Não é novidade, muito menos motivo de surpresa, que o consumidor (em todo o mundo) sofreu grandes impactos com a pandemia e o isolamento social. A pandemia só veio acelerar o que estava para acontecer.
Crescimento de empresas no digital (com foco em PME)
Muitas empresas tiveram que se digitalizar com a chegada do coronavírus. Se antes haviam negócios com presença apenas offline, hoje eles investem tempo e dinheiro em estratégias digitais.
A frase “Se seu negócio não está na internet, ele não existe”, nunca foi tão válida. Ainda mais agora, quando muitos empresários se viram 100% dependentes de uma loja virtual.
De acordo com a 6ª edição da pesquisa Perfil do E-Commerce Brasileiro, mapeamento realizado pelo PayPal Brasil em parceria com a BigData Corp, a expansão do e-commerce no país bateu o recorde em 2020. Ela totalizou mais de 1,3 milhão de lojas online, com um ritmo de crescimento de 40,7% ao ano.
O estudo ainda mostra que em 2019, 26,93% dos e-commerces eram de pequeno porte e faturaram até R$ 250 mil/ano. Hoje, esses negócios passaram a representar quase a metade das lojas online (48,06%).
Mais empresas apostando no omnichannel
Antes do coronavírus mais da metade dos consumidores (aproximadamente 77%) já almejava que as transações de compra evoluíssem para uma experiência omnicanal e unificada, segundo dados da Manhattan Associates.
Entretanto, agora em meio à pandemia é possível perceber que os consumidores estão ainda mais exigentes e multiconectados — presentes, principalmente, em redes sociais. Independente da crise, suas pesquisas, consumo e expectativas não param de crescer. Já outra pesquisa “We Are Social”, de 2019, mostra que a América do Sul lidera o índice de ingressão populacional nas redes sociais ao lado da América do Norte (ambas com 83%).
Consumidores mais responsáveis e conscientes
O que antes era apenas uma compra rápida, com vantagens de preço acessível e frete grátis, hoje já não basta. O cenário é outro. O novo consumidor — assim como o ‘novo’ normal — busca mais informações sobre a loja, marca, produto e/ou serviço que pretende adquirir.
As informações são pesquisadas via Google, YouTube, Tik Tok, Instagram, entre outros canais. Elas têm base em opiniões, influenciadores e, por fim, no atendimento de determinada empresa. Com base em todos os fatores mencionados, o consumidor opta ou não por determinada marca.
Antes o que era ‘bonito’, usado muitas vezes para promover uma marca, hoje é essencial e inegociável. Durante o isolamento, muitas pessoas começaram a repensar seus hábitos de consumo com base em sustentabilidade, reciclagem, movimento slow fashion, etc.
Obviamente, as grandes redes não vão morrer. No entanto haverá — ou melhor, já está acontecendo — uma percepção diferente do público, comparando pequenos, médios e grandes negócios.
O ‘novo’ consumidor apoia cada vez mais os negócios locais. O que já era de se esperar, principalmente após os movimentos focados na categoria — como, por exemplo, “apoie um pequeno negócio”.
O levantamento “O Caminho para a Retomada: os Picos de Venda para 2020 Repensados”, feito pela Rakuten Advertising, aponta que 50% dos consumidores em todo o mundo deram preferência por empresas locais durante a pandemia. Esse movimento acontece no Brasil e em várias partes do mundo, e a tendência é aumentar nos próximos anos.
Adaptação – pensamento, operação, logística e, principalmente, discurso
Adaptar é a palavra-chave para 2020. Quem tem loja física precisou se adaptar. Seja fechar, abrir só dias alternados, reduzir quadro de colaboradores, treinar vendedor do offline para atuar no online… Enfim, os obstáculos foram inúmeros. Mas, e o e-commerce?
As pesquisas mostram que o e-commerce cresce disparadamente. Da mesma forma aumentou o número de MEIs, que disparou durante a pandemia e ultrapassou a marca de 700 mil novos registros.
Mas, precisamos lembrar que existem várias perguntas sem respostas, como:
- – como vai ficar o e-commerce e a loja física pós-pandemia?
- – será que o e-commerce vai continuar crescendo quando o isolamento acabar?
- – qual será o papel da loja física junto ao e-commerce? Complemento ou disputa?
Sem contar as questões que perseguem — desde sempre — os donos de lojas virtuais, como as famosas greves dos Correios. O e-commerce nunca foi um negócio previsível, principalmente por causa de todas as estratégias, a força do digital e a concorrência infinita.
A única coisa que sabemos até o momento é: ESCUTE SEU CLIENTE. Faça dele seu protagonista, pergunte, questione, chame ele para opinar e participar ativamente da sua marca e de suas estratégias. O novo consumidor está em busca de algo que vai muito além do preço — ele quer saber qual é o seu propósito.