Parece estranho falar em pós-Covid-19 enquanto o mundo ainda enfrenta uma pandemia tão grave, não é mesmo? Mas o crescimento expressivo do varejo online brasileiro traz um questionamento que todo seller deve fazer: como será o e-commerce pós-Covid?
Sabemos que o varejo online voltará a dividir espaço com as lojas físicas quando tudo isso passar, mas a hora de os sellers conquistarem seus clientes é agora! Por isso, precisamos analisar o mercado em todas as suas esferas, especialmente no que se refere às tendências de consumo.
Veja bem: o Dia dos Pais 2020 teve 8,2 milhões de pedidos (37% a mais do que no ano passado), que resultaram em um faturamento de R$ 3,5 bilhões (aumento de 41%) e ticket médio de R$ 434 (variação de 3% em comparação ao mesmo período de 2019) – de acordo com levantamento da Ebit|Nielsen.
É verdade que as pessoas estão comprando mais pela internet para evitar sair às ruas, mas como você vê esse cenário? Apenas um fluxo atípico ou uma oportunidade de expandir e conquistar clientes? Reflita (e aja)!
Foco na experiência
Mais compras, mas também maior insatisfação. Considerando que a região Sudeste concentra a maior fatia do varejo online nacional, vale atentar aos dados do Procon-SP: no primeiro quadrimestre de 2020 foram registrados 55.134 atendimentos a clientes que se sentiram lesados em suas compras online (aumento de 64% ante o ano anterior).
A não entrega dos produtos e o atraso no prazo previsto são as principais queixas dos consumidores. Sendo assim, precisamos focar na experiência das pessoas. Para fazer sua parte, há três fatores primordiais para otimizar o dia a dia da operação e minimizar problemas com entrega:
1 – Logística
Assim como os sellers, as empresas de logística também estão se adaptando à nova realidade do e-commerce. Portanto, pesquise os diferenciais dos prestadores desse serviço, confira sua reputação, negocie propostas vantajosas para o seu negócio e seus clientes. O rastreio de mercadorias, por exemplo, deve ser eficiente e constantemente atualizado, oferecendo mais segurança e credibilidade ao cliente – além de reduzir chamados no saque perguntando ‘onde está meu pedido?’.
Lembre-se: na logística do e-commerce, agilidade (na expedição e na entrega) e qualidade da embalagem andam juntas — afinal, além de chegar dentro do prazo o produto precisa estar em boas condições, certo?
2 – Tecnologia
Digamos que você tinha 500 pedidos/mês e, durante a pandemia, saltou para 100 pedidos/dia. Gerenciar todo esse fluxo manualmente ou com sistemas precários é praticamente impossível. Sellers, a dica é: apostar em bons sistemas de tecnologia. Não veja softwares como despesa, mas como investimento para ganhar tempo e eficiência.
A dupla hub de integração + sistema de gestão (ERP) é o alicerce para quem vende em diferentes canais (loja virtual própria, marketplaces e loja física). Com o hub você consegue visualizar toda a operação em um único lugar — controle de estoque, cadastro de produtos, emissão de documentos fiscais, API de frete e gerenciamento de anúncios são funcionalidades que fazem muita diferença no dia a dia da empresa.
3 – Equipe
Não é novidade que o sucesso nos negócios não depende somente de sistemas, mas também de pessoas. Para que a tecnologia ajude o seller a ter um bom desempenho nas vendas, a equipe precisa estar treinada e em sintonia com o DNA da marca. Ou seja, além do conhecimento técnico, invista no engajamento dos seus funcionários.
Faça com que os valores e princípios da empresa não sejam apenas uma nota de rodapé no seu site, e sim uma cultura interna. Essa sensação de pertencimento reflete em um ambiente interno mais acolhedor e num atendimento mais atencioso com os clientes, facilitando uma relação sólida para o pós-venda.
Tendências que já estão entre nós
Segundo um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), já podemos observar algumas transformações e tendências do varejo brasileiro para o pós-Covid. A principal delas é: seja essencial para os seus clientes. Eles buscam cada vez mais solução, por isso, posicione-se como referência para eles no segmento em que atua, fidelizando consumidores que poderão não apenas retornar para comprar mais como também indicar sua loja a outras pessoas.
Outro movimento identificado pelo Ibevar que faz coro ao ‘seja essencial’ é o slowlife e o consumo crítico/colaborativo. De acordo com o estudo, as compras são mais conscientes e menos impulsivas, priorizando aquilo considerado essencial.
Por último, destaque para a presença nas redes sociais. A comunicação da sua marca vende um catálogo de produtos ou experiências?
Se sua resposta foi a primeira opção, é hora de reformular a presença digital! Em vez de postar produto – oferta – produto, crie estratégias que valorizem vivências de PESSOAS. Conte histórias, abrace causas, levante bandeiras, seja engajado. Faça seu cliente se sentir parte de uma comunidade.
Ainda temos muito para aprender com a pandemia e mais ainda a observar sobre seus efeitos no varejo online, mas o seu crescimento pode começar agora.
Boas vendas, cuide da saúde e sucesso na sua jornada!