A cultura “dupe” – abreviação de “duplicate” – é uma tendência que, segundo a XP Investimentos, vale a pena ficar de olho para os próximos meses. As roupas são inspiradas no estilo de design de marcas premium, mas com uma faixa de preço mais baixa e comercializadas em plataformas de e-commerce internacionais. Porém a tendência pode se tornar um obstáculo na demanda de vestuário para empresas de baixa e média renda.
Os analistas destacam que “ao contrário dos produtos falsificados, os ‘dupes’ não exibem marcas, com o estilo sendo mais importante do que os logotipos”. Essa novidade tem se popularizado entre os consumidores da Geração Z, principalmente através do TikTok – o termo “dupe” já apresenta mais de 500 mil vídeos e 6 bilhões de visualizações na plataforma.
Segundo pesquisa da Morning Consult e da CNBC, a economia financeira foi o principal motivo (70% dos consumidores) do crescente interesse nos “dupes”. No Brasil, os vendedores comercializam dupes inspirados em marcas como Farm e Zara e oferecem as peças por metade do preço no AliExpress e na Shein.
Além disso, a XP afirma que a recente aprovação do imposto de importação de compras internacionais pode mitigar esse risco; pois as lojas de departamento brasileiras estão buscando formas de melhorar sua proposta de valor, experiência do usuário (UX) e mix de produtos (como programas de fidelidade e crédito).
Mesmo podendo afastar alguns consumidores das varejistas tradicionais devido ao posicionamento de preço mais competitivo e ao design semelhante, os analistas veem esse risco como limitado, pois deve afetar principalmente o público aspiracional e de entrada, e não os clientes mais fiéis.