A adesão às compras online é uma realidade, afinal, o consumidor hoje conhece melhor a conveniência do digital e não pretende abrir mão dela. Contudo, uma das objeções que ainda prevalecem é a desconfiança em relação às promessas da marca, gerada, sobretudo, pela falta de contato direto com o produto.

Nos últimos anos, com o avanço das soluções tecnológicas, as lojas virtuais têm conseguido driblar melhor essa situação, empregando, por exemplo, as soluções de venda assistida.
O personal shopper virtual é um excelente exemplo. O cliente recebe um atendimento personalizado, o que permite dirimir suas dúvidas e lhe garante acesso a dicas de produtos que se encaixam melhor ao seu perfil.
Essas alternativas crescem a cada dia, como se espera no varejo omni, mas precisamos pensar na experiência do cliente durante toda a jornada de compra.
Nesse contexto, considero que o e-commerce deve redobrar os cuidados adotados na exibição e nas recomendações dos produtos, uma vez que precisamos aprimorar essas estratégias que antecedem o momento da compra.
Aplicações de IA são aliadas do e-commerce
Um dos pontos a serem consideradas no cenário atual é que essas frentes do negócio têm hoje uma aliada importante: as aplicações de IA.
Não há mais como ignorar a importância do conteúdo visual no e-commerce, uma vez que ele cumpre diversas funções.
Além de permitir que o cliente visualize com mais facilidade os diferenciais do produto, a imagem estabelece outro tipo de envolvimento com a audiência.
Pesquisas realizadas nessa área confirmam que o vídeo commerce aumenta a taxa de conversão, amplia o tempo em que o cliente permanece na loja e torna o processo de compra mais humanizado.
E hoje temos como diversificar os formatos e, assim, investir em abordagens mais personalizadas. Uma das opções é ter um vídeo em destaque, que vai aparecer para o usuário de forma flutuante no site, deixando que a pessoa opte pelo melhor momento para assistir ao conteúdo.
E, aproveitando a familiaridade do público com as redes sociais, o feed de vídeos é uma segunda alternativa importante para diversas categorias, como a de moda, beleza etc.
Nesses casos, a proposta é justamente ter na loja uma página reunindo todos os vídeos que a marca publica, por exemplo, em suas plataformas digitais.
Com o emprego da IA, é possível não apenas produzir os conteúdos com mais facilidade, mas também usar as camadas de inteligência artificial para otimizar a entrega para o usuário. O ponto central, nesse caso, é fazer uso dos dados disponíveis para segmentar a exibição, olhando não apenas para o perfil daquele cliente, mas para o contexto daquela compra específica.
E, nesse caso, a proposta é personalizar não apenas a entrega, mas a própria narrativa e os elementos visuais empregados. E isso será feito com precisão, porque considera o histórico de compra, localização e outros atributos que sejam relevantes para diferenciar o público.
Uma das vantagens, diante dos novos recursos disponíveis, é que as lojas virtuais podem contar com conteúdos de qualidade, devidamente adequados ao perfil do negócio.
É importante considerar que o aprimoramento das plataformas de e-commerce permite que a loja ofereça ao seu cliente, no site ou app, um ambiente mais alinhado com a dinâmica das redes sociais, por exemplo.
O vídeo commerce possibilita essa interação com o público numa linguagem com a qual ele já está habituado, o que tende a favorecer as taxas de conversão.
Processos de buscas devem ser refinados
Ainda refletindo sobre formas de aprimorar a experiência do cliente, outro aspecto fundamental é a possiblidade de refinar os processos de busca.
Com as aplicações de IA, é possível avançar nas estratégias. Por exemplo, ao entender como o cliente faz a busca de produtos semelhantes, a loja tem como incorporar as expressões às descrições de produto.
Um dos benefícios do emprego da IA nesses casos, além da precisão no processamento dos dados, é a possibilidade de criar conteúdos mais envolventes, otimizados e personalizados.
Ao processar um alto volume de dados, essas aplicações conseguem identificar tendências e, assim, aprimorar a abordagem que será feita do cliente nesse momento.
A proposta, claro, é melhorar a experiência do consumidor, o que resulta em maior taxa de conversão e em resultados mais consistentes também no longo prazo.
Velocidade e precisão são atributos importantes das aplicações de IA e, por isso, hoje é inadmissível que as lojas virtuais deixem de recorrer a esses recursos.
E não estamos nos referindo apenas aos textos. Como tratamos no início do artigo, com o avanço da tecnologia, a produção de imagens e de vídeos ocupa atualmente um papel central das estratégias.
Nos próximos anos, a tendência é de que os recursos se tornem cada vez mais acessíveis, o que demanda atenção dos gestores. A implementação deve começar agora, até para que se adquira mais experiência no uso dessas novas possibilidades.
A evolução da tecnologia nessas frentes tem sido acelerada, mas, como em outros momentos de transformação da atividade, as mudanças são determinadas pelo comportamento do consumidor.
Quanto mais entendemos as suas demandas, mais temos condições de personalizar as abordagens e, assim, sair na frente da concorrência.
Num cenário no qual temos recursos que nos ajudam a lidar melhor com as tarefas de rotina de um e-commerce (como as descrições de produtos), penso que o desafio é justamente investir mais no direcionamento estratégico da marca.
O que a loja pode fazer para aprimorar a exibição do produto? Como pode ter recomendações mais assertivas?
As ferramentas estão disponíveis, permitindo a criação de conteúdos autênticos e atrativos, mas essas iniciativas só serão assertivas se o e-commerce conseguir atender às exigências do seu público.
Parece simples, mas ainda vemos as lojas virtuais deixando de aproveitar os recursos porque não conseguem direcionar seus investimentos para as frentes que mais impactam a experiência do cliente.
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