Seria justo e adequado escrever em sua lápide: “para o bem e para o mal, fiel ao seu propósito.” Os cookies, desde os primórdios da internet comercial, são utilizados para o rastreio de usuários ao marcar o navegador utilizado pelos que visitam sites. No entanto, esta técnica, tende a morrer.
Usando um paralelo, como uma pulseira de balada ou de hotel, o cookie marca seu usuário como o frequentador de um determinado estabelecimento/site. Cada estabelecimento tem a sua pulseira própria e nenhum deles reconhece a pulseira alheia. Estes são os denominados 1st party cookies, arquivos de texto gravados em seu browser. Quem cria este tipo de cookie são os gestores dos sites visitados, a fim de reconhecer os visitantes para facilitar e aprimorar o relacionamento.
Existem também os estandes promocionais espalhados nestes mesmos estabelecimentos e que distribuem suas próprias pulseiras. Estas, no entanto, podem ser reconhecidas entre diversos estabelecimentos em que o “promotor” esteja presente, assim, eles sabem quais sites você visitou. Denominados 3rd party cookies, são comumente utilizados por empresas de afiliados, AdNetworks, retargeting e similares para ações de marketing e entendimento de navegação e comportamento. Estes, se mal usados, não são muito apreciados.
O lado inconveniente dos cookies está na questão de ser intrusivo, uma vez que um arquivo deve ser gravado no seu computador sem a sua previa autorização. E, dependendo de como são utilizados, dão margem a questões de segurança e, sobretudo, privacidade, especialmente quando falamos dos 3rd party cookies.
Por outro lado, o ponto de vista positivo desta técnica é a conveniência e produtividade que eles promovem para sua navegação. O fato de você não precisar se identificar 30 vezes ao dia para acessar seu webmail é benefício dos cookies, que reconhecem você como usuário daquela conta. Assim como, sair de um site de e-commerce sem perder os produtos em seu carrinho de compra, mesmo sem ter feito login. Em boas mãos, os cookies têm prestado seu serviço com honra ao mercado.
As técnicas de rastreio de usuários, se bem usadas, possibilitam que a relação entre cliente e empresa seja turbinada pela relevância ao se personalizar mensagens e ofertas. No entanto, os cookies são frágeis por serem facilmente deletados e inúteis quando o mobile entra em campo. Portanto, por suas restrições e fama duvidosa, os cookies tendem a cair em desuso. Vale ressaltar que técnicas de rastreio vão perdurar e evoluir – como é o caso do fingerprint.
O fingerprint ou impressão digital, é uma técnica de Device Recognition não invasiva. Isto é, o visitante não sofre qualquer alteração em seus sistemas. O fingerprint recebe dados padrão que o navegador normalmente envia a cada acesso em uma página e usa essas informações para definir um traço estatístico que acaba por estabelecer aquele navegador, seja ele PC, tablet ou mobile, como único.
As regras e normas de privacidade e etiqueta no relacionamento digital entre cliente e empresa precisam evoluir e acompanhar as tecnologias. Podemos, assim, dar uma morte honrosa aos cookies conforme eles se despedem de nossas vidas digitais, dando lugar a técnicas mais adequadas aos nossos anseios de privacidade. “Para o bem e para o mal, fiel ao seu propósito.”