Os impactos causados pela crise do novo coronavírus no Brasil já refletem no comércio eletrônico. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), desde a última quinta-feira (12), alguns supermercados online chegaram a registrar um aumento de mais de 180% em transações nas categorias Alimentos e Bebidas e Beleza e Saúde.
De acordo com o presidente da entidade, Mauricio Salvador, o e-commerce brasileiro está preparado para atender um eventual crescimento de demanda e pode ser fundamental para ajudar as pessoas durante o período de quarentena (reclusos em casa).
“O setor está preparado para aumentos sazonais, como acontece no caso da Black Friday, onde algumas lojas virtuais recebem em apenas um dia, o equivalente aos pedidos do mês inteiro”, diz Salvador.
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O presidente da AbComm, porém, mostra preocupação com a possível decisão do governo em determinar o fechamento de centros de distribuição e proíbam a circulação de entregadores nas cidades. Em princípio, a determinação governamental é de que setores de alimentação e saúde permaneçam abertos e em pleno funcionamento. Salvador alerta para que as negociações com fornecedores, para reduzir quebras de estoques, aconteçam desde já.
“Caso o fechamento de centros de distribuição aconteça, as lojas virtuais e os supermercados online terão que operar em regime de emergência, fazendo entregas somente de bens de consumo de primeira necessidade, paralisando diversas categorias”, aponta.
Antes da crise do novo coronavírus, a entidade previa que o comércio eletrônico brasileiro deveria fechar 2020 gerando um volume financeiro de R$ 106 bilhões, o que representa um aumento de 18% sobre o ano anterior. Com a nova realidade, as previsões devem ser refeitas e um novo relatório deve ser divulgado.