Sempre que converso sobre comércio eletrônico com alguém, procuro fazer comparações com lojas físicas a fim de facilitar o entendimento do assunto.
Mais do que falar do físico e do eletrônico, vou exemplificar a importância da união das duas pontas no planejamento do negócio, explicá-lo como um todo.
Uma loja virtual é muito mais que um site que vende. Ela contém conceitos que estimulam o consumo e procuram sempre aumentar suas vendas. Assim como as lojas físicas possuem vendedores bem preparados para atender seus clientes, sua plataforma de loja virtual deve conter os atrativos que façam às vezes desses vendedores.
Para a operação de comércio eletrônico funcionar como se espera, não podemos falar apenas sobre o que seus clientes vêem. Assim como as lojas físicas, há muito que fazer na retaguarda para que uma venda seja concretizada. A movimentação de estoque, notas fiscais de entrada e saída, receitas e despesas são ações que devem ser controladas, assim como informações de clientes, fornecedores, obrigações fiscais, tributárias e trabalhistas. Tudo deve ser controlado, tal qual em uma loja física.
Lembre-se de uma coisa. Plataforma de loja virtual é a tecnologia que possui conceitos que lhe permitem vender on-line. Para integrar e controlar os processos e departamentos da sua operação, você precisa de um sistema de gestão, também conhecido como ERP (Enterprise Resource Planning). Esse sim tem a função de gerenciar e transacionar as informações entre todos esses departamentos.
Para quem está entrando no universo virtual, o planejamento sobre a integração desses pontos é tão importante quanto ter o produto para vender. E a primeira pergunta que vem à mente é: como defino o que deve ser integrado entre minhas lojas física e virtual e quais pontos devem ter processos e estratégias independentes?
Os processos e estratégias para lojas físicas e virtuais não são exatamente iguais. Em determinadas situações se diferem bastante. Mas isso não significa que você precise obrigatoriamente iniciar sua operação com todos os processos e estratégias independentes da sua loja física. Até porque, quanto mais específico um processo ou estratégia para a loja virtual, mais investimentos serão necessários. Os resultados tendem a ser melhores, mas a definição de tais processos e estratégias pode ser uma evolução natural da operação on-line.
Para começar, tenha em mãos os seguintes dados:
1) Investimento disponível
2) Metas realistas
3) Processos existentes
E responda às seguintes perguntas:
1) Os processos da operação física podem ser aproveitados na virtual?
2) Com esses processos, as metas definidas serão alcançadas?
3) Qual a meta máxima que esses processos me permitirão alcançar?
4) Quais os fatores limitantes para o crescimento da operação?
5) Meu investimento permite a definição de estratégias específicas, automatização e integração dos fatores/processos limitantes?
Desta maneira você será capaz de identificar os principais pontos que se não integrados, poderão afetar o desempenho da operação. Além disso, será muito mais fácil dimensionar o alcance de suas metas e definir os novos processos que devam ser integrados ou desmembrados da sua operação física, para ganhar mais desempenho e, conseqüentemente, atingir as novas metas, obtendo capacidade de reinvestimento para estratégias e processos cada vez mais específicos, com resultados ainda melhores. É o início de um ciclo virtuoso.
Você deve estar se perguntando: “Pô, esse cara não falou nada que eu queria ouvir. Eu queria saber como faço para integrar, tecnicamente, minha plataforma de loja virtual com meu ERP!”. Eu respondo a você: “Exercite o que leu nesse artigo e verá que quando você sabe de verdade o que deve ser integrado, com o investimento e com um plano de expansão planejado, a discussão técnica da integração será muito mais fácil do que imagina”.