Já parou para pensar por que no mundo offline tem sempre aquela loja no bairro que você adora visitar? Ou aquele barbeiro que você vai há anos, o café (ou restaurante) que não abre mão de frequentar… Imagine esse lugar e pense no principal motivo que te faz não mudar, não experimentar algo novo ou mesmo não te permitir economizar alguns reais, consumindo em outras bandas.
Você pode ter pensado em algo ligado à experiência: aquele cafezinho que sempre te servem, o lugar tão bem decorado que te faz sentir bem, aquela música ambiente… Mas tem um fator que manda na maioria desses casos. Aquele lugar em que o dono te atende ou o garçom já conhece sua família pelo nome. E a loja na qual a vendedora já consegue adivinhar seus pensamentos. Em todas essas situações, o que faz você consumir é o fator humano.
Desde a época das cavernas descobrimos que, para sobreviver, era preciso estar com outros seres humanos. Precisávamos andar em grupos para caçar, alimentar-se, garantir a segurança contra predadores, procriar para dar continuidade à espécie, etc. Isso está gravado em nosso cérebro mais primitivo. Por isso pessoas se conectam com pessoas. E pessoas confiam em pessoas.
Tudo gira em… Pessoas!
Não à toa, grandes empresas usam ou usaram na sua publicidade garotos-propaganda e celebridades. Também não é por menos que estamos vivendo a humanização da comunicação e do marketing, com gigantes do varejo e portais de e-commerce enormes pedindo para as pessoas apontarem a câmera do celular para a TV e comprarem com seus vendedores por aplicativos.
Não à toa, grandes executivos entenderam o poder de serem a imagem de suas empresas nas redes sociais e marcas renomadas. A Amaro e a Magazine Luiza, por exemplo, estão criando influenciadores digitais virtuais para estamparem posts com seus produtos.
Pessoas confiam em pessoas, não em logos. Quando elas confiam em logos, são empresas com grandes personagens (pessoas!) por trás, como Apple, Amazon etc. E, em tempos de pandemia, em que todos pensam ao menos duas vezes onde investir seus recursos financeiros, essa confiança pode ser o fiel da balança na hora da venda.
A influência por meio de pessoas
Um especialista em e-commerce uma vez me contou que os sites de seus clientes apresentavam, em média, uma conversão de 2% em vendas. Quando ele colocava um influenciador digital para vender os produtos, as vendas subiam para até 80%. Esse é o poder de ter uma pessoa e não um logo na comunicação de vendas. Por isso, as redes sociais têm sido a cada dia mais uma fonte incrível de clientes para o e-commerce.
Seres humanos são únicos. E não é só a impressão digital que nos torna únicos, mas nosso jeito de falar, nossa expressão corporal, nossa trajetória. É isso que vai fazer as pessoas se conectarem com você e terem vontade de comprar o que você apresentar. Ou não, faz parte do jogo.
Falo isso por experiência. Já tive um site que não vendia nada — até resolver humanizar a comunicação de vendas com imagens minhas e de influenciadoras digitais utilizando os produtos. Mais que isso, vejo todos os dias isso acontecer com alunos. Como a Luciane Cachinski, que tinha uma loja física há mais de 20 anos e montou um e-commerce, que ficou parado um ano praticamente sem vendas. O sonho de vender para todo Brasil, acredite, só veio depois dela montar um canal no YouTube. Hoje, ela vende mais no online do que na loja física — e, em plena pandemia, ampliou equipe e estrutura.
O poder das redes sociais
As redes sociais democratizaram o que antes só estava ao alcance de grandes empresas, que investiam consideráveis verbas na publicidade: propagar sua marca e vender. Se por um lado existe uma grande oportunidade, por outro existe um problema. Há empresários e empresas que acham que só porque as redes sociais são uma plataforma gratuita, é só sair postando que o resultado vem. Acreditam que tudo se resume à uma foto e uma legenda, ou a um bom vídeo.
Segundo o pai da administração, Peter Druker, saímos da Era da Produção Industrial para a Era da Informação. Nesse cenário, o conteúdo é o coração das vendas, e as redes sociais são uma arma poderosíssima. Mas é importante frisar que esses canais não são para comunicação panfletária. Eles precisam ser entendidos e respeitados, sobretudo como meios de conexão com clientes.