O e-commerce segue conquistando espaço no varejo brasileiro. A boa notícia é que as vendas online estão crescendo além das empresas que operam exclusivamente na internet. Sondagem do Comércio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), recentemente divulgada e publicada pelo jornal Valor Econômico, mostrou que a participação das vendas pela internet das grandes redes de varejo, que atuam no comércio físico, também estão crescendo, inclusive impulsionadas por investimentos em soluções tecnológicas.

Avanço consistente nas vendas digitais do varejo físico
O levantamento da FGV, que contou com a participação de 750 empresas de diferentes setores, mostrou que as vendas pela internet desses varejistas já representam 17,8% do total comercializado, segundo dados de fevereiro. É quase o dobro do índice de 9,2% registrado no início de 2020, antes da pandemia, e é a porcentagem mais alta aferida desde junho de 2021, quando, em pleno período de isolamento, o e-commerce chegou a responder por 21,2% do total comercializado.
Os dados também demonstram que esse é um crescimento consolidado, com o faturamento das redes varejistas no comércio eletrônico se mantendo no patamar de dois dígitos em relação ao total faturado, e também em nível bem acima daquele de outubro de 2021, quando o e-commerce respondia por 10,8% da receita dessas redes. Desde então, os varejistas só viram essa participação crescer – para 14,2% em novembro de 2022, e para 16% em fevereiro de 2024.
Migração de negócios e impacto positivo no ecossistema
Não resta dúvida de que estamos alcançando um novo patamar de vendas do e-commerce brasileiro, situação esta que também reflete outro movimento importante: a migração e a diversificação de negócios para a internet após a pandemia, já que antes da crise sanitária praticamente 50% das empresas consultadas na sondagem não atuavam no e-commerce.
Os dados são auspiciosos e comprovam que o e-commerce é cada vez mais relevante, não só para o comércio em geral, mas também para o setor de logística, abrindo oportunidades de negócios para todo o nosso ecossistema, inclusive ajudando a impulsionar a inovação como forma de garantir a melhor experiência para o consumidor e, assim, favorecer ainda mais as vendas.
Uso de inteligência artificial para otimização logística
Uma dessas iniciativas na área logística, para agilizar e garantir qualidade na entrega das encomendas para os consumidores, é a utilização das ferramentas de IA. Uma das aplicações permite a adoção da melhor rota, considerando os endereços das mercadorias que serão entregues e o melhor caminho a ser seguido. A IA organiza a sequência das entregas, considerando diversas variáveis.
Ao utilizar a tecnologia, as transportadoras otimizam os processos operacionais e aumentam a assertividade nas entregas, elevando os índices de sucesso na primeira tentativa de entrega – um fator que contribui para um excelente nível de serviço nas operações em qualquer localidade do território nacional.
A otimização das rotas com algoritmos inteligentes também reduz o tempo de entrega, uma demanda cada vez mais exigida pelos consumidores e varejistas, e que impacta diretamente a experiência de compra pela internet. Vale mencionar que essa redução no prazo de entrega, somada ao sucesso de realizar a entrega na primeira tentativa, tem impacto positivo também sobre os custos logísticos de todos os envolvidos.
Diversificação de serviços como vantagem competitiva
Assim como a tecnologia, outra importante aliada do crescimento das vendas online é a diversificação de serviços. Nesse sentido, as transportadoras atuam com o home delivery, ou a entrega porta a porta, e com soluções OOH (Out Of Home), que podem ser realizadas por meio de PUDOs (pontos comerciais parceiros de bairro que fazem o Pick up e o Drop Off) ou por meio de lockers. As soluções OOH são uma alternativa eficiente para o consumidor que não consegue receber a encomenda em sua residência e para a logística reversa do comércio eletrônico.
Diante do cenário de crescimento sustentado das vendas online, as oportunidades seguem aumentando para todas as empresas que integram o ecossistema do e-commerce, com destaque para as transportadoras. Cabe a nós, que fazemos parte desse segmento, juntamente com os varejistas, seguir investindo em tecnologia e em soluções logísticas para que a qualidade e a agilidade sejam mantidas, mesmo com o aumento de demanda.
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