Os nascidos no século XXI chegaram! Estão começando a entrar no mercado de trabalho e, consequentemente, aumentando o poder de consumo. Os que ainda não entraram no mercado, se fazem presentes de outra forma, afinal, quem não tem um representante da geração Z na família? Aquele que pesquisa, escolhe e finaliza grande parte das compras online.
A geração Z representa esses milhares de jovens que nasceram com a tecnologia em mãos entre os anos de 1995 e 2010 que ditam as tendências do comércio atual e, por isso, estão na mira de grandes marcas e empresas do comércio eletrônico. A participação ativa deste público no varejo está levando o mercado para uma nova era na relação entre e-commerce e consumidor.
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Representando a maior parte da geração do planeta – 32% da população segundo a ONU – a chave para conquistar esse público é conhecê-lo melhor e, quando digo “conhecê-los”, me refiro a ir muito além dos fáceis estereótipos (nativos digitais e jovens viciados em smartphones).
Os “millennials” anteciparam algumas mudanças e tendências que estavam por vir. Antes do coronavírus, 30% da Geração Z já estava preocupada com os impactos da pobreza e fome. Os jovens são inclusivos e vão contra qualquer tipo de discriminação, ou seja, é natural apoiar marcas e personalidades visionarias e idealistas que, assim como eles, buscam uma quebra de padrões.
Conhecendo a Geração Z no e-commerce
É impossível fazer parte de algum grupo de pessoas sem conhecer o que elas valorizam. Falamos de uma geração que nasceu no digital, conectado e que nunca viu o mundo sem internet.
Listei seis principais características que fazem com que essa geração tenha tanto poder de influência, são elas:
Os pragmáticos
Essa geração é extremamente realista, prática e está sempre em busca de satisfazer sua necessidade financeira e enriquecimento pessoal. Seguem o pensamento lógico, autodidata e responsável.
Resumindo: vivem de forma pragmática e não veem problema nenhum nisso.
Os indefinidos
O “eu” é o reino e lugar da Geração Z, o importante é não se definir. Não veem problema em contestar e quebrar todos os estereótipos, o próprio eu é o que importa e, por isso, desconstroem rótulos valorizando a identidade fluída.
Os conversadores
Um traço extraordinário desses jovens é que, eles desconstroem mas não rompem. Dialogam, entendem e agregam uns aos outros e isso também inclui outras gerações. O diálogo é a ferramenta e a rede, o campo de conciliação. São ativistas, compassivos e empoderados.
Os selfies reais
Um jovem por volta de 18 e 20 anos se mostra por inteiro, sem máscaras. É a primeira geração que vive a ressaca da vida em rede. A superexposição e polarização sem medida dos millennials oferecem lugar à espontaneidade e à vivacidade.
Os comunas holics
Os “Zs” transitam por múltiplas comunidades e gostam de fazer parte de diversos grupos. Não importa a ideologia ou a corrente de pensamento. Sempre há um ponto de conexão entre as pessoas. Por isso, são radicalmente inclusivos, têm grande poder de mobilização e seu interesse se conecta amplamente com a diversidade.
Os Meme Thinkers
É a geração Z que adotou um novo código universal. Baseado em memes e emojis, usam a linguagem por códigos para exercitar sua capacidade crítica com leveza e humor. Uma linguagem conectada com o agora com múltiplas referências, além de gigantesco poder viral.
A geração Z busca a verdade e gosta da verdade. Como consequência disso, será consumidora apenas do que for verdade. Os desdobramentos dessa busca são evidentes, como nenhuma outra geração precedente, os Zs são realmente multitarefa: conversam com alguém, postam stories em um show, pedem uma carona por aplicativo e enviam WhatsApp para um grupo de amigos, tudo isso ao mesmo tempo.
A noção de tempo sequencial dá lugar ao tempo conectado, mobilizável. E a vida em rede deve trabalhar para expurgar tudo o que é falso ou criado.
