A vida, como conhecemos hoje, pode estar prestes a ser revolucionada pela tecnologia mais uma vez. O metaverso, buzzword do momento, promete criar experiências virtuais completamente imersivas e tem sido tema de debates nos mais importantes eventos de inovação mundo afora.
Na prática, o termo metaverso não se refere a um tipo específico de tecnologia. Ele consiste em uma rede de mundos virtuais formada por um conjunto de tecnologias, que visa a proporcionar aos usuários uma experiência completa de proximidade relacional e interações muito semelhantes às que acontecem no mundo físico. Ou seja, é uma tentativa de replicar a realidade e estreitar a relação híbrida do físico-digital, com foco no aprimoramento das conexões sociais.
Economia e blockchain
Alguns especialistas acreditam que uma economia completa possa existir dentro do mundo virtual, com transações de terrenos, roupas, serviços, transporte, arte digital e muito mais. Vale ressaltar que grandes varejistas, como a grife Gucci e a marca esportiva Nike, já adquiriram imóveis, inauguraram lojas ou lançaram produtos exclusivos para clientes no metaverso. Toda essa economia está ancorada no Blockchain e NFTs (non-fungible tokens).
Em síntese, o blockchain registra de maneira segura as transações realizadas online, funcionando como uma espécie de livro-caixa compartilhado e imutável. Já o NFT é um código que serve como autenticação de um arquivo digital, garantindo que ele seja único.
Impacto do metaverso
Dentro desse contexto, o impacto do metaverso para o varejo foi um dos destaques da NRF 2022, maior feira de varejo do mundo, realizada em Nova York (EUA). Líderes do setor discutiram a repercussão que ele pode ter sobre as experiências de consumo e como deve afetar as diferentes gerações.
Isso não significa, porém, que esse novo universo virtual irá explodir no curto prazo – ou que a sua empresa precise obrigatoriamente começar a investir nele. Entusiastas da proposta afirmam que o metaverso será uma realidade até o final desta década. Contudo, ainda é preciso definir questões relacionadas à privacidade e à democratização do acesso a tecnologias, como os óculos de realidade virtual. No Brasil, faz-se também necessário ampliar a disponibilidade das redes 5G, essenciais para a transmissão estável e rápida de dados nesse novo mundo.
Em meio a tantas dúvidas, uma coisa é certa: quando, de fato, o mundo real invadir o virtual, veremos uma revolução na forma como as empresas fazem negócios e se comunicam. Por isso, seja nessa nova realidade ou no mundo atual, é importante estar pronto para levar a melhor experiência possível aos seus clientes.
Naturalmente, você deve estar muito empolgado com todas as possibilidades que o metaverso pode (e vai) oferecer.
Metaverso centrado no consumidor
Mas agora é preciso que você pise no freio por um instante e considere algumas reflexões fundamentais: quem são os seus clientes? Será que seu público-alvo está preparado para uma imersão na realidade virtual?
Antes de qualquer iniciativa, é importante entender a jornada e o perfil do seu consumidor, para que você possa mapear o contexto e a expectativa dele. Não existe fórmula mágica, cada indústria precisará experimentar, de acordo com o seu core business, como poderá ampliar sua atuação e se conectar a seus clientes de formas não óbvias.
Portanto, antes disso tudo, vale questionar o que a sua empresa tem feito de concreto para garantir boas interações com os clientes hoje. Ela já consegue entregar uma experiência omnichannel? Tem capacidade de se comunicar de forma assertiva e conquistar a sua fidelidade? Já conta com processos maduros de marketing, análise, estruturação e consentimento de dados?
O metaverso pode até estar em alta, mas talvez ainda não seja o momento de pensar em uma experiência completamente imersiva dentro dele. Pode ser que sua empresa precise voltar uma casinha nesse game e começar a estruturar um roadmap com base nas tecnologias que já estão disponíveis e acessíveis.
Há muito a ser feito para manter o cliente no centro de uma estratégia bem-sucedida de negócios antes de planejar o atendimento a seus futuros avatares.
Leia também: O poder do metaverso no mercado e no Brasil