Os números positivos do e-commerce em 2020 e as perspectivas promissoras para 2021 estimulam a adesão das empresas ao segmento.
Para se ter uma ideia do que está acontecendo nesta área, de acordo com os dados da ABComm, foram registradas de abril a setembro do ano passado mais de 150 mil novas lojas; e 11,5 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra online.
Importante registrar que, além de novas operações, temos visto também aumento nos investimentos de quem já dispunha de uma plataforma de vendas via internet.
Isso tem acontecido, basicamente, em função da necessidade de diversificar os canais de vendas (colocando em prática o omnichannel) e, claro, da exigência de aprimoramento nos sistemas de vendas via internet.
Não se trata mais de “complemento”
Se até pouco tempo o e-commerce era visto como um “complemento”, hoje a história difere. As empresas viram o faturamento crescer e perceberam a necessidade de integrar as operações, explorar melhor as possibilidades de cada ponto de interação com o público.
Apesar do cenário positivo, é importante analisar bem as possibilidades na área, até para que seja possível ter um negócio que se destaque da concorrência, conquiste o seu espaço na mente e no bolso do consumidor.
Neste sentido, um dos aspectos que devem ser considerados são as oportunidades para os e-commerces de nicho.
Por que investir num e-commerce de nicho
Uma das principais vantagens é justamente a baixa concorrência, uma vez que a loja atenderá um público específico e que geralmente não tem tantas opções disponíveis.
Por outro lado, o cuidado deve ser redobrado na hora de posicionar a marca: é essencial conhecer bem as demandas do cliente e do grupo ao qual ele pertence.
Mais do que em qualquer outra área, a proposta é que a marca seja vista como uma autoridade no segmento. Para construir este tipo de percepção, contudo, é preciso integrar-se aquela “comunidade”, participar dela, ser reconhecida pelo grupo.
Comunicação mais assertiva
Quando se pensa nas vantagens do e-commerce de nicho, um dos pontos que se destacam é a possibilidade de fazer uma comunicação mais assertiva, o que aumenta a taxa de conversão do negócio.
Este resultado não acontece por acaso, é resultado justamente desse entendimento mais acurado sobre os anseios daquele público.
E como a empresa vai trabalhar com um target menor, mais segmentado, tem como otimizar melhor seus investimentos em mídia, porque pode reduzir o número de canais que serão empregados.
Atenção: apesar dessa vantagem em relação aos investimentos, lembre-se de que é importante dedicar-se ao conteúdo das mensagens. Como dissemos acima, a marca “nichada” deve ter autoridade no segmento, portanto, será mais cobrada se cometer algum deslize.
Considerando que a empresa conseguiu ter uma oferta de produtos diferenciada, a comunicação, por ser de nicho, pode e deve ser personalizada.
As ferramentas de automação têm evoluído muito, então, não há entrave do ponto de vista operacional para se realizar essas ações. Mais uma vez, o principal é a estratégia.
Quais canais este público prefere? Como ele gosta de ser tratado? Quais comunidades ele frequenta? Qual a frequência do envio de mensagens é mais adequada para aquele grupo? Enfim, é crucial investir algum tempo na validação dessas informações.
Marcas mais próximas dos clientes
Proximidade e personalização são hoje questões fundamentais para o varejo, mas, no caso de um e-commerce de nicho, é impossível renunciar a um bom trabalho nessas frentes.
Primeiro, porque quanto mais próximo do cliente, mais chances a empresa tem de entender suas necessidades e, claro, atendê-las da melhor forma possível, como se espera de uma loja segmentada.
Veja que, neste caso, o conhecimento inclusive é prioritário para que a equipe consiga selecionar os produtos mais adequados, de preferência, exclusivos.
Este é um ponto-chave do e-commerce de nicho: como a empresa trabalha com um público menor, deve conseguir atuar com um ticket médio mais elevado para ter uma rentabilidade adequada. O consumidor geralmente adere à essa ideia, desde que encontre na loja produtos diferenciados e que não serão encontrados em outros locais, principalmente nas lojas genéricas.
Se a loja tem como foco a venda de produtos para o segmento geek, por exemplo, espera-se que ela tenha um catálogo de produtos diferenciado, com itens exclusivos. Não faz muito sentido que ela não consiga se antecipar às tendências.
Este é o caso da Piticas. O seu foco é o público jovem e tema produção verticalizada, atuando com artigos relacionados aos quadrinhos, filmes e séries. Produz de 17 a 19 mil camisetas por dia, com mais de 500 funcionários e mais de 300 lojas franqueadas espalhadas pelo país.
Abordagem personalizada
Outro ponto extremamente relevante para o e-commerce de nicho é a customização do layout. Mais do que em outros segmentos, o público de uma loja especializada deve se sentir muito à vontade no ambiente.
E, pensando na realidade atual do e-commerce, isso significa que o cliente deve ter a mesma percepções sobre a marca, esteja ele na loja física, no site, nas redes sociais, num marketplace ou num app para fazer a compra via WhatsApp.
Neste contexto, é importante considerar o papel dos vendedores. Numa loja nichada, é essencial que essa pessoa da linha de frente realmente se identifique com aquele grupo e seja capaz de orientar o cliente na hora da compra.
E isso vai acontecer na loja física e nas plataformas digitais. O uso do WhatsApp, por exemplo, ajuda bastante neste sentido, uma vez que a comunicação é interpessoal e vai acontecer nos termos daquele ambiente.
Para a loja, a vantagem é que apesar do ambiente informal, é possível criar um fluxo padrão para iniciar a conversa e ainda ter tudo devidamente registrado, o que permite o ganho em escala.
O que temos percebido é que o e-commerce tem conseguido abrir inúmeras possibilidades para os novos negócios. A tecnologia está disponível e as condições do mercado são favoráveis.
O que vai determinar o sucesso é essa orientação mais profissional para o negócio. Não importa o tamanho do e-commerce, o amadorismo não tem mais espaço no ambiente corporativo.