A Black Friday é um dos momentos mais desafiadores e cheios de oportunidades para o comércio eletrônico. Com pico de tráfego e vendas e a crescente exigência dos consumidores, a preparação tecnológica dos e-commerces é fundamental para garantir uma performance robusta e satisfatória.
O seu negócio já preparou todos os aspectos tecnológicos que são essenciais para a ocasião?
O Google fez um estudo na Black Friday passada, apontando os principais pontos de atenção e melhorias necessários para sites e aplicativos. Neste artigo, reunimos os principais insights do estudo e comentamos como você pode trabalhar cada um deles.
Disponibilidade
Estar com o site funcionando perfeitamente, sobretudo na Black Friday, é um ponto decisivo que impacta diretamente tanto as vendas quanto a rentabilidade. Embora seja um fator primordial, muitos negócios ainda enfrentam períodos de timeout no dia da Black Friday.
Segundo o estudo do Google, entre os 30 grandes e-commerces analisados, oito enfrentaram algum tipo de indisponibilidade durante a ocasião. Para evitar essa situação no seu e-commerce, algumas práticas essenciais podem ser adotadas:
– Planejamento de capacidade e testes de estresse: realizar testes de carga com antecedência permite identificar potenciais gargalos e aumentar a resiliência do sistema. Simular picos de tráfego similares ou superiores aos esperados na Black Friday é crucial para preparar a infraestrutura e evitar quedas;
– Uso de Content Delivery Networks (CDNs): as CDNs distribuem o conteúdo do seu site em servidores ao redor do mundo, diminuindo o tempo de resposta e reduzindo a sobrecarga no servidor principal, o que ajuda a garantir uma melhor performance mesmo com um aumento significativo de acessos;
– Adoção de arquitetura escalável: optar por uma infraestrutura em nuvem permite que seu e-commerce escale de maneira automática conforme a demanda aumenta. Isso elimina a necessidade de superdimensionar servidores e garante que o site suporte os picos de tráfego sem interrupções;
– Monitoramento contínuo: implementar um sistema de monitoramento que funcione 24/7 durante a Black Friday é essencial para identificar rapidamente falhas e atuar antes que causem problemas maiores. O uso de alertas automáticos pode ajudar a equipe técnica a agir de forma proativa;
– Garantia de disponibilidade dos meios de pagamento: a indisponibilidade da tecnologia de pagamento durante a Black Friday pode ser determinante para a queda nas conversões. Para mitigar esse risco, assegure que sua plataforma de pagamento tenha alta disponibilidade e redundância, garantindo que o cliente tenha alternativas e evitando abandonos de carrinho devido a problemas no pagamento;
– Plano de contingência: ter um plano de ação bem estruturado em caso de falhas é indispensável. Isso inclui uma equipe dedicada e protocolos de recuperação, como a ativação de servidores de backup ou soluções de reroute de tráfego, minimizando o impacto no tempo de inatividade.
Tempo de carregamento
O tempo de carregamento é outro aspecto crucial para as vendas online, impactando diretamente na experiência de compra do cliente. Um site lento não apenas frustra o consumidor, como pode ser decisivo para que ele opte por finalizar a compra com a concorrência.
Segundo o estudo do Google, na Black Friday do ano passado, 28 dos 30 sites analisados apresentaram um tempo de carregamento satisfatório na primeira página. No entanto, essa média caiu drasticamente quando se analisou o conteúdo mais importante do site – apenas 14 e-commerces mantiveram o tempo de carregamento dentro dos parâmetros considerados ideais.
Para prevenir a lentidão no seu site, algumas boas práticas são:
– Otimização de imagens e vídeos: arquivos de mídia grandes são um dos maiores responsáveis por lentidão. Utilize formatos comprimidos de imagem e faça o carregamento de vídeos de forma assíncrona para reduzir o tempo de carregamento das páginas;
– Carregamento assíncrono de scripts: no carregamento assíncrono, os scripts são baixados e executados em paralelo com o restante da página, ou seja, eles não bloqueiam a exibição do conteúdo principal. Isso permite que a parte mais importante da página, como texto, imagens e elementos de interface, seja exibida rapidamente para o usuário, enquanto scripts secundários, como os de analytics (análises de tráfego e comportamento) ou widgets (elementos interativos extras) continuam sendo carregados em segundo plano;
– Uso de cache: implementar mecanismos de cache, tanto no navegador quanto no servidor, ajuda a armazenar dados já carregados, reduzindo o tempo de resposta em visitas subsequentes dos usuários ao site;
– Redução de requisições HTTP: minimizar o número de elementos externos (scripts, plugins e folhas de estilo) que o site precisa carregar pode diminuir o número de requisições ao servidor, melhorando a velocidade;
– Implementar uma CDN: já mencionada como uma boa prática importante para a disponibilidade, o uso de uma CDN também impacta o tempo de carregamento, ao passo que entrega o conteúdo a partir do local mais próximo ao usuário;
– Monitoramento contínuo de performance: utilize ferramentas de monitoramento de performance, como o Google PageSpeed Insights, para acompanhar continuamente o desempenho do site e identificar áreas de melhoria antes que afetem os clientes em um dia de grande tráfego.
Bugs nas páginas
De acordo com o estudo do Google, 22 dos 30 grandes e-commerces analisados enfrentaram falhas durante o processo de compra na última Black Friday. Além disso, 17 deles sofreram com deslocamentos de layout inesperados, o que pode confundir o usuário e aumentar o risco de abandono do carrinho.
Esses problemas são evitáveis com a adoção de algumas práticas recomendadas. Para prevenir ou resolver situações como essas, considere:
– Testes automatizados e recorrentes de qualidade (QA): realize testes frequentes em todo o processo de navegação e compra, utilizando ferramentas de automação para identificar bugs em diferentes dispositivos e navegadores. Isso ajuda a garantir que o fluxo de checkout funcione corretamente sob diversas condições;
– Verificação de compatibilidade cross-browser e cross-device: garanta que o site seja totalmente compatível com diferentes navegadores e dispositivos, realizando testes em navegadores populares, como Chrome, Firefox e Safari, e em versões mobile. Isso minimiza o risco de bugs que surgem apenas em plataformas específicas;
– Correção do deslocamento de layout (CLS – Cumulative Layout Shift): o deslocamento inesperado de layout ocorre quando elementos da página mudam de posição enquanto ela carrega. Para evitar isso, defina as dimensões exatas de imagens, vídeos e anúncios antes do carregamento, e use fontes e estilos que não causem alteração súbita na estrutura visual;
– Simplificação do código e do front-end: reduzir a complexidade do código HTML, CSS e JavaScript pode ajudar a prevenir bugs e deslocamentos de layout. Eliminar dependências desnecessárias e otimizar scripts contribui para um site mais estável e ágil;
– Simulação de compra e testes em cenários reais: além de testes automatizados, é importante realizar simulações manuais com o time de desenvolvimento e suporte, seguindo o fluxo completo de uma compra. Isso ajuda a detectar falhas potenciais que podem passar despercebidas por automações.
Experiência de compra
Por fim, a experiência de compra é um dos fatores determinantes para a fidelização e a satisfação do cliente. Além de otimizar o fluxo de navegação e a performance do site, oferecer uma experiência personalizada pode aumentar significativamente as chances de conversão e elevar o ticket médio. No entanto, muitas grandes operações de e-commerce ainda falham em explorar essas oportunidades:
– Apenas três dos 30 e-commerces analisados recomendam produtos com base nas buscas anteriores dos clientes;
– 17 dos 30 não oferecem recomendações de produtos complementares;
– Somente oito dos 30 e-commerces oferecem a opção de login social;
– E 14 dos 30 não enviam notificações sobre produtos esquecidos no carrinho.
A partir desses dados, fica claro que ainda existem gaps consideráveis na experiência de compra do cliente e que podem ser sanados com algumas melhorias tecnológicas:
– Personalização com base no histórico de navegação e compras: utilize algoritmos de recomendação para exibir produtos com base nas buscas e compras anteriores do cliente. Essa melhoria aumenta a chance de conversão ao oferecer exatamente o que o cliente já demonstrou interesse;
– Recomendação de produtos complementares (cross-selling): ao identificar oportunidades de venda de produtos complementares – como acessórios ou itens relacionados ao que está sendo comprado -, o e-commerce pode aumentar o valor médio do pedido e melhorar a experiência do cliente, tendo como base a personalização;
– Facilitação do login com redes sociais: a opção de login social (via Facebook, Google etc.) simplifica o processo de cadastro, o que reduz a fricção para o cliente;
– Automação de notificações sobre carrinhos abandonados: muitos negócios digitais perdem oportunidades de venda por não acompanhar clientes que abandonaram seus carrinhos. Enviar lembretes automáticos via e-mail ou notificações push pode recuperar essas vendas. Segundo um estudo da Barilliance, e-mails de carrinho abandonado podem levar a um aumento de 18,64% na taxa de conversão;
– Experiência omnichannel integrada: ofereça uma experiência de compra consistente entre diferentes canais, como site, aplicativo e loja física. Dados como histórico de compras e listas de desejos devem ser sincronizados, permitindo que o cliente tenha uma experiência contínua, independentemente do ponto de contato;
– Simplificação do processo de checkout: reduza o número de etapas no checkout e ofereça múltiplas opções de pagamento (incluindo Pix e carteiras digitais) para facilitar o processo de finalização. Quanto mais fluido o checkout, menores as chances de abandono de carrinho.
É hora de colocar em prática todos esses insights para fazer uma Black Friday 2024 de muito sucesso!