A resiliência dos varejistas e de suas cadeias logísticas está sendo testada mais do que nunca por conta da epidemia da Covid-19. Mesmo com o comércio e a economia reabrindo em boa parte do Brasil, o setor segue encontrando desafios inéditos: suas lojas devem seguir rígidas regras para poderem funcionar, e seus clientes, que estavam migrando para canais digitais aos poucos, aceleraram a transição para o e-commerce durante a quarentena.
Os novos costumes já se refletem no mercado. Apenas em maio, as vendas online aumentaram 137% no Brasil, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do índice MCC-ENET. Na outra ponta, uma pesquisa da Kantar Ibope de março apontou que 74% dos brasileiros passaram a sair de casa apenas para o necessário, como ir ao banco ou ao mercado. Assim, empresas de todo o mundo estão tentando descobrir como agregar valor às suas operações online para manter o apetite dos consumidores pelo comércio eletrônico.
Nessa jornada rumo à nova era do varejo, prestar atenção em alguns fatores pode ajudar os negócios a evoluir:
- gestão eficiente de inventário;
- descentralização e automação de centros de distribuição;
- retirada ou entrega de produtos comprados online como, quando e onde o cliente quiser.
A principal exigência dos consumidores é a conveniência — encontrar, comprar e receber o item desejado de maneira ágil e pelo melhor preço. Os varejistas devem priorizar opções de entrega e retirada flexíveis, permitindo que o cliente receba seu pedido rapidamente em sua casa ou o retire de maneira segura em uma loja ou em outro ponto de coleta, como um drive-thru. No Brasil, muitos shoppings implementaram o sistema de retirada de compras sem sair do carro para tentar manter as vendas em tempos de isolamento social. Com as lojas na busca constante por soluções que promovam não apenas a conveniência, mas também o distanciamento social, podemos esperar que essa tendência focada em conveniência e segurança se mantenha e evolua.
À medida em que as expectativas dos compradores por experiências positivas de compras online ficam mais elevadas, administrar uma cadeia de suprimentos mais rápida, precisa e eficiente pode significar a diferença entre um cliente satisfeito e fiel ou a perda de uma venda. Como resultado, muitos varejistas digitais passaram a adotar Centros de Distribuição menores, mais espalhados e localizados próximos aos consumidores. A mudança possibilita que pedidos feitos on-line cheguem ao cliente mais rapidamente.
Diversas empresas, como a gigante Magazine Luiza, estão usando suas próprias lojas físicas como pequenos centros de distribuição. Esse foi um dos fatores que levaram a loja a vender 45% a mais em maio do que no mesmo período do ano anterior, mesmo com as portas fechadas na maior parte do Brasil.
Porém, com o aumento das vendas de comércio eletrônico e um número reduzido de trabalhadores nas instalações, as empresas são desafiadas a fazer mais com menos. Para isso, a chave é implementar novos fluxos de trabalho baseados em tecnologia de ponta. Ao conectar ativos, pessoas e processos por meio de soluções móveis de computação, digitalização e impressão, varejistas alcançam uma cadeia de suprimentos integrada e eficiente, o que, em última instância, se traduz em entregas rápidas e clientes satisfeitos.
Esse tipo de fluxo se apoia em equipamentos como smartphones, tablets, scanners e impressoras criados especialmente para o varejo, que capturam dados em tempo real, rastreiam estoques e garantem uma integração completa com as operações de outras unidades, aumentando a produtividade de toda a operação. As versões “wearables” desses devices garantem mais agilidade: ao serem acoplados em uma braçadeira ou em um cinto, por exemplo, deixam as mãos livres do colaborador, que consegue executar sua tarefa com mais conforto e eficiência. Com a reabertura das lojas, eles também podem ser usados nos pontos de venda, dando melhores condições para a manutenção do distanciamento social e mantendo clientes e vendedores seguros.
O uso de soluções de RFID, inteligência artificial (IA) e realidade aumentada (AR) também contribuem para o aumento do desempenho dos trabalhadores de armazéns e lojas. Vale adicionar que tecnologias mais avançadas, como smart glasses e soluções de robótica, devem se tornar mais populares nos próximos anos e reforçar ainda mais os ganhos em eficiência no setor.
Uma operação conectada garante aos compradores visibilidade completa de cada etapa do pedido, permitindo que eles acompanhem a jornada do pacote desde o centro de distribuição até suas casas. Saber onde sua compra está e quando ela chega os deixa menos ansiosos e o resultado são clientes satisfeitos e leais.
Situações inesperadas, como uma pandemia global, exigem que as empresas se adaptem às novas necessidades de seus clientes e funcionários. Por sorte, para operar de acordo com o que a nova era do varejo exige, elas podem se apoiar em soluções tecnológicas inovadoras. Elas não apenas melhoraram a produtividade da força de trabalho e aumentam a eficiência operacional, mas, mais importante ainda, contribuem para processos que garantem a segurança e a saúde de todos.