Não há dúvidas de que o mundo sairá diferente do que entrou na pandemia do coronavírus. Em 2008, quando houve uma grande crise financeira, algumas empresas conseguiram se fortalecer e outras até surgiram para suprir novas demandas, como foi o caso da Uber e Airbnb. Mas a crise do coronavírus vai ser diferente: ela vai ser marcada na história não só por ter afetado as taxas de crescimento global, mas sim por ter mudado o comportamento humano.
Os empreendedores que buscam por novas soluções e farejam o “the next big thing” possuem uma janela de oportunidade — talvez única — de entender e tentar prever o que será o mundo pós Covid-19. E eles têm um grande aliado temporal nesse momento: o mercado chinês. Retomando lentamente suas atividades, a China já está mostrando diversos novos comportamentos que surgiram por conta da quarentena. Prova disso são os dados da JD.com, um dos maiores e-commerces chineses: a venda de produtos frescos online aumentou 215%, e especificamente falando de vegetais frescos, o aumento foi 450%.
Esta é uma mudança que já virou tendência global. Na Europa, aumentaram as vendas de alimentos congelados, o número de clientes online da rede Carrefour, os pedidos de delivery e a venda de serviços e produtos para a prática de exercícios físicos em casa. No Brasil, não é difícil de prever: em 2019, cerca de 30 milhões de pessoas compraram online e o faturamento do setor alcançou R$24 bilhões. Segundo dados do Compre e Confie — empresa do grupo ClearSale que trabalha com inteligência de mercado e atua no ramo de antifraude para e-commerce — com a crise, só nos primeiros quinze dias de março as vendas digitais aumentaram 40%.
Experiência de compra holística
Este aumento exponencial dos e-commerces vai mostrar de forma ainda mais clara o que nós já tínhamos percebido: a importância de uma experiência de compra holística. Aquela que permeia toda a jornada do usuário até chegar ao clique final confirmando o pagamento. Se os consumidores estão sendo privados das compras em lojas físicas, onde podem ver, tocar e manusear objetos, como fazer o processo da compra online ser tão prazeroso quanto?
É aí que entra a tecnologia. E se ela já costuma quebrar paradigmas por si só, a pandemia do coronavírus veio para acelerar esse processo. Soluções em 3D e realidade aumentada, que antes pareciam tão distante, já fazem parte do diferencial de algumas empresas — que saem um passo à frente nesse momento. Dar ao consumidor a possibilidade de uma visualização mais real do produto traz uma experiência de compra muito mais rica e acertada. E não só isso: também é uma chance de reduzir custos e aumentar o lucro das empresas. Converter seus produtos em 3D e aplicá-los digitalmente traz uma infinidade de possibilidades que teriam um gasto altíssimo com fotografias tradicionais.
No meio de toda essa reinvenção, em que patamar está o seu negócio? Sua empresa está antenada com as principais tendências do mercado e preparada para as inevitáveis mudanças que estão por vir? Toda crise traz lições positivas, e o empreendedor tem papel crucial nesse momento. Afinal, é ele quem vai ajudar a fortalecer a sociedade com soluções inovadoras.