As regiões Norte e Nordeste do Brasil são cheias de potencial, principalmente para setores como o e-commerce. Entretanto, mesmo levando esses pontos em consideração, é possível destacar que essas regiões ainda sofrem com algumas questões relativas às compras online.
Mesmo agora, o Norte e o Nordeste enfrentam alguns problemas relacionados à logística das vendas de e-commerces. Um dos principais pontos destacados são os altos valores referentes aos fretes e até mesmo as dificuldades enfrentadas para que os produtos sejam entregues.
Essas intercorrências, na sua grande maioria, são provenientes da falta de estrutura para executar as operações de logística. Mas elas também se devem à falta de mapeamento adequado. Isso resulta em diversas devoluções de produtos, que podem acabar se perdendo no caminho.
Apesar das questões problemáticas relacionadas à logística nessas regiões, um relatório criado pelo Webshoppers destacou, no ano de 2018, que o e-commerce no Norte e no Nordeste havia faturado R$7 bilhões. Um número expressivo para uma área que enfrenta tantos problemas com esse setor.
Entretanto, os números não refletiram em mudanças no cenário, que continua a ser repetido ao longo dos anos. Ou seja, com diversas dificuldades e problemas a serem superados para que as entregas nessas regiões não repitam os mesmos padrões e erros.
Além das dificuldades, não somente para a chegada dos produtos ao Norte e ao Nordeste, ainda é preciso levar em consideração que os fretes e as cobranças para que os produtos cheguem até o local de destino se mostram abusivos quando comparados com as outras regiões brasileiras.
Assim, é possível ressaltar que regiões como o Sul e o Sudeste acabam recebendo as melhores ofertas e facilidades quanto aos prazos e aos preços nas suas entregas. Um mesmo produto, ao ser entregue em São Paulo, por exemplo, tem uma redução de 341,5% no seu frete em relação a Fortaleza.
Vale ressaltar que, mesmo nessas condições de valores desconexos, ainda é preciso considerar que as opções de serviços consideradas melhores e mais rápidas, em geral, não estão disponíveis para Norte e Nordeste.
Nesse caso, o período de entrega pode ser mais demorado por um valor muito mais alto do que o de uma cidade do Sudeste. Enquanto isso, a mesma cidade desta região receberia o seu produto em um prazo muito mais curto e por um valor bem abaixo.
A situação descrita aponta muito mais do que somente problemas de logística. Ela indicam também a falta de resolução dos problemas por parte das empresas no que se refere a investir mais nas regiões Norte e Nordeste. No entanto, elas buscam formas de os seus produtos chegarem até essas localidades, com fretes e prazos iguais ao das regiões Sul e Sudeste.
Os valores muito altos cobrados pelas empresas podem acabar sendo justamente o que fará com que uma região que conta com um grande potencial para o e- commerce deixe de lado esse setor devido aos preços, considerados até mesmo abusivos.
Mesmo que haja um enorme potencial, é necessário que as empresas reconheçam que os problemas existem há bastante tempo e busquem novas estratégias para atender ao público das regiões Norte e Nordeste de uma forma mais eficaz e sem superfaturar os valores.
Levando em consideração que os preços dos fretes acabam sendo desanimadores para os moradores dessas regiões, o incentivo à compra online não será suficiente para que essas regiões se mostrem expressivas nesse setor, pois certamente será notório o desânimo diante das condições tão ruins de atendimento.
Diante desse cenário, as empresas também precisam enfrentar alguns desafios próprios. Entre eles estão as péssimas condições rodoviárias, o que dificulta muito o transporte dos produtos. E claramente o impacto é sentido através dos fretes e dos prazos extensos para entrega.
Assim, por mais que haja uma falta de atenção maior nesse contexto às regiões Norte e Nordeste, também existe uma grande dificuldade enfrentada pelas empresas na questão do transporte, que em muitos casos pode ser influenciada pelas condições rodoviárias.
Com as péssimas condições para os transportes de cargas, visto que as rodoviárias são consideradas como os principais modais, os setores de e-commerce visam a uma mudança no Brasil quanto a isso. Assim, o previsto é que seja investido muito mais no transporte ferroviário e hidroviário.
A diversidade em relação aos modais pode ser uma forma de as empresas de transporte e fretes conseguirem se desvencilhar desses problemas; Assim, será possível resolver as questões de logística que assombram há bastante tempo o setor em relação às regiões Norte e Nordeste.
Diante dessas potenciais soluções, é esperado também que os transportes marítimos notem que há uma oportunidade muito rentável em relação ao e-commerce e passem a investir mais nesse setor e nas suas demandas.
Entretanto, devido à falta de estruturas dos setores, é quase impossível que as indústrias e os e-commerces migrem totalmente para esses transportes mais alternativos para buscar essa mudança no setor.
A busca por uma solução viável para a diminuição dos fretes vem sendo um assunto constantemente debatido. E os varejistas do país têm adotado algumas medidas que têm se mostrado mais eficazes atualmente.
Entre elas, para diminuir o valor cobrado para as entregas, muitos têm utilizado cada vez mais os Centros de Distribuição. Com isso, o número de viagens passa a ser reduzido. Isso gera menos custos para as empresas, o que pode ser notado através dos fretes, que passaram por uma redução após a adoção dessa medida.
Dessa forma, essas medidas passaram a ser altamente adotadas por vários varejistas do país. O intuito é favorecer regiões como o Norte e Nordeste nesses processos, visando à diminuição dos prazos e dos fretes.
Essa pequenas mudanças podem surtir muitos efeitos em longo prazo. Mas ainda se faz necessário que os setores do e-commerce se unam para buscar estratégias novas que viabilizem o atendimento dessas regiões de forma eficiente, sem que elas sejam prejudicadas por fretes abusivos e prazos muito maiores do que as demais localidades do país.
Por mais que essas medidas sejam eficientes para o momento, é preciso que haja um investimento muito maior para que isso se torne uma realidade não somente para os grandes centros do Norte e do Nordeste, mas também para os pequenos locais, nos quais as entregas ainda não são garantidas de fato.