Desde a década de 1960, grandes lojas nos Estados Unidos usam a Black Friday para liquidar estoques e dar o pontapé inicial da temporada de compras de final de ano, aproveitando o tradicional feriado que segue a quinta-feira do Dia de Ações de Graça.
No Brasil, a data é um costume relativamente novo e totalmente comercial que nasceu pelas mãos do comércio eletrônico, em 2010, e hoje já se tornou a segunda principal data para o setor, ficando atrás apenas do Natal.
No início da década, quando ocorreu a primeira Black Friday no país, o faturamento foi de meros R$ 3 milhões. Descontos agressivos e diversidade de segmentos e marcas foram inevitáveis para o crescimento vertiginoso da data em faturamento: R$ 100 milhões em 2011; R$ 217 milhões em 2012; R$ 424 milhões em 2013; e R$ 800 milhões em 2014.
A última Black Friday superou todas as expectativas e vendeu mais de R$ 1,5 bilhão no e-commerce, com um ticket médio de R$ 492, segundo dados da ClearSale. Vale lembrar que um ano atrás estávamos no pior momento da crise econômica que nosso país atravessa.
É claro que a Black Friday tem seus percalços, como a questão de ofertas enganosas a ponto de ter sido batizada de “Black Fraude”. Esse movimento espontâneo por parte do público é, ao mesmo tempo, o seu motor de crescimento.
A articulação das pessoas nas redes sociais fez com que redes de varejo, organizadores do evento e órgãos que fazem parte do ecossistema do comércio eletrônico realmente fiscalizassem os descontos maquiados. A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico criou um selo oficial, a Black Friday Legal.
Além disso, surgiram várias ferramentas e aplicativos que atestam se a loja virtual aplica os descontos de acordo com a ética do evento. Para se ter uma ideia, a última Black Friday registrou 4,4 mil reclamações contra mais de 12 mil do ano anterior, segundo o ReclameAqui.
Aqui na AOL, percebemos uma movimentação inédita de marcas em torno da Black Friday desde julho, o que demonstra o quanto essa data cresceu de importância para o varejo online. É aí que surge a grande questão: quando iniciar o planejamento e como se preparar para a edição 2016?
Não existe uma resposta exata, pois depende do tamanho de cada operação de e-commerce e do investimento que ela entender necessário de ser feito para a data. Mas, temos visto que empresas que se antecipam conseguem tirar melhor proveito desse evento.
Este ano, a Black Friday será no dia 25 de novembro. Ainda dá tempo de se mexer. Afinal de contas, em um evento que dura apenas 24 horas e movimenta mais de 1 bilhão de reais, todos os detalhes contam e a comunicação em torno dele deve ser bem direcionada para trazer um retorno assertivo.
Além de um estoque capaz de suprir a demanda e uma tecnologia robusta, o diferencial competitivo está na experiência que você proporciona ao cliente.
O comportamento do consumidor se torna relevante em todos os sentidos e planejar campanhas a partir de dados comportamentais irá fazer muita diferença na conversão das vendas. Ferramentas permitem saber os interesses dos internautas, o device que ele está acessando e inúmeros detalhes para atingi-lo na hora e no ambiente certos e com a melhor mensagem.
Segundo estudo realizado pela eNext, a Black Friday 2015 apresentou um aumento de 78% na conversão para os varejistas em relação ao ano anterior. No que diz respeito ao tráfego nos e-commerces, essa pesquisa revela que o faturamento via mobile cresceu 104% no mesmo período.
Com o início da reversão de perspectivas negativas da economia e uma gradual volta à normalidade, não restam dúvidas de que a Black Friday 2016 será um enorme sucesso e cada vez mais mobile. Não se preocupe apenas com preços e ofertas, mas principalmente com a experiência que você está proporcionando aos seus consumidores. Boas vendas!
*Dados divulgado pela empresa ClearSale em novembro de 2015
**Estudo realizado pela eNext elaborada a partir da Green Black Friday, movimento criado pela empresa para ajudar a aumentar os resultados de seus clientes durante o período, e de dados do eBit e da ClearSale.