas locais, que geram identificação e engajamento com o consumidor, principalmente quando falamos de marcas e acessórios. As grandes plataformas brigam por preço, mas as marcas locais brigam por identidade”, comenta Juliana.
Mesmo com o desastre ambiental, vemos um crescimento de 16% no quarto trimestre, superior à média brasileira, de 15,2%.
Período de chuvas
Em abril de 2024, o estado sofreu com as fortes chuvas e enchentes que paralisaram boa parte da região Sul do país. Com o passar das semanas, uma recuperação gradual foi vista em alguns segmentos, que puxaram o faturamento do e-commerce local para cima, como visto nos slides apresentados por Juliana.
Por não ser prioridade e em virtude do alto volume de doações, moda e acessórios sofreram um grande impacto negativo nos meses seguintes às enchentes, contra móveis e eletrodomésticos, que subiram consideravelmente frente à necessidade de reconstrução de boa parte dos lares gaúchos.
Black Friday no Rio Grande do Sul
Aumento nacional de 8,4% em relação ao mesmo período de 2023, porém com queda no ticket médio.
Juliana explica que muitas categorias com ticket médio mais baixo ganharam representatividade frente à popularização da data, o que explicaria o aumento do faturamento mesmo com carrinhos mais baratos. O que antes era exclusividade dos produtos caros, inalcançáveis para o consumidor sem uma promoção
“Cada vez mais a Black Friday não se concentra na sexta-feira ou no fim de semana. Com a influência das plataformas asiáticas e datas como o 11/11, as marcas começaram a antecipar as promoções para lidar melhor com a concorrência”, argumenta Juliana.
“Quando olhamos para a Black Friday do Rio Grande do Sul, vemos um crescimento de 11,4% em comparação ao ano passado”.
O que esperar de dezembro?
Para a especialista, “terminamos a Black Friday coladinho em dezembro, o que pode engajar o consumidor a continuar comprando, mas analisar os números e estratégias é muito importante para fazê-los continuar comprando”.
Com relação às categorias mais promissoras, Juliana destaca brinquedos, ar e ventilação e esporte e lazer como as de maior aposta ao acompanhar os dados referenciais deste ano.
Eletrodomésticos também devem estar no radar dos lojistas, assim como beleza e perfumaria e saúde, com atenção às subcategorias.