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Cuidados que lojistas da GenComm/Rakuten devem ter após o pedido de recuperação judicial

Por: Diego Borba

Graduado na área de marketing e Ciência da Computação, possui MBA em comunicação e marketing em mídias digitais, experiência em marketing digital, e-commerce, merchandising e trade marketing.

No dia 07/03/2020, o tribunal de São Paulo autorizou o pedido de recuperação judicial do Grupo GenComm. O grupo é constituído por 3 empresas e havia comprado sem maiores alardes a operação da Rakuten no Brasil em Outubro de 2019.

Segundo declarações da empresa, um dos motivos causadores desse pedido foi o calote de um de seus principais clientes, a XiaomiBRZ, uma revendedora não autorizada, que deixou de honrar com as compras feitas. Com isso, o Banco Itaú decidiu cortar uma linha de crédito de R$ 65 milhões, passando a se apropriar dos recebíveis da empresa para amortizar o saldo devedor do grupo.

Por enquanto, não existem informações de como ficarão os lojistas perante a situação. A julgar pelas declarações de alguns deles, nem mesmo o valor das vendas estão sendo repassados, causando um prejuízo imensurável que pode findar várias dessas empresas.

A única certeza é que vários lojistas serão obrigados a passar por um dos processos mais complexos e que destroem várias operações: a troca de plataforma de e-commerce.

Eu não quero entrar no mérito de qual modelo de plataforma é melhor. Afinal, colocar essa questão como prioridade é, de fato, um tiro no próprio pé na hora de escolher uma plataforma.

Neste artigo, apontarei fatores que influenciam diretamente no sucesso da migração de uma loja virtual e, principalmente, detalhes que tornam menos traumática a troca de plataforma. Com eles, você conseguirá decidir essas questões de forma mais fácil, em operações SaaS ou Open Source.

A escolha de uma nova plataforma

Você já deve ter feito a pergunta: qual é a melhor plataforma de e-commerce do mercado? Existem diversas respostas e, em sua maioria, genéricas. Aliás, muitas são vezes respondidas por vendedores que usam essa questão para prometer resultados milagrosos apenas com a troca de plataforma.

Porém, o caso atual da GenComm e Rakuten mostra que os critérios que influenciam na hora de escolher uma plataforma devem ser minuciosos e cada detalhe importa.

Avalie suas ferramentas

De uma maneira geral, quase todas as plataformas têm capacidade de suportar uma operação básica de e-commerce. O que o lojista precisa ter em mente são as ferramentas fundamentais para a manutenção das estratégias atuais e para os planos futuros do seu e-commerce.

Uma plataforma com um grande número de ferramentas não é necessariamente a sua melhor opção. Isso porque você provavelmente não irá utilizá-las. Ter vários recursos significa na maioria das vezes um valor mais caro pago pelo produto — e você estaria desperdiçando o caixa da sua empresa com tecnologias que você nem sequer saberia como utilizar.

Pense a longo prazo

Sabemos que a maioria dos lojistas escolhe plataformas com o menor custo. E não está necessariamente errado: uma plataforma cara não garante que seus recursos são melhores.

O que deve ser levado em consideração é: a plataforma precisa ter recursos para atender sua demanda atual, mas principalmente suportar o crescimento do seu e-commerce. Migrar de plataforma muitas vezes significa um esforço muito grande. Como por exemplo na área financeira, com a alocação de esforços com colaboradores para realizar o projeto. Por isso é importante escolher bem e a longo prazo, para não ter que gastar mais dinheiro do que deveria com atualizações ou com a troca de plataforma.

Tome cuidado com as integrações

Provavelmente você tem integrações como:

  • Gateway de pagamentos;
  • operadores logísticos;
  • serviços de antifraude;
  • ERP;
  • marketplaces, dentre outros.

Caso você não possua essas integrações, em um determinado momento da sua jornada de e-commerce você será obrigado a optar por esses serviços.

A verdade é que muitas das plataformas não possuem essas integrações. Ou, se as possuem, não serão os mesmos fornecedores atuais — e isso com certeza vai afetar negativamente sua operação.

Tendo isso em mente, o cenário ideal é que você entre em contato diretamente com esses serviços, a fim de perguntar se as implantações com as plataformas que você está disposto a migrar estão de fato implantadas e funcionando.

Todo cuidado é pouco. Escute todos os lados, pois quando se trata de migração estão na mesa plataformas de e-commerce, fornecedores de tecnologia e agências implementadoras. Entretanto, quem realmente precisa ser beneficiado é a sua empresa. Tome decisões seguras e não delegue a responsabilidade de zelar pelo sucesso do seu e-commerce.

Proteja os seus dados

Esse é um ponto bem delicado e em muitas vezes negligenciado. E não digo apenas por lojistas, mas principalmente por implantadores, agências ou plataformas de e-commerce.

Os dados que você possui têm grande importância. Entenda que de alguma forma você pagou por eles e nada é mais valioso do que isso. Imagine se seu maior concorrente tivesse acesso à sua lista de clientes, produtos mais vendidos e etc. Dessa forma fica mais fácil de entender e precificar o valor desses dados.

Migrar de plataforma não significa “começar do zero”, pelo menos não deveria ser assim. Por isso, um bom backup de dados é imprescindível para o sucesso do seu negócio — e isso deve estar nos pontos prioritários de um bom check-list de migração.

Tome muito cuidado com o SEO

Talvez você não saiba o que é SEO ou a influência que exerce dentro do e-commerce. Se esse é o seu caso, recomendo fazer uma breve pesquisa para se aprofundar no assunto.

Utilizando uma forma bem simples de explicar, SEO é um conjunto de técnicas desenvolvidas e aplicadas por especialistas, cujo intuito é fazer com que as páginas do seu site atinjam cada vez mais usuários. Isso se dará a partir de posições mais altas nos resultados de pesquisas em buscadores de internet, como Google e Bing.

Defenda suas URL’s como se sua vida dependesse disso

Eu sei que isso pode parecer muito dramático para você! Quando você tem um e-commerce, suas páginas são indexadas pelos buscadores e isso é feito por meio de um robô. Elete tem a função de analisar a relevância de todas as páginas do seu site, determinando qual será a posição da sua página em relação à palavra-chave buscada pelo usuário.

Imagine que seu e-commerce contém 10.000 páginas indexadas. Durante a troca de plataforma é comum que algumas URL’s sejam alteradas — e para corrigir isso um redirecionamento deve ser aplicado. Feito isso, ao clicar em uma página antiga do seu site o usuário é levado para uma página nova e existente.

Nem todas essas páginas são relevantes aos olhos dos consumidores e lojistas. Isso reforça um argumento muito utilizado por alguns profissionais que trabalham com implantação, de que não existe a necessidade de realizar o redirecionamento de todas as páginas, “apenas as mais acessadas”.

Ao não realizar o redirecionamento completo das URL’s, você deixa de levar para o novo site fatores importantes. E, consequentemente, você verá um grande esforço para ter um determinado número de acessos no site ser reduzido.

Você precisa de atenção redobrada, e apenas redirecionar as Url’s não será o suficiente. Afinal, você precisa garantir que todos os conteúdos, palavras-chave, titles, descriptions tags e links externos estejam na nova página.

O intuito aqui não é debater sobre as principais técnicas ou quais são melhores para você. Não existe uma receita de bolo para SEO. Cada caso deve ser analisado de forma separada e para cada um deles existe um plano de ação.

Não seja negligente com essas tarefas, tampouco delegue elas sem saber exatamente o que precisa ser feito. Por isso vale muito ter o auxílio e a visão de um profissional de SEO para te ajudar a decidir qual é o melhor plano de ação para sua empresa.

Cuidado com a usabilidade do seu site

É certo que ao realizar a troca de uma plataforma de e-commerce você decida mudar completamente seu layout. Não que isso seja algo negativo, pelo contrário: mudanças são sempre bem-vindas. Apenas tenha a mentalidade de que essas mudanças precisam ser feitas com base em dados obtidos, por meio da análise de comportamento dos seus usuários. A aprovação de um novo layout quase sempre é feita por pessoas que estão do outro lado da mesa. Ou seja, não são os verdadeiros consumidores.

Lembre-se de que não existe receita de bolo para o sucesso no e-commerce. Aqui estão listados alguns dos principais fatores que garantem uma boa migração. Mas é preciso sempre contar com a expertise de pessoas que fizeram isso na prática e, por conta de seus erros e acertos, podem te indicar qual é o melhor caminho que poderá ser menos doloroso.


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