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Pelo fim da ginástica do Pix na experiência do e-commerce

Por: Rogério Signorini

Diretor de Produtos e-commerce da Fiserv para América Latina, Signorini tem mais de 25 anos de experiência em gerência geral, inovação, e-commerce, canais digitais, desenvolvimento e gerenciamento de produtos, vendas e desenvolvimento de novos negócios. O executivo é motivado a promover mudanças no ‘status quo’ das empresas, propor novas soluções e questionar a maneira como os negócios são feitos. Tem bom relacionamento interpessoal, abordagem pragmática nos negócios com visão sistemática e processual. Também é empreendedor - orientado para resultados com forte foco no cliente, com experiência em solução de problemas e gerenciamento de conflitos. Antes de se juntar à Fiserv, atuou por anos em outras empresas do setor de meios de pagamento, como Cielo, Visa e Braspag. É formado em engenharia química pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), com especialização em administração industrial pela mesma fundação e especialização em gerência pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui MBA em Marketing Global pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e uma especialização em inovação em produtos pela Harvard Business School.

O Pix transformou o mercado de transações e conquistou uma grande parcela de brasileiros mais abertos a tecnologia. Não é à toa que, com pouco mais de um ano do seu lançamento, já se destaca entre os meios de pagamento preferidos de quase um quarto da população, de acordo com a pesquisa “Experiência Brasileira com Serviços Financeiros” realizada pela Fiserv. O sucesso da modalidade é incontestável e confirma que o Pix mudou de vez a forma como o brasileiro faz pagamentos. Afinal, o sistema já é usado por 71% da população, que registrou 380 milhões de chaves, segundo o Banco Central (BC). Recentemente, aliás, a entidade também divulgou um recorde de 52,4 milhões de operações em um único dia.

Divulgação/Fiserv

Portanto, o pagamento instantâneo é uma tendência no Brasil e uma realidade em mais de 50 países pelo mundo — que, atualmente, também possuem um sistema de transferências imediatas para o cliente final. Apenas como curiosidade, quando o Pix foi lançado no Brasil, em novembro de 2020, a Índia era um dos países que liderava o ranking de maiores números de transações instantâneas. Foram mais de 40 milhões de transações em tempo real por dia. Isso ocorreu após o país ter passado por um processo de inclusão de milhares de indianos sem conta em banco e contar com dois sistemas de pagamento em tempo real: o IMPS (como o TED brasileiro) e o UPI (Interface Unificada de Pagamentos).

Há um ano, a China se destacava pelo duopólio dos aplicativos WeChat e AliPay — alguns estudos dizem que a soma de Alibaba com Tencent chegou a atingir 90% do mercado. Entretanto, quando lançamos o Pix, eles não tinham batido 40 milhões de transação em tempo real por dia.

No Brasil, o Pix também chegou para mudar o comportamento dos consumidores. Antes, pensar que poderiam diminuir o uso dos meios de pagamento físicos (como cartão de crédito e débito) para utilizar um meio digital, estava longe de ser realidade. Mas, com a pandemia e o isolamento social, o processo da digitalização foi acelerado. Embora as transações com Pix venham crescendo em ritmo alto, ao redor de 30% ao mês, o sistema de pagamentos e transferências de valores tende a se expandir ainda mais. Perspectiva que fica clara quando olhamos para o total das operações realizadas de pessoas para empresas: apenas 17%.

Pix Saque, Pix Troco e Pix Cobrança já estão disponíveis e estamos todos ansiosos pelas próximas novidades do Banco Central. Sim, tanto o Pix internacional como o offline prometem acelerar este avanço e contribuir para o potencial democrático do meio de pagamento instantâneo que ganhou o Brasil. Entretanto, as perguntas que virão após o sucesso da adesão do Pix são: c

  • como você, gestor de e-commerce, está pensando em trazer a experiência do pagamento instantâneo para a sua plataforma?
  • qual é o apoio de soluções tecnológicas para oferecer mais essa facilidade para o seu cliente?

Pensar nas conexões, facilidade de integração por APIs na adoção do Pix entre os diversificados meios de pagamento é importante. Porém, outros aspectos do ponto de vista e de negócios também devem ser considerados. Quando olho para dentro, destaco a escolha de um parceiro agnóstico que ofereça a flexibilidade de trabalhar com diferentes adquirentes. Ou seja, permitindo que a escolha seja do varejista apoiado pelo integrador, quando houver esse importante intermediador que agrega valor na construção do modelo de negócio. Resumindo: trocar, alterar, ter um adquirente de “plano B” para mudar a rota com agilidade caso seja necessário.

E, externamente, pensar na experiência do cliente e na sua jornada. Ou seja, refletir sobre os desafios de promover um checkout mais fluído, integrado. Neste caso, com o Pix como um meio integrado ao e-commerce com inicializador de pagamentos. Indo além: que um simples push no app de um mobile banking possa ser o aceite para autorizar uma compra segura.

Pelo fim do: põe no carrinho; abre o app do bank; lê o código de barras do Pix; digita a senha do banco; reconhece a transação com uma senha ou o polegar; recebe um SMS; recebe um e-mail comprovando a compra e recebe o produto em casa. Queremos o produto no carrinho, compra concluída, mas sem fazer o consumidor suar!