O mercado de e-commerce ainda engatinha. Desculpe, mas essa é a minha percepção. Estamos na metade de 2020 e ainda tem empresário, e grande, que precisa ser convencido que a marca dele precisa estar no e-commerce. Há muitos departamentos que acreditam que e-commerce é plataforma, produto e marketing. Quantos gestores de e-commerce não têm a menor noção do lucro por produto que vende, e aí coloca o famoso “frete grátis” para aumentar as vendas, mas, no fim do dia, pagou R$ 20,00 para que a pessoa comprasse o produto dele, afinal, e-commerce é Google, redes sociais, plataforma, meio de pagamento e ficar gerindo o SAC para não da problema.
Diante desse cenário, entender que o marketplace ainda é uma tendência no Brasil, infelizmente, faz tanto sentido como pedir uma porção de fritas junto a um x-burguer. Entretanto, não se pode generalizar, afinal, há muitos gestores e gestoras fazendo trabalhos incríveis nesse mercado. Quem trabalha bem cresce. Isso é fato!
Estudos do mercado
Aqui na FM CONSULTORIA, estamos criando um projeto de marketplace para uma grande marca de mídia, por isso fizemos uma pesquisa muito minuciosa, com dados interessantes que podem ajudar você a defender uma marca a criar o seu. Não tenha dúvida, marketplace não é uma tendência, é uma realidade. E há tempos. E outro ponto: marketplace não é apenas o Mercado Livre, Magazine Luiza ou Submarino. O seu e-commerce pode ser um marketplace!
Segundo pesquisa da PwC, 95% dos consumidores que realizaram uma compra online em 2019 o fizeram por uma plataforma de marketplace. Das dez maiores lojas virtuais do Brasil, apenas O Boticário não entra na categoria de marketplace. Magazine Luiza cresceu 300% em vendas depois que se tornou um marketplace, ou seja, reforçando, a sua loja pode, sim, virar um marketplace. Aqui na consultoria, nós entendemos que, quando você pensa no universo do consumidor e não apenas na marca, tudo faz mais sentido.
Crescimento do mercado
Segundo um estudo do Webshoppers, quase 148 milhões de produtos foram vendidos de forma online no ano passado, com quase 62 milhões de pessoas comprando, sendo que 43% das compras já são mobile. Em breve, esse número está perto dos 100%. Duvida? Bem, aproximadamente 85% dos acessos, hoje, das lojas online já são feitos pelo mobile.
O marketplace cresceu 20% em 2019 versus 2018, ao passo que o e-commerce B2C cresceu 12%. Segundo a pesquisa que a FM CONSULTORIA levantou, a modalidade de marketplace já fatura mais que as vendas das lojas virtuais tradicionais e cresce mais, percentualmente, do que as lojas tradicionais (B2C).
Por volta de 82% das marcas querem estar no marketplace para crescer as vendas, um ponto meio óbvio, afinal, o grande diferencial na venda é que o produto pode estar disponível aos milhões de pessoas que acessam diariamente a B2W ou a CNova. No entanto, 68% querem aumentar a base, o que é muito importante pensando no relacionamento e, por fim, 42% querem fortalecer marca, um dado me deixa feliz, pois mostra que há uma parcela de pessoas dentro desse universo que entende que a marca é importante para uma loja.
Você tem dois mil reais, compra uma TV Samsung no Ponto Frio ou compra uma TV XPTO na Loja do Zezinho? Pense em marca! Sempre.
Pense em pessoas
Você é uma empresa que vende bicicletas e acessórios. Se você pensar apenas no seu negócio, venderá sempre bicicleta e guidão, mas, se você pensar que as pessoas gostam de andar de bicicleta ouvindo música, talvez você possa fazer uma parceria com o Spotify e vender assinaturas, com uma pequena remuneração. Caso você entenda que as pessoas gostam de andar de bicicleta na praia, vender boné, óculos de sol, protetor solar e bebidas hidratantes pode ser interessante.
Se a pessoa gosta de andar de bicicleta em grupo, talvez vender um e-book com um guia de destinos seja uma boa. E como vender isso? É marketplace, ou seja, fechar uma parceira com o Pão de Açúcar poderá fazer você vender alguns itens no universo das pessoas!
Quer entrar no marketplace? Planeje!
Gostou de tudo o que leu aqui? Os números são favoráveis? Vai ao encontro do que você sempre pensou? Ótimo, mas não acredite que amanhã você vai entrar no marketplace só porque a sua plataforma possibilita isso!
Planeje! Pense, pesquise, estude. Converse com seu público, com seus parceiros, com seu time. Entenda a demanda, veja o que faz sentido para o universo do seu consumidor. Não adianta a marca que vende bicicleta querer vender uma lasanha da Sadia ou uma caneta da Montblanc – isso pode, sim, fazer parte do universo do consumidor, mas não da marca. Equilibre isso, fazer sentido para o consumidor é importante, mas fazer sentido para o consumidor e para a marca ao mesmo tempo, faz mais sentido ainda!