O Relatório Setores do E-commerce, elaborado mensalmente pela Conversion, apontou queda de 12,3% no tráfego do e-commerce nacional em fevereiro. Com 2,34 bilhões de visitas únicas, este foi o primeiro mês com retração desde o fim de 2023 e janeiro deste ano.
De acordo com o estudo, apesar da negativa, na comparação ano a ano, o índice foi somente 1,2% menor. Na prática, isso pode indicar um período histórico de baixa no tráfego nacional em e-commerce. Além disso, dados da Conversion mantém a expectativa positiva para os próximos meses, principalmente em março (Mês do Consumidor) e maio (Dia das Mães).
Marketplaces não vão bem
O principal motivo para o resultado negativo, como mostra a pesquisa mensal, está nos resultados ruins dos marketplaces. O tráfego caiu 11,7%, com 1,04 bilhão de visitas únicas, trazendo o pior desempenho da área desde setembro do ano passado (1,03 bi). Apesar de não ter sido a maior queda em si, os marketplaces respondem por metade de todos os acessos do e-commerce brasileiro.
Em termos de marcas, o Mercado Livre registrou queda de 9% nas visitas em relação a janeiro. A Amazon Brasil retraiu 12%; Shopee caiu 7% e a Magalu mostro 20,1% de diminuição no mesmo retrospecto. Os números de visitas únicas para estes e outros representantes estão na lista acima.
O levantamento mostra ainda queda brusca nos resultados do turismo, impactando diretamente nos números atuais. Isso porque, desde novembro do ano passado, o setor contabilizou altas e, no primeiro mês de 2024, obteve 240 milhões de acessos. No período seguinte, a atividade teve diminuição de 26%.
Outros segmentos como produtos infantis (18,7%) e eletroeletrônicos (17%) também observaram retração em fevereiro.
Perspectiva
Para Dievo Ivo, CEO da Conversion, parte da explicação para o desempenho em fevereiro está na demanda de janeiro. O executivo explica que a volta às aulas e as férias escolares foram os principais pontos para a movimentação positiva do mês, além de fevereiro ser um mês mais curto. O índice menor de visitas no e-commerce, portanto, já era esperado.
“Apesar da retração, este é um momento de recuperação para o varejo como um todo, dadas as condições macroeconômicas. Com eventos importantes se aproximando, tal qual o Dia das Mães, tudo indica que os números subirão. Os relatórios futuros têm o potencial de mostrar insights valiosos, orientando estratégias e ajudando o varejo a se preparar para tirar o máximo proveito das oportunidades que se apresentam”, afirma.
Farma em alta
O setor de Farmácia e Saúde foi o único entre os abordados no estudo a ter crescimento nas visitas únicas no e-commerce. Ao todo, foram 129,9 milhões de acessos únicos, superando janeiro em quase três bilhões de visitas e com alta de 1,7%.
Entre as redes que melhor despontaram no tráfego, estão Droga Raia (22 milhões), Drogasil (16,6 milhões) e Drogaria São Paulo (10,2 milhões). Além delas, a plataforma de medicamentos Consulta Remédios (15 milhões) e o e-commerce de suplementos alimentares Growth (13,2 milhões) também apareceram.