O crescimento do e-commerce nos últimos anos foi significativo e engana-se quem pensa que o mercado atingiu seu ponto de saturação. De acordo com o relatório The Global Payments Report 2022, a expectativa é de que até 2025 o cenário latinoamericano tenha um crescimento médio anual de 19%, sendo o Brasil um dos maiores mercados do setor. E, em um mundo empresarial pautado pela inovação, um dos principais desafios das indústrias segue no mesmo ponto: gerenciar de forma eficiente a gôndola digital e encontrar estratégias para alavancar a visibilidade dos produtos e serviços no ambiente online.
Apesar de parecer clichê, é impossível falarmos sobre esse assunto sem antes reforçar que tudo se inicia na disponibilidade de produto. Isso porque a ruptura é extremamente prejudicial e gera perda de tráfego, de classificação e relevância na página de resultados, e, ainda, venda e investimento.
Faça um teste: analise a linha de tendência histórica de acesso à página de um produto do seu portfólio ao longo do tempo em que ele está disponível para compra. Depois, compare o comportamento com quando há ruptura e as semanas seguintes, mesmo com investimento promocional e em tráfego pago. Possivelmente você vai encontrar uma linha parecida com a do exemplo genérico abaixo:
O que acontece é que o shopper está pesquisando cada vez mais e quer analisar todas as informações que ele precisa para se munir e, assim, decidir adquirir o produto A ou B. E, nessa jornada, as marcas dependem muito mais de estratégias inteligentes que impulsionam as buscas e o seu posicionamento entre os primeiros resultados. Afinal, a gôndola encolheu (falei sobre isso aqui no artigo que produzi recentemente no E-commerce Brasil) e o investimento de recursos como dinheiro em mídia de forma isolada já não mais funciona.
Nessa batalha, os algoritmos são responsáveis por uma tremenda parcela dos resultados. O tráfego é importante porque mostra o alcance da sua marca. As técnicas de conversão fazem com que gere receita para o seu negócio. E se você quer impulsionar os resultados, separei aqui algumas regras de ouro que melhoram o desempenho da sua marca na hora da busca.
Títulos e descrições otimizadas
Na era da escassez de tempo e de atenção por parte do público, é comum pensarmos em otimização como priorização e, como consequência, trabalhar em cima de palavras-chave relevantes. Esses marcadores são, sem dúvidas, importantes para o impulsionamento. Mas não são sinônimos de vendas e conversão. É por isso que a otimização para o mecanismo de busca significa tornar os títulos e as descrições centradas no usuário, personalizáveis e interativas.
Busque nos títulos apresentar textos longos, com todas as palavras-chave relevantes, que descrevem e falam sobre os itens anunciados. Isso maximiza a chance de o shopper encontrar os produtos.
Por outro lado, enriqueça as descrições ao trabalhar com tópicos que elencam todas as mensagens-chave, benefícios e detalhes sobre o produto. Esse exercício descritivo, por um lado, aumenta as chances de utilizar todas as palavras que podem se relacionar com a busca do produto (só cuidado com limites de caracteres para que o varejo consiga executar o texto na íntegra). E, por outro, atua no convencimento que leva à conversão por abastecer o shopper de argumentos e deixá-lo satisfeito por ter encontrado exatamente ou até mais do que estava buscando por meio de como ele se imagina com aquele item em sua rotina.
Esse segundo ponto gera, ainda, uma certa fidelização e leva também essa pessoa w estar mais propensa a relatar sua experiência com outras pessoas.
Imagens preparadas para o mobile são a nova norma
Na loja física, o consumidor pode ter uma experiência direta com o produto. No caso do segmento de vestuário, por exemplo, ele pode comparar a diferença de dimensões entre uma peça tamanho P e uma M. Já no supermercado, é simples encontrar a informação do tamanho/quantidade de cada produto. E essa falta de visibilidade no online pode ser responsável pela perda de conversão.
Vamos aos exemplos. Ao navegar no seu site de interesse, em geral, é possível identificar rapidamente qual a quantidade de produto de um frasco de shampoo apenas pela imagem disponível? Possivelmente, a maior parte das pessoas respondeu que não. Afinal, sem um zoom detalhado nessa parte da embalagem dificilmente você encontra essa informação.
Se essa imagem vier acompanhada de uma arte que destaque a função do item e seu tamanho, automaticamente a avaliação de custo-benefício é mais ágil. E, portanto, sua oferta tende a ser recebida com mais rapidez e assertividade.
Agora, outra situação. Você se depara com a imagem de um frasco de shampoo pelo valor de R$65. De imediato, você compraria? Não! E se eu te disser que o valor não é por apenas uma unidade? A questão é que à primeira vista não é possível identificar que trata-se de um pack com seis unidades. E aí a venda foi perdida.
Esse tipo de informação precisa estar disponível em palavras e em imagem, de maneira a tornar mais fluida a experiência da compra online. Mas, de forma paralela, não é só isso. Pense e se aprofunde em qual canal os consumidores usam para as compras.
Segundo uma pesquisa divulgada em 2021 pela MeSeems/MindMinersa, a maior parte dos brasileiros utiliza o celular como único canal de compras online, algo em torno de 62%. Além disso, aproximadamente 72% das compras em 2022 serão feitas nas lojas físicas, mas serão influenciadas pelo e-commerce. As informações são de um estudo realizado pela Edge by Ascential.
Por isso, as imagens preparadas para mobile são a nova norma! E isso é mais do que fotos. Inclui formatos popularizados com as redes sociais, como os carrosséis, que trabalham com infográficos de benefícios, instruções de uso e composições que fazem o consumidor se colocar no lugar de quem precisa daquele item.
Imagine que você implementou imagens otimizadas para celular e começa a ver um aumento nas vendas. Quanto aumento nas vendas você acha que verá? Uma grande multinacional de FMCG, por exemplo, notou um aumento de 24% nas vendas graças às imagens mobile em vários produtos.
Resenha impulsionada
Para tomar a decisão de compra com confiança, os shoppers analisam depoimentos e avaliações de outras pessoas – sejam públicas e populares, seja um cidadão comum como qualquer pessoa.
É nesse espaço que eles mergulham na experiência de outra pessoa que já tem os produtos em mãos e criam um senso de urgência para adquirir aquele item de que estavam pesquisando.
Sabemos que esse é um ato espontâneo da audiência, mas não ignore o fato de que é possível trabalhar estratégias que têm por objetivo impulsionar as resenhas.
Por exemplo:
- Distribuição de avaliações: usando análises de página de marca online, em plataformas de e-commerce dos varejistas.
- Amostra de produto: envio de amostras junto com os pedidos online.
- Incentivo: com cupons, descontos e ofertas para deixar comentários.
E para iniciar esse movimento, um caminho amplamente adotado tem sido integrar as redes sociais com as plataformas de e-commerce de maneira a posicionar conteúdos produzidos por criadores de conteúdo – nano, micro ou macro – no centro da experiência para impulsionar a conversão.
E se está em busca de upsell ainda mais sólido, adicione táticas de publicidade paga ao plano estratégico. Com essa lição de casa feita, sim, o investimento em compra de espaço para a geração de demanda – como anúncios pagos em plataformas de e-commerce e do Google – faz sentido e funciona para potencializar os resultados.
Leia também: Técnicas para aumentar a taxa de conversão do seu e-commerce