Essas características afetam a forma como essa geração consome e interage com a marca. Para atrair esse público, a empresa deve ser honesta em termos de como opera e por que o apoia. Ficar em silêncio ou apoiar uma causa que é julgada errada pode ser um revés. De acordo com um estudo, 33% da Geração, param de comprar produtos de uma empresa que ajuda uma causa da qual discordam.
Os impactos da Geração Z no comércio online
Como já disse e todos sabemos, diferente dos antecessores, a Geração Z está acostumada com a tecnologia desde o início da vida e passam por uma série de características na hora de realizar uma compra.
Confira alguns impactos dos millennials no comércio online:
Presença constante na internet
O grupo aparece ativamente na Internet. Por exemplo, as estimativas de mercado indicam que a Geração Z pode compartilhar até cinco telas ao mesmo tempo, incluindo acessórios como computadores, telefones celulares, TVs e até relógios inteligentes.
Várias redes sociais, vídeos online, podcasts e blogs são apenas alguns exemplos desse interesse. Portanto, os varejistas precisam estar atentos a quando e por quais canais esses jovens devem ser afetados pelas atividades de marketing.
São 100% usuários do mobile
Os jovens dessa geração não são adeptos a ficar presos há um computador na hora de navegar na web. São totalmente adeptos a agilidade e mobilidade e o símbolo deles é o smartphone.
Os celulares disponibilizam um mundo de coisas para a Geração, por lá eles conseguem visualizar e-mails, acessar as redes sociais, se informar e comprar na hora que desejarem e onde estiverem. Isso se liga ao conceito mobile-first que consiste em desenvolver projetos digitais pensando prioritariamente nos dispositivos móveis.
Possuem poder de decisão e voz ativa
Diante de toda a facilidade de comprar e se informar, a Geração Z assume o posto de protagonista, influenciando, inclusive, as compras de familiares.
O escritor de livros como “Geração Y” e “Jovens para sempre” Sidnei Oliveira, diz que: “Muitos pais não admitem, mas eles sempre consultam o filho antes de comprar qualquer coisa e pedem para eles pesquisarem na internet sobre o produto”.
Por outro lado, as lojas virtuais não tem chance de errar. O jovem consumidor é extremamente crítico e não pensa duas vezes antes de fazer as redes sociais da empresa como SAC, ou partir para o Reclame Aqui, por exemplo. E para partir para a concorrência, basta um clique.
A autenticidade é ponto chave
Esses jovens estão a todo momento consumindo informações e além disso, o senso crítico faz com que eles percebam quando uma empresa conta com um discurso fantasioso ou montado artificialmente.
Estão sempre se posicionando e só comprar algo se sentirem que a marca ou empresa se importam e oferecem benefícios reais para a população em seus produtos e serviços.
As causas sociais, ambientais e culturais são abraçadas por eles.
Omnichannel é característica marcante
O crescimento do e-commerce no Brasil e no mundo não irá parar nos próximos anos. Porém, isso não significa que o consumidor Z se limita apenas ao ambiente digital.
Esse grupo é famoso por ser totalmente adepto ao omnichannel, gostam do ambiente digital mas também valorizam a experiência que o ambiente físico tem a oferecer. É importante desenvolver campanhas nos mais diferentes canais e principalmente, atingir o público com as vantagens do seu produto ou serviço.
Os diferenciais são essenciais
A geração Z não é fã do igual, do que já é “manjado”. A inovação pode ser a palavra chave para esse grupo. Por isso, marcas que se contentam com o “mais do mesmo” podem ficar para trás.
A influência dos jovens é literalmente uma teia em inúmeros segmentos. Se um deles utiliza um produto inovador ou um serviço que apresenta diferenciais, aquilo começa a ser visto nas mídias sociais e pode virar uma “febre”.
Mas também, todo o cuidado é essencial, da mesma forma que tudo que é inovador pode virar febre, tudo pode ser saturado muito rápido. Quando digo “diferencial” essa geração sabe exatamente definir o que é a palavra e não irá se contentar com o pouco.