Por Vanessa Santos
Washington Olivetto foi um dos convidados de honra do Fórum de E-commerce Brasil 2015, realizado nos dias 28 e 29 de julho no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Considerado um dos maiores publicitários de todos os tempos e eleito duas vezes o melhor do século pela Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade, ele foi o primeiro brasileiro a vencer um Leão de Ouro no Festival de Cannes e responsável por algumas das campanhas mais importantes da propaganda nacional. Em sua palestra, Olivetto falou um pouco de sua biografia.
“A simplicidade na comunicação é fundamental. As pessoas já enfrentam muitas complicações na vida. Por isso costumo dizer que a boa comunicação é aquela que está na cara. Aquela que você olha e diz: como eu não pensei nisso antes?”, comentou Olivetto, que começou na profissão aos 18 anos de idade pois, segundo ele, a publicidade lhe permitia fazer duas coisas que amava: escrever e vender. “Acho que minha vocação para vendas veio de meu pai”, avaliou.
O publicitário mostrou alguns de seus trabalhos mais reconhecidos, como as campanhas para a Valisére (Primeiro Sutiã) e Revista Época (A Semana). No entanto, comenta que não é muito afeito a homenagens. “Sempre que sou homenageado em algum lugar pelo meu trabalho, sinto que estão querendo me aposentar”, disse com bom humor.
Em um segundo momento, o jornalista Ricardo Boechat fez perguntas sobre a trajetória de Washington Olivetto. Quando perguntado sobre o que considerava um dos segredos de seu sucesso, o empresário foi categórico: “Em qualquer lugar do mundo publicitários só andam com outros publicitários. E aí eles acabam fazendo sempre mais do mesmo. Eu costumo me misturar com todos os tipos de pessoas, e acho que isso me permite ter outra percepção de mundo”, comentou.
Em outro momento da entrevista, Olivetto revelou uma de suas marcas: não fazer campanhas políticas ou ligadas ao governo. “Trabalho só com empresas privadas. Gosto de vender produtos que as pessoas possam devolver”, disse aos risos. Quando perguntado por Boechat sobre os benefícios dessa decisão, o publicitário fez sua avaliação: “Começou de forma casual, pois sempre acreditei que para fazer um bom trabalho eu precisava de decisões pessoais, e não políticas. Quando ainda era empregado tive a sorte de ter chefes que respeitavam essa postura. Mas ao longo dos anos foi virando mérito, e passei a ser reconhecido positivamente pelos meus clientes por causa disso. Agora não posso e nem quero mudar, pois preciso ser coerente”, encerrou.