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Uber lança serviço para motoristas entregarem itens

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A empresa de transporte por aplicativo Uber, então focada em transporte de passageiros, lançou uma nova modalidade para transporte de itens pessoais, o Uber Flash.

O cliente chama um Uber mas, em vez de ele próprio embarcar, quem “embarca” é o item que precisa ser entregue. A corrida terá o endereço do destino dos pacotes, e a Uber recomenda que quem pediu a viagem compartilhe a rota e a localização em tempo real do carro com quem irá recebê-la, para não haver atrasos. No destino, uma pessoa recebe o pacote do motorista, que encerra a corrida.

O Uber Flash começou a funcionar na segunda-feira (11), em cinco regiões: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador. O preço é o mesmo do UberX, modalidade mais barata do transporte de passageiros (com exceção do Juntos, em que usuários dividem a corrida).

Nada ilegal

Em nota, a Uber afirma que não será permitido o envio de produtos de valor ou de transporte proibidos por lei.

“O lançamento faz parte de nossos esforços para acelerar o desenvolvimento de soluções que respondam aos impactos trazidos pela pandemia. Com o Uber Flash, queremos contribuir para que as pessoas continuem conectadas, mesmo à distância”, disse a diretora-geral da Uber no Brasil, Claudia Woods.

Segundo comunicado da companhia, um dos objetivos é “possibilitar uma opção complementar de ganhos para os motoristas parceiros.”

Uber para empresas

A empresa já havia lançado em abril o serviço Uber Direct, disponível somente na plataforma Uber para Empresas. O objetivo era permitir que companhias enviassem produtos a clientes.

“Produtos como o Uber Flash e o Uber Direct continuarão em processo de desenvolvimento, com atualizações à medida que nossas equipes descobrirem novos recursos para atender de maneira mais eficiente e sustentável às necessidades de empresas, motoristas, entregadores e consumidores”, escreveu a Uber em comunicado.

Concorrência no setor

A concorrente espanhola Cabify já havia lançado no começo de abril uma modalidade parecida, que começou funcionando nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Campinas e Santos.

Além de receber pedidos dos clientes comuns, as entregas da Cabify são feitas em parceria com a startup curitibana Ebanx — empreendedores que usam a plataforma de e-commerce que a empresa lançou fazem parte das entregas via motoristas da Cabify.

“A Cabify já estava estudando o mercado para lançar essa categoria nos próximos meses, porém, dada a situação, corremos contra o tempo para oferecer essa opção para todos que precisam, sejam eles usuários ou motoristas”, disse na ocasião Luis Saicali, diretor-geral da Cabify no Brasil.

Seguindo o delivery

As empresas de transporte por aplicativo vêm se voltando ao delivery em meio à queda na demanda de passageiros com o isolamento social.

Para a Uber, parte dos impactos na operação veio já no primeiro trimestre, quando a empresa reportou prejuízo de 2,9 bilhões de dólares no mundo. O faturamento subiu 14% entre janeiro e março, impulsionado pelo Uber Eats.

O faturamento do braço de entrega de comida subiu mais de 11% na base trimestral e o número de pessoas e restaurantes cadastrados na plataforma também aumentou. Já a área de transporte por aplicativo, teve queda de 18% na receita.

Das três maiores empresas de transporte por aplicativo no Brasil, a Cabify é a única que ainda não tem serviço de entrega de refeições. A 99, controlada pela chinesa Didi, lançou neste ano o 99Food e está expandindo a operação do serviço para novas cidades em meio à pandemia.

O modelo de transporte por aplicativo no Brasil também começa a ser ainda mais afetado nesta semana na cidade de São Paulo, maior mercado do país para as empresas do setor. Começa na segunda-feira (11), um sistema mais amplo de rodízio em São Paulo (que só permitirá que carros com placa de final par rodem em dias pares e ímpares em dias ímpares).

Táxis e motociclistas ficam isentos das regras, mas a prefeitura não abriu exceções ao rodízio para empresas de transporte por app, mesmo os que estão atuando com entrega de itens e não só com passageiros.

As informações são da Exame