Alguns empresários que ainda dizem: “a transformação digital não e pra mim”. Pois eu digo: sim, a transformação digital é para você! E se ainda não começou, neste tempo de reclusão para combate da Covid -19, está atrasado. Afinal, o seu concorrente já se transformou. Quero compartilhar não só dicas, mas uma visão otimista de como tratar os negócios daqui pra frente. Não é preciso mais ficar esperando o cliente chegar na loja. É possível ir atrás dele construindo novos negócios, tendo parceiros experts em inteligência digital. Isso vai reposicionar o varejo de tal forma que quem está atuando no mercado cada vez vai ter menos concorrentes.
Conexão físico x digital
Neste novo varejo, o físico e o digital estão conectados e isso acelerou nesses quase 6 meses de reclusão. Quem era físico acelerou o e-commerce. Quem era e-commerce pensou em como fazer com aqueles produtos que não vendem no digital, mas que podem ter experiências nas lojas físicas e serem mais bem sucedidos. O físico e o digital são complementares: a loja física transforma experiência de produtos que, às vezes, não se consegue vender no e-commerce. E o e-commerce, por sua vez, é uma prateleira infinita de produtos, que muitas vezes não se consegue colocar em uma loja física.
Há fatos icônicos de produto no e-commerce que, apesar de ter boa foto, nunca vendeu, mas quando vai para a loja e é colocado na mesa de entrada — com iluminação correta, aroma contagiante e música vibrante — se transforma no item mais vendido. E a recíproca é verdadeira. De produtos que não vendem na loja física, talvez porque não estavam expostos de forma correta, e quando vão para o e-commerce, à vista de milhões de pessoas, passam a vender.
Como transformar a experiência de compra
Um aspecto importante é que a loja física e a digital têm que ter a mesma comunicação gráfica. No digital, evidentemente, os pontos de contato são o visual e a audição. As plataformas de construção de lojas online estão se tornando universais. De uma marca para outra a plataforma é idêntica: o lugar onde se coloca o preço, o nome do produto e a descrição. Só muda a logomarca. Então, como o consumidor toma a decisão? O preço não é mais o diferencial e sim o conhecimento, que é transformador. Costumo chamar de Edutainment, quando educar e entreter o cliente transforma o processo de compra de um produto. No momento que uma marca explica a produção e origem do material, dá informações sobre a história da empresa, entre outros, demonstra com essa curadoria ser especialista, enquanto as outras marcas são distribuidoras.
Este posicionamento tira a empresa do lugar comum e desperta uma curiosidade. E se, ainda, o produto for entregue ao cliente bem embalado, com aroma agradável e uma mensagem otimista, o consumidor vai naturalmente querer conhecer a loja.
E trazendo os clientes do e-commerce é possível dobrar o tráfego da loja. Essa conexão físico e digital pode converter em mais 20% de vendas se a equipe for bem treinada. O ticket médio aumenta quando eu conecto essa inteligência. Aos pequenos varejistas que têm loja física, meu conselho: busque ferramentas de associações que ajudem a colocar os produtos em um marketplace, que seja comunitário, destinado a pequenos.
Então, eu retomo ao começo: sim, a transformação digital é para todos que querem continuar na corrida. Afinal, é evidente que terão aqueles que não voltarão para a competição, infelizmente. Mas os que continuarem terão muito o que aprender e ensinar.