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Varejo alimentar cresce 8% no primeiro tri de 2024, com destaque para abastecimento

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

As vendas no varejo alimentar físico apresentaram um crescimento de 8% no terceiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com o Monitor do Varejo Alimentar da TOTVS, que utiliza dados da plataforma TOTVS Index – Tail.

Gondola de supermercado com produtos diversos na plateleira

O levantamento analisou 209,3 milhões de cestas de compras em 1.581 lojas de clientes da TOTVS pelo Brasil, totalizando um faturamento de R$ 23,5 bilhões.

Embora o trimestre tenha sido positivo, o mês de setembro registrou uma desaceleração, com crescimento de apenas 2% em relação ao ano anterior, enquanto julho e agosto apresentaram aumentos de 9% e 11%, respectivamente. O levantamento também destacou o aumento de 3% no volume total de compras e o crescimento de 5% no gasto médio por compra, alcançando R$ 112,42.

Missão de compra e gasto médio

O estudo revelou que os brasileiros têm gastado mais, independentemente do volume das compras. O maior crescimento no gasto médio ocorreu nas cestas de abastecimento (acima de 25 itens), que subiram 7,71%, passando de R$ 496,34 para R$ 534,59. Em seguida, as cestas de reposição (12 a 25 itens) aumentaram 5,5%, de R$ 175,10 para R$ 184,73.

Cestas de conveniência (5 a 11 itens) registraram um crescimento de 4,64% no gasto médio, de R$ 78,49 para R$ 82,13. Já as cestas de emergência (até 4 itens) passaram de R$ 31,56 para R$ 32,18, um aumento de 1,96%.

No que se refere à missão de compra, as cestas de emergência representaram a maior parcela das idas ao supermercado (46,40%), seguidas por conveniência (29,79%), reposição (15,14%) e abastecimento (8,67%).

Para Elói Assis, diretor-executivo de Varejo da TOTVS, a tendência por compras menores é um movimento que favorece o crescimento dos varejos de proximidade, que se destacam no setor alimentar. “Dados como esses ajudam varejistas e empresas de bens de consumo a acompanhar o mercado e guiar suas estratégias”, comenta Assis.

Composição da cesta

Entre as categorias mais compradas, destacaram-se frutas frescas (28,9%), produtos de padaria (26,9%), guloseimas (23,2%), bebidas gaseificadas (22,2%) e legumes e vegetais (21,5%). Em comparação com 2023, a categoria de doces e confeitaria apresentou a maior queda (25,1%), enquanto padaria teve o maior aumento de participação (8,1%).

Perfil do comprador

O levantamento apontou que as mulheres seguem liderando as decisões de compra, representando 54,35% dos consumidores. Em termos geracionais, a geração X (entre 26 a 40 anos) predominou com 34%, seguida de perto pela geração Y (18 a 25 anos) com 32,2%. Já os Baby Boomers (56 a 70 anos) estão em terceiro lugar com 20,3%, enquanto a geração Z (18 a 25 anos) começa suas compras físicas no supermercado com 8,3% e geração silenciosa (acima de 71 anos) começa a diminuir a frequência, com 5,1%. Notou-se aumento expressivo na participação de geração Z (15,28%) e geração Y (3,19%).D

Essa participação mostra que a presença crescente de gerações mais jovens reflete mudanças no perfil dos consumidores, o que demanda atenção por parte dos varejistas na adaptação de suas estratégias.

Na análise por classe social, a classe C manteve a liderança nas compras (50,78%), seguida pelas classes D (24,46%), B (24,27%) e A (0,48%). Houve uma queda na participação das classes A, B e C, e um aumento de 6,28% nas compras da classe D em relação ao ano anterior.