Todos os dias, tenho conversado com empresários e empreendedores que ainda não estão atuando no e-commerce, sobre quais os desafios e oportunidades que um empreendimento desses pode lhes proporcionar.
A primeira coisa que pergunto quando chega uma questão dessas é “por que você quer entrar no jogo do e-commerce?”.
Sim, parece uma simples questão, mas só parece. Após um segundo de reflexão, sem exceção, começam as dúvidas.
Ter dúvidas é natural, afinal de contas, existem muitas variáveis que precisam ser dimensionadas, emancipadas, mas o empresário/empreendedor, precisa ter algo mais importante que a resposta para esta pergunta, precisa ter gente de qualidade ao seu lado, que vai auxiliá-lo no desenvolvimento do projeto, e precisa também ser perseverante.
Pois existe muito trabalho antes mesmo de começar a vender. É preciso entender sobre o mercado que quer atender, é preciso estudar sobre o comportamento do consumidor, é preciso trabalhar detalhadamente no planejamento estratégico do seu negócio, também é preciso desenvolver um business plan financeiro, com premissas conservadores na formulação da receita, mas também na composição das despesas. É preciso pensar quais parceiros tecnológicos precisam ser contratados, quais fornecedores de serviços precisaram lhe acompanhar ao longo do tempo, e quais os trabalhos que serão desenvolvidos internamente. Mas, sobretudo, é preciso pensar, “como vou fazer a diferença na vida do meu consumidor?”
As previsões do e-commerce brasileiro para 2013 são muito positivas, pois completaremos o ano com mais de 50 milhões de consumidores, com receita aproximada de R$ 28 bilhões, com o ticket médio em elevação em relação ao ano de 2012, com muitos novos produtos e serviços sendo ofertados e comercializados pela web.
Apesar de o mercado estar em crescimento constante, de sermos mais de 60% do e-commerce da América Latina, ainda existem desafios grandes pela frente, sejam de infraestrutura logística, sejam questões relacionadas ao financiamento excessivo das compras ao consumidor (fator quase exclusivo do Brasil), sejam da exigência do consumidor em não pagar o frete. Com todas essas informações, ainda sim, temos muitos cenários para explorar, mas antes que pensem em atuar no e-commerce, pensem em qual a diferença que você acredita ser capaz de fazer na vida do seu consumidor.
O que você faz tão bem, que o diferenciará dos seus concorrentes, ou em caso de um mercado com pouca, ou sem concorrência, o que fará para criar uma relação de real valor?