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Captação de dados e a morte dos cookies

Por: Lucas Palhares

Formado em Marketing pela Faculdade Metropolitanas Unidas. Com um passado analítico no curso de Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos e passagem como engenheiro na Raízen e Whirlpool, encontrou seu propósito como vendedor, gestor e hoje é sócio, CMO e Diretor de Negócios da Raccoon, melhor agência de marketing digital da América Latina, com mais de 600 colaboradores, e atende clientes como Natura, Estácio, Nubank, Leroy Merlin e Fast Shop.

Na era digital, a captação de dados é um procedimento muito importante para quem gerência um negócio. Não importa se é grande ou pequeno. Por isso, não é de hoje que o mercado afirma que os dados são o novo petróleo.

É por meio da captação de dados que se torna possível conhecer melhor o comportamento do seu público, estabelecer estratégias melhores e otimizar as vendas.

E quando se fala em dados, o assunto também envolve cookies, a LGPD e outros temas fundamentais em tempos de internet e digitalização dos negócios.

Mas afinal, o que são cookies, para que serve essa tal de captação de dados? Para você ficar por dentro desses temas essenciais para a gestão do seu negócio, eu preparei esse artigo. Confira os tópicos:

  • O que são o First, o Second e o Third Data;
  • O que são os cookies e por que são importantes;
  • A morte dos Cookies;
  • A questão da ética;

First, Second e Third Data

Em meio a essa selva de informações que é a Era Digital, os dados são uma ferramenta essencial para os negócios. É nesse contexto que se torna importante entender, primeiramente, o que são os dados.

Dados, de uma forma geral, são os elementos que constituem a informação. Quando eles estão isolados não dizem muita coisa, mas quando são captados, organizados e avaliados, eles trazem informações que podem ajudar o seu negócio.

Saber, por exemplo, que o público da sua loja de calçados femininos é predominantemente formado por mulheres é apenas um dado. Porém, saber que mulheres entre 20 e 30 anos acessam o site da loja às 19h e às 23h é uma informação muito valiosa que pode auxiliar na criação de estratégias de Marketing Digital.

Nessa busca pelos dados, é pertinente ficar a par de algumas características sobre eles. Sendo assim, eu explico abaixo os três tipos básicos.

Na Era Digital quase tudo pode ser um dado. Desde idade, gênero e até principais gostos e interesses do usuário.

Na Era Digital quase tudo pode ser um dado. Desde idade, gênero e até principais gostos e interesses do usuário.

First Data  

O First Data é um dado que é seu, que é proprietário. Vamos dizer o seguinte: eu tenho uma empresa e eu faço uma estratégia de Inbound para atrair os meus consumidores para uma landing page e nessa landing page eu capturo as informações do meu cliente. Então, essas informações são minhas e são dados primários.

De uma forma geral, esses dados são coletados diretamente por você ou pela sua empresa.

Second Data

O Second Data são dados de outras empresas que você adquiriu e fez input no sistema. A utilização desse tipo de dado, geralmente, visa a expansão e assertividade de campanhas de marketing, uma vez que as mesmas se tornam personalizadas.

O acesso ao Second Data pode ser feito através de acordos e parcerias diretas entre as entidades (sua empresa e a empresa que fornecerá os dados).

Um exemplo muito fácil de entender é o Serasa. O Serasa tem um volume absurdo de dados sensíveis de várias pessoas. O que eles fazem? Vendem ou compartilham esses dados para empresas que os utilizam para fazer estratégias de marketing digital.

Third Data

O Third Data é um compilado de dados de diferentes origens que são enriquecidos e usados pela sua empresa. Esse tipo de dado (também conhecido como Dados de Terceiros) se baseia no comportamento do usuário e não, necessariamente, nas informações fornecidas deliberadamente por ele.

As empresas que comercializam ou disponibilizam esse tipo de dado em plataformas de venda e publicidade normalmente atuam com Big Data, que são os chamados grandes volumes de informação. Para fazer a captação de dados, elas utilizam serviços digitais, tais como aplicativos ou serviços online.

Mas afinal, o que são os cookies?

Os cookies também são importantes nessa dança de dados. Hoje em dia é comum você acessar um site e, logo de cara, se deparar com um aviso, indagando se você aceita esses tais cookies.

Pois então, os cookies consistem em um código numérico. Esse código fica localizado no navegador que você utiliza para acessar sites. Geralmente esse navegador está vinculado com a sua conta de e-mail e com o seu login.

Cookies na captação de dados

Mas como um cookie pode ajudar na captação de dados? Simples, o cookie cria um número e vincula esse número a um usuário. Sendo assim, ele é uma linha de código que diz que aquele número é o de uma pessoa que navega em determinadas páginas da internet.

Para você conseguir capturar todos esses dados, independente do tipo (First, Second ou Third), é necessário utilizar cookies.

Por identificarem os usuários, os cookies auxiliam as estratégias de marketing. Graças a eles, é possível apontar quais comportamentos se adaptam aos perfis de público que você pretende impactar.

Imagine, por exemplo, que alguém visita o seu site, coloca um produto no carrinho, mas deixa o site sem fechar negócio. Graças aos cookies é possível atingir essa mesma pessoa com anúncios que apresentam ofertas relacionadas ao item escolhido por ela.

cookies

Os cookies são, atualmente, a maneira mais fácil de mapear o caminho que um usuário faz na internet

A morte dos Cookies

Apesar da importância, os cookies não são o suprassumo da segurança. Alguns sites podem utilizar formas para a captação de dados dos cookies sem ter a sua permissão.

Por essa razão, os cookies, analisados sob essa perspectiva, não são assim tão adaptados para as novas leis. Até porque, no que diz respeito à captação e usos de dados, não tínhamos, até o ano passado, nenhum tipo de fiscalização ou regulamentação.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) (tem artigo meu sobre ela) que atualmente está em vigor apresenta normas rígidas quando o assunto são a privacidade e segurança nos dados dos usuários.

Leia também: Projetos de adequação à LGPD no e-commerce e a questão dos cookies

Sendo assim, a saída que empresas e sites de busca, como o Google, adotou foi a morte dos cookies. É aí que você deve estar se perguntando: como eu vou capturar meu first data? Como criar uma publicidade direcionada sem captar dados do meu cliente?

É exatamente nesse momento de incerteza que estamos vivendo. Onde agências de marketing e sites estão tentando encontrar alternativas e esperar diretrizes que possam substituir o uso dos cookies e que respeite a nova regulamentação vigente.

Os cookies podem morrer, mas os dados permanecem fundamentais

A morte dos cookies nos deixa com uma certeza: será necessário, mais do que nunca, encontrar estratégias mais positivas e menos invasivas para a captação de dados nos dias de hoje. Essa será uma das maneiras para as empresas sobreviverem na era digital.

Por outro lado, esse cenário abre espaço para inúmeras inovações. Eu mal posso esperar para descobrir quais caminhos a captação de dados online vai percorrer.