Há quem diga que aceleramos em 5 meses o cenário digital brasileiro, o que demoraríamos 5 anos para executar. Acho difícil prever algo desse tipo, mas os números comprovam que nunