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Shein fatura R$ 8 bilhões em 2022 e se estabelece no cenário brasileiro

Por: Lucas Kina

Jornalista e repórter do E-Commerce Brasil

Com faturamento de R$ 8 bilhões, base sólida de consumidores brasileiros e uma série de ações em prol deste mercado, a Shein mostra que não veio para brincar. De acordo com análise de relatório do BTG Pactual, a varejista, que chegou no país durante a pandemia da covid-19, ultrapassou o tamanho do Grupo Soma. As informações são da Exame.

Segundo os dados, marcas como Arezzo e Schultz ainda ficam a frente da Shein em termos de tráfego direto, ou seja, clientes que buscam pela loja sem pensar em outra. Mesmo assim, o tempo gasto no aplicativo ainda é maior na Shein, o que dá vantagem à chinesa na geração de experiência ao usuário.

A análise dos especialistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis, todos da instituição responsável pelo levantamento, leva em consideração que o atual cenário econômico é grande responsável pela ascensão da Shein no Brasil.

O baixo custo dos produtos, aliado à capacidade de compra reduzida por inflação e outros obstáculos financeiros no país, explicam o gasto na varejista de moda chinesa.

Shein
(Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration)

Cenário

O relatório mostra que a maior receita anual, nas estimativas de 2022, fica para a Renner, com R$ 11,6 bilhões, resultado 22% maior do que o registrado em 2021. Entretanto, nenhuma das empresas analisadas estão equiparadas a Shein quando o assunto é crescimento.

Para direcionar a atenção a quem compete por um nicho similar, a primeira linha do balanço da varejista chinesa equivale à soma de C&A e Marisa.

A análise do BTG também mostra que marcas de moda que se destacaram na escolha, como Arezzo, Grupo Soma e Track&Field, atraíram um consumidor mais abastado. Até por isso, o crescimento do varejo de moda brasileiro foi sustentada por este perfil. O comportamento deve permanecer em 2023.

“A indústria global da moda se recuperou de forma acentuada nos últimos dois anos. Mas, em um mercado frágil como o de hoje, as expectativas de uma recuperação contínua podem desaparecer rapidamente. Como a economia continua a mostrar sinais contraditórios (menor desemprego, mas ainda alto endividamento das famílias e erosão do poder de compra), a desaceleração deve permanecer heterogênea, como foi o caso há cerca de dois anos, quando o segmento começou a se recuperar”, afirmam os analistas.