Logo E-Commerce Brasil

Omnichannel, resiliência e IA: aprendizados do VTEX DAY 2023

Por: Marina Kan Mei

Jornalista e Analista de Marketing de Conteúdo no Pagar.me

Jornalista pós-graduada em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM, é especialista em produção de conteúdo sobre e-commerce e empreendedorismo digital.

Com a participação de especialistas reconhecidos internacionalmente no mercado de e-commerce e tecnologia, o VTEX DAY 2023, um dos maiores eventos de digital commerce do mundo, aconteceu nos dias 5 e 6 de junho, em São Paulo.

Dentre as tendências e casos de sucesso discutidos no evento, a omnicanalidade, a inteligência artificial e a resiliência se destacaram como os principais temas abordados.

Estive presente no evento e, a seguir, compartilho os principais aprendizados que tivemos nos painéis e palestras do VTEX DAY.

1. Omnichannel é a palavra de ordem no pós-pandemia

Se, durante o período de pandemia, presenciamos uma expansão acelerada do digital em detrimento do físico, uma das tendências para os próximos anos é a convergência das taxas de crescimento do e-commerce e do varejo em geral.

Foi isso que apontou Zia Widger, Chief Content Officer da Insider Intelligence, em sua palestra, reforçando a importância da omnicanalidade para oferecer uma experiência cada vez mais prática e completa para os consumidores.

Nos dois dias do evento, foram várias as empresas que apresentaram os resultados que têm obtido a partir de suas operações omnichannel, desde lojas tradicionais do varejo físico até marcas nativas digitais.

Alguns exemplos foram Usaflex e O Boticário, que destacaram principalmente a importância da gestão de estoque integrada, com o uso das franquias como minicentros de distribuição para facilitar a logística.

Já um exemplo de marca que começou a explorar as oportunidades do mundo físico foi o marketplace de cosméticos Beleza na Web. Com foco na experimentação, a empresa inaugurou suas primeiras lojas presenciais para promover uma experiência diferenciada e complementar para seus clientes.

A omnicanalidade também foi abordada por marcas D2C, como Adidas e Electrolux, que afirmaram que o modelo de vendas direto ao consumidor deve ser tratado cada vez mais como um ecossistema de canais integrados para otimizar a jornada do cliente.

2. Inteligência artificial já faz parte da agenda das empresas

Estamos vivendo um momento de popularização da inteligência artificial (IA), com o lançamento de ferramentas que têm facilitado o acesso e o uso dessa tecnologia, como é o caso do ChatGPT.

Nesse contexto, a IA já se tornou uma prioridade para as empresas, que têm como principal desafio capacitar seus profissionais com as competências necessárias para lidar com a tecnologia.

No VTEX DAY, marcas como Whirpool, Magazine Luiza e St.Marché explicaram como estão aplicando a IA em suas estratégias. Dentre as aplicações estão a otimização da performance de anúncios pagos, a precificação, o atendimento ao cliente, a melhoria do sortimento de produtos e a produção de conteúdos digitais.

Com o crescimento exponencial do mercado de inteligência artificial, sai na frente quem já começar a entender como a tecnologia pode ser utilizada para oferecer soluções que melhorem a experiência do consumidor.

3. Resiliência e agilidade são essenciais para o sucesso a longo prazo

Diante das constantes transformações e inovações que têm marcado o varejo como um todo, resiliência e agilidade foram citadas como duas competências fundamentais para garantir o sucesso do e-commerce nos próximos anos.

Dentre as tendências do comércio digital elencadas por Zia Widger está justamente a redução do prazo de adoção de tecnologias disruptivas. Como exemplo, o ChatGPT bateu o recorde de solução que conquistou 100 milhões de usuários mais rapidamente, alcançando o marco em somente dois meses de lançamento.

Nesse cenário de alta velocidade e também de preocupações com o contexto macroeconômico, surge o conceito de resilient commerce.

Introduzido pela Diretora de Pesquisa para Comércio Digital Mundial da IDC, Heather Hershey, o chamado comércio resiliente consiste em uma maneira de construir negócios que sejam “à prova de futuro”. Algumas estratégias para alcançar essa resiliência são:

– implementar a onipresença de canais, vendendo onde quer que os consumidores queiram comprar;
– proporcionar experiências de compra únicas e personalizadas, a partir da unificação de dados do negócio;
– investir em estratégias complexas e na automatização de processos.

Do ponto de vista da tecnologia, a palestrante também destacou a importância do headless commerce, ou seja, uma arquitetura na qual o front-end é desacoplado do back-end, e de tecnologias modulares. Assim, a empresa tem mais flexibilidade para integrar soluções via API de acordo com as suas necessidades.

Em resumo, podemos dizer que o grande aprendizado do VTEX DAY foi que o comércio eletrônico tem se reinventado de forma acelerada.

Sendo assim, é imprescindível se manter em dia com as novidades e tendências tecnológicas e comerciais do setor. Essa é a mentalidade que os negócios devem adotar para se manterem competitivos no mercado e otimizarem cada vez mais os seus resultados.