No discurso, é difícil encontrar hoje um gestor que não defenda a importância do conceito de ESG (Environmental, Social e Governance).
Compreensível, porque os fatores ambientais, sociais e de governança corporativa têm se mostrado importantíssimos para os negócios, não apenas no posicionamento das marcas (branding), mas também do ponto de vista financeiro.
Contudo, no dia a dia, nem sempre as iniciativas têm recebido a atenção e o empenho necessários por parte das empresas, o que pode ser bastante prejudicial no médio e no longo prazos.
Neste artigo, reunimos algumas informações importantes sobre o assunto, refletindo principalmente sobre dois aspectos centrais desse debate:
Três razões para priorizar as práticas de ESG agora
Para iniciarmos nossas reflexões sobre o assunto, é fundamental analisar o impacto do conceito do ESG em algumas frentes.
Comportamento do consumidor
Quem ainda tem dúvidas sobre a necessidade de posicionar a marca frente aos fatores que compõem o ESG, deve ficar atento, uma vez que temos hoje um fato incontestável: a chegada das novas gerações ao mercado de consumo.
E, como têm confirmado vários estudos, GenZ e millenials são mais engajados tanto nas questões ambientais como sociais.
A explicação é simples: esses grupos já nasceram num ambiente marcado pelos problemas gerados, por exemplo, pela falta de atenção da sociedade com a questão da sustentabilidade, pensada aqui em todas as suas dimensões.
Além de serem mais críticos e cobrarem posturas adequadas das empresas, esses jovens são mais conectados e bem-informados. Ou seja, têm acesso a informações e conseguem, via plataformas digitais, acompanhar o desempenho de suas marcas preferidas.
Branding
Essa mudança de comportamento por parte do público impacta diretamente na percepção que os novos consumidores formam sobre as marcas.
Ou seja, dificilmente uma marca conseguirá trabalhar o seu branding sem definir propósitos que, de uma forma ou de outra, envolvam os conceitos de ESG.
A boa notícia é que, como veremos mais detalhadamente no próximo tópico, iniciativas bem formuladas nessa área têm refletido positivamente nas propostas de valor das marcas.
E, nesse caso, não estamos falando apenas da relação mantida com os consumidores, mas também com os colaboradores.
Vale lembrar que a ascensão dessas novas gerações não acontece apenas no mercado de consumo. Esses jovens estão entrando no mercado de trabalho e têm dado preferência às empresas que investem em boas práticas nas áreas ambientais e sociais.
Mercado financeiro
No passado, essa discussão sobre esses temas estava muito restrita a determinados grupos da sociedade, como ambientalistas ou mesmo filantropos.
As mudanças foram bem significativas nos últimos anos, e hoje o assunto é prioridade nos relatórios financeiros.
Alguns dados que confirmam isso:
O que o consumidor brasileiro pensa sobre o assunto?
Essas dimensões tratadas acima fazem parte dos debates globais sobre a adoção do conceito de ESG.
Entretanto, muitas vezes, os gestores tendem a acreditar que elas fazem parte apenas do ambiente das grandes empresas e/ou que ainda não têm tanta relevância no mercado brasileiro.
Para entender melhor o que está ocorrendo no país, o Google acaba de divulgar um amplo estudo sobre o assunto. A pesquisa foi feita em parceria com a MindMiners e o Sistema B.
Vale a pena analisar alguns dos dados apurados:
ESG: Como adotar o conceito?
Refletindo sobre as medidas que podem ser adotadas pelas empresas, o próprio estudo traz alguns insights importantes, recomendando, por exemplo, que as marcas definam suas estratégias e comunicação com base nos pilares do ESG.
Outro aspecto fundamental são as parcerias com as instituições que estão à frente de projetos nessa área, o que pode facilitar a adoção das iniciativas.
A partir da experiência com nossos clientes, podemos acrescentar mais dois itens a essa lista:
Como citamos lá no início, é difícil encontrar quem ignore a importância dos fatores ambientais, sociais e de governança, até porque isso significa ficar alheio a um debate que está muito presente no ambiente corporativo.
Contudo, é importante que as empresas intensifiquem os investimentos, até para que consigam melhorar a proposta de valor de seus produtos e serviços e atender às novas gerações.
Nem sempre será preciso começar com grandes aportes de capital, uma vez que medidas simples, como as adotadas nas áreas de D&I (diversidade e inclusão), podem ser implementadas de forma gradativa.
O mesmo raciocínio é válido para os fatores ambientais. Projetos voltados para a neutralização das emissões de carbono tornaram-se mais acessíveis e podem ser um primeiro passo para as mudanças que precisam acontecer nas companhias.
O fundamental, como confirmado no estudo, é analisar os pilares do ESG com mais atenção e trabalhar na sua implementação.