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As fraudes no Brasil durante o primeiro semestre de 2022

Por: Marcelo Queiroz

Head de Estratégia de Mercado na ClearSale

Profissional com mais de 20 anos de experiência em Tecnologia da Informação e Consultoria, Marcelo Queiroz é graduado em Matemática pela UERJ e em TI pela FASP. Tem MBA em Branding Innovation pela Faculdade Rio Branco (SP), especialização em Tecnologia e Inovação (Design Thinking) e pós-graduação em Gestão de Projetos pela FIAP (SP). É especialista no desenvolvimento de soluções de prevenção e combate a fraudes para o mercado financeiro, e chegou à ClearSale em agosto de 2019 como executivo comercial sênior voltado para o segmento financeiro, ajudando os clientes a tomarem as melhores decisões em relação a fraudes e risco. No entanto, com atuação de grande destaque, tornou-se rapidamente o head de Estratégia de Mercado, função que exerce atualmente na empresa.

Recentemente, uma empresa especialista em soluções de prevenção e gerenciamento de risco divulgou um estudo muito interessante sobre os dados da fraude no Brasil durante o primeiro semestre de 2022. Somente no período de 1º de janeiro a 30 de junho, o país registrou mais de 2,8 milhões de tentativas de fraude, o que comparado ao ano passado apresenta um crescimento de 9%.

Agora, ao analisar em valores, o total chega a somar mais de R$2,9 bilhões, de acordo com 165 milhões de pedidos registrados no banco de dados da empresa. No comparativo com o último ano, esse número foi quase 10% maior. Para a construção do material, foram analisados mais de 165 milhões transações no período de 01/01/2022 a 30/06/2022. E no e-commerce, foram considerados apenas os pagamentos via cartão de crédito.

Confira os resultados de estudo muito interessante sobre os dados da fraude no Brasil durante o primeiro semestre de 2022.

Os dados, com certeza, refletem o crescimento de vendas no e-commerce, mas de forma tímida, comparado aos últimos anos. No entanto, é sempre importante estar atento às fraudes. Ao compararmos o primeiro semestre de 2022 aos últimos anos, houve um crescimento de forma mais retraída, e isso já era esperado por conta da desaceleração do e-commerce após o boom que aconteceu devido à pandemia. Mas essa crescente ainda é sentida e, consequentemente, as fraudes também se evidenciam, visto os crescimentos tanto de quantidade quanto de valor.

É essencial ressaltar que quanto mais brasileiros migram para o varejo digital, maior será a proporção de fraudadores no e-commerce, e as empresas precisam atentar-se a isso. Os últimos anos alavancaram a entrada desses novos consumidores. E um dos fatores que eu posso citar para esse aumento é o número de pessoas não digitalizadas ou com pouca experiência em comprar online. Isso tudo aumenta o risco do mercado. Além da questão digital, o fraudador aproveita do contexto social e de motivações emocionais para encontrar brechas. Por isso, as empresas precisam de mais recursos robustos para evitar as fraudes.

Pelas categorias mais fraudadas

Mais um ano se passou e seguimos com as mesmas categorias, só que em posições diferentes. As que mais sofreram tentativas foram eletrônicos (9,01%), celular (7,94%) e games (5,65%). Eles também foram líderes no primeiro semestre de 2021.

Quando parei para analisar as categorias mais fraudadas, cheguei à seguinte conclusão: esses grupos oferecem maior liquidez, facilidade de transporte e alta procura em mercados paralelos. Portanto, dificilmente sairão da liderança.

As regiões brasileiras

Ao olhar para as regiões, também não tive surpresas. Outra vez, o Norte (3,34%) segue apresentando o maior índice percentual de tentativas de fraudes sobre a quantidade de transações. Enquanto isso, a região Sul (1,09%) apresenta o menor índice do ranking dos estados. Mas, considerando apenas números absolutos, a região Sudeste, com 49,1 milhões de pedidos, contou com o maior número de fraudes do país.

Gênero

Por último, ao observar o gênero, o público masculino é quem mais sofre com tentativas de fraudes (2,88%), seguido por outros (2,25%). Já o público feminino apresenta (1,55%) do número de fraudes. E em termos de faixa etária, pessoas de até 25 anos foram as que mais sofreram tentativas de fraudes (3,41%), seguido pelo grupo de 26 a 35 anos (1,76%).

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