Um dos maiores legados que a pandemia da Covid-19 vai deixar para o e-commerce é em relação ao comportamento de consumo. Acredite: essas informações podem ter mais valor do que os recordes de faturamento e número de pedidos. Afinal, o seller que souber interpretar as necessidades dos clientes poderá sair na frente da concorrência e utilizar estratégias para garantir seu sucesso por mais alguns anos.
Quando se fala em comportamento de consumo, o tópico “e-commerce de alimentos” merece destaque. Compras de supermercado pelo ambiente virtual já era algo em expansão nos Estados Unidos, mas ganhou empurrãozinho durante a pandemia. Por lá, a compra de alimentos teve aumento de 40% em 2020, com projeções que estipulam representatividade de 66% até 2024.
A Amazon segue líder do segmento nos EUA, investindo ativamente no setor — desde a compra da rede Whole Foods Market (varejo físico com mais de 460 unidades nos Estados Unidos, Canadá e Grã-Bretanha), até a aposta em lojas sem caixas. Mas, quem será a Amazon brasileira no e-commerce de alimentos?
E-commerce de alimentos no Brasil
De acordo com o relatório Webshoopers 42ª edição by Ebit|Nielsen, somente as regiões sudeste e nordeste contam com um delivery de supermercado que pode ser considerado desenvolvido. Somados, os segmentos Alimentos e Bebidas representaram apenas 0,9% de importância para o e-commerce brasileiro no segundo trimestre deste ano. Já o relatório “Setores do E-commerce no Brasil”, divulgado pela Conversion, aponta que o segmento de Comidas & Bebidas teve um salto de 58% desde fevereiro até outubro de 2020.
Mesmo que ainda estejam engatinhando, as compras online de supermercado apresentam otimismo. Players tradicionais como Carrefour e Grupo Pão de Açúcar tiveram alta de 202,4% e 240%, respectivamente, no setor alimentar.
Além disso, essas grandes varejistas já trabalham com seus próprios aplicativos de entrega, rivalizando com os tradicionais iFood, Rappi, Uber Eats e James Delivery. O relatório da Ebit mostra que os aplicativos de supermercado tiveram a maior alta durante a pandemia, atraindo 14% dos novos shoppers que compram pelo celular.
No Pão de Açúcar, por exemplo, o crescimento foi impulsionado por novos clientes (202%) e aumento do tíquete médio em todas as modalidades de entrega. No segundo trimestre, o GMV do aplicativo James foi de +577% e o número de pedidos 358% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Quem será nossa Amazon?
Ao contrário dos Estados Unidos, parece que o Brasil não terá uma hegemonia no e-commerce alimentar — pelo menos não tão cedo. Isso porque existem diversas concorrências tanto em grandes centros urbanos quanto em cidades do interior, onde supermercados regionais criam suas próprias soluções. Para os varejistas essa é uma oportunidade de fidelizar clientes que, mesmo optando por reduzir as idas à loja física, continuam comprando do seu estabelecimento preferido. Já para os consumidores, fazer compras online é cômodo, seguro e às vezes até mesmo mais econômico.
Aproveite o momento
Por mais que o distanciamento social não esteja próximo de terminar, uma hora a pandemia vai acabar. Portanto, aproveite o momento atual para investir em soluções que levem seu negócio para o e-commerce de alimentos. Aposte em APPs leves e com design intuitivo. Disponibilize variedade de formas de pagamento e ofereça vantagens atrativas para os clientes. Programa de pontos, desconto progressivo, dia do frete grátis, brindes exclusivos, indique e ganhe e sorteios são estratégias eficientes para manter os consumidores com você e ainda mirar na expansão da empresa.
E, principalmente: entenda o comportamento de consumo. O sucesso da Amazon nos EUA com certeza não é acaso, mas sim resultado de uma forte equipe de inteligência comercial. Por isso, inspire-se em quem deu certo. Estude as métricas do seu e-commerce de alimentos, identifique as preferências das pessoas, inove. Quando a pandemia acabar, você terá informações valiosas sobre o SEU público.
Pense nisso, organize-se e sucesso nas vendas.
Até a próxima!