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Desafios dos e-commerces no Brasil na busca de escala de audiência gratuita

Por: Uafa Ali Smaili

Consultora Sênior em SEO e Inovação Digital, Palestrante Tedx Speaker, Especialista em Marketing, ESG, Professora e Coordenadora de Pós Graduação em Gestão para E-commerce, Empresária na Orbital Commerce e SinalizeWeb

Segundo dados do Sebrae, a taxa de mortalidade de micro e pequenas empresas do setor de comércio é de 21,6% para microempresas e 17% para pequenas empresas após cinco anos de atividade. Em 2023, mais de 730 mil empresas fecharam suas portas no Brasil, um aumento de 34,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os principais motivos apontados são falta de capital de giro, baixo volume de vendas e dificuldades de gestão. Políticas como o Pronampe têm buscado fornecer apoio financeiro para aumentar a sobrevivência desses negócios.

A ausência ou ineficiência de um provisionamento orçamentário na governança financeira de micro e pequenas empresas é sem dúvida um dos fatores para as altas taxas de mortalidade, mesmo de modernas operações de e-commerce, pois ainda é raro que uma empresa tenha claro em sua controladoria financeira a natureza de gasto SEO bem definida a ser distribuída nos centros de custo de áreas de “digital” ou “e-commerce” na organização.

A negligência com temas de governança é um problema recorrente entre micro e pequenas empresas no Brasil. De acordo com o IBGC, muitas dessas empresas falham em implementar práticas adequadas de governança, e saber onde aplicar o dinheiro da empresa é também pauta de governança, Isso ocorre porque a maioria dos fundadores ainda adota um modelo centralizado de decisão e é resistente a mudanças estruturais que incluam práticas mais profissionais e atualizadas de gestão.

A pesquisa realizada pelo IBGC e PwC indica que, embora muitas empresas iniciem com algum grau de governança, falta a formalização desses processos. Sem essa estrutura, a tomada de decisões pode ser ineficaz, especialmente em momentos de transição ou crise financeira. Esse cenário afeta diretamente a longevidade e a sustentabilidade dessas organizações.

Além disso, o estudo mostra que a resistência à implementação de boas práticas de governança também pode ser atribuída à falta de conhecimento e de preparação dos empresários sobre o impacto positivo dessas práticas na gestão empresarial. Em relação às empresas de capital aberto, apenas 62,6% aderem às práticas recomendadas pelo Código Brasileiro de Governança Corporativa, indicando que mesmo empresas maiores e mais estruturadas ainda enfrentam desafios nesse campo.

Quando trazemos isso para as realidades do marketing e do comercial entende-se o que ocorre no cenário do e-commerce no Brasil:
Sem organização, não se sabe onde se quer chegar de fato, nem tão pouco quanto e onde investir para uma efetiva saúde financeira. Por isso é mais fácil o decisor investir em mídia paga no Google Ads por exemplo, pelo seu efeito caro mas imediato, do que investir em SEO que demanda mais conhecimento, gestão, acompanhamento e tempo, mas é infinitamente mais sustentável para o negócio.

Desafio dos e-commerces no Brasil em escalarem sua audiência gratuitamente

O mercado de e-commerce no Brasil cresceu exponencialmente nos últimos anos, impulsionado pela digitalização acelerada e pelas mudanças nos hábitos de consumo. No entanto, a escalada desse crescimento tem enfrentado um obstáculo significativo: a dificuldade de aumentar a audiência de forma orgânica e sustentável. As práticas de SEO, essenciais para gerar tráfego qualificado e gratuito, têm sido um desafio para muitas lojas virtuais no país.

Custo alto e expertise limitada: barreiras ao SEO eficiente

SEO (Search Engine Optimization) é uma prática fundamental para qualquer e-commerce que deseja se destacar nos resultados de busca e, assim, atrair clientes de forma orgânica. Contudo, muitas empresas enfrentam o dilema de investir em serviços de SEO que, além de serem caros, frequentemente são oferecidos por profissionais ou agências que não possuem o conhecimento técnico necessário para atender às demandas específicas do setor. Essa falta de expertise pode resultar em estratégias ineficazes, onde o lojista acaba “comprando gato por lebre”, pagando caro por resultados pouco expressivos.

Dados de mercado: investimento e preferência por SEO

De acordo com a E-Commerce Brasil, as buscas orgânicas são fundamentais para o sucesso de pequenas e médias empresas, pois, ao contrário de grandes marcas que investem pesadamente em mídia paga, o SEO permite que mesmo empresas menores alcancem boa visibilidade nas pesquisas. Estima-se que mais de 70% dos usuários prefiram clicar em resultados orgânicos em vez de anúncios pagos, destacando a importância de estratégias de SEO para captação de leads qualificados e redução do custo por aquisição (CAC).

Além disso, pesquisas apontam que o ROI (Retorno sobre o Investimento) de estratégias de SEO bem executadas pode superar em até 10 vezes o valor investido ao longo de 10 meses, tornando-o uma das opções mais rentáveis para e-commerces que desejam crescer de forma sustentável.

Reduzir o custo de aquisição é fundamental

Para um e-commerce prosperar, reduzir o custo de aquisição de clientes (CAC) é crucial. Estratégias pagas, como anúncios no Google e em redes sociais, embora eficazes, podem se tornar proibitivas a longo prazo, especialmente para pequenas e médias empresas. Por isso, o SEO se torna uma alternativa atrativa. No entanto, sem uma estratégia bem implementada, os resultados podem demorar a aparecer, o que desestimula muitos lojistas a investir nessa área.

Opinião de especialista: a Importância da automação e da IA generativa

Alexandre ‘AbuAmir’ Ferreira, especialista em SEO desde 1999 e Head de Produto da startup SEOVER., traz sua opinião sobre o assunto:

Com a evolução das tecnologias de SEO e o surgimento da inteligência artificial generativa, é essencial que as marcas ampliem sua presença digital maximizando o ROI e reduzindo o CAC constantemente

Alexandre AbuAmir Ferreira, Especialista em SEO

Alexande ainda complementa:

Automatizar o processo de SEO, especialmente em e-commerces, é uma das formas mais eficazes de escalar resultados. Isso inclui, por exemplo, a ampliação da oferta de novas URLs no sitemap, que aumenta o volume de páginas indexáveis no Google e expande a biblioteca de conteúdo da marca. Essa estratégia não apenas melhora a visibilidade nos resultados de busca, mas também contribui para uma indexação mais eficiente, trazendo mais tráfego orgânico qualificado

Alexandre AbuAmir Ferreira, Especialista em SEO

A falta de automação e as limitações do mercado

Estabelecer um processo de automação de SEO para e-commerce é outro grande desafio. Ferramentas de automação de marketing, como RD Station e HubSpot, embora eficientes para certas operações, não são otimizadas para atender às demandas específicas de SEO em lojas virtuais. Isso significa que muitas empresas acabam por não explorar todo o potencial de suas plataformas, perdendo oportunidades de otimização contínua e escalável.

Além disso, muitas ferramentas de automação de SEO disponíveis no mercado não se integram perfeitamente às plataformas de e-commerce, o que dificulta a implementação de estratégias automatizadas. Essa falta de integração impede que lojistas aproveitem funcionalidades essenciais, como a criação automática de URLs otimizadas, geração de sitemaps dinâmicos e atualização automatizada de metadados.

Soluções inovadoras: a necessidade de repensar o SEO para e-commerce

Diante desse cenário, é urgente que o mercado brasileiro de e-commerce busque soluções inovadoras para vencer esses desafios. Ferramentas que automatizem processos de SEO, sem depender das limitações das plataformas de e-commerce, são essenciais para reduzir o CAC e aumentar a competitividade. Além disso, é fundamental que os lojistas busquem parcerias com profissionais e agências que realmente dominem as particularidades do SEO para e-commerce, evitando investimentos frustrados em estratégias pouco eficientes.

O caminho para a escalada orgânica de audiência no e-commerce brasileiro ainda é cheio de desafios. No entanto, com a abordagem correta e o uso de tecnologias inovadoras, é possível reduzir o custo de aquisição de clientes e aumentar a presença digital de maneira sustentável. As lojas virtuais que conseguirem superar as barreiras impostas pelas plataformas e pela falta de profissionais capacitados estarão mais preparadas para competir em um mercado cada vez mais exigente e dinâmico.

Ao optar por soluções que automatizem e otimizem o SEO de forma independente, o lojista não só reduz custos, como também ganha em eficiência, conseguindo alcançar resultados que antes pareciam inalcançáveis. O futuro do e-commerce no Brasil depende de estratégias orgânicas robustas, e investir em tecnologia e conhecimento é o primeiro passo para transformar esse futuro em realidade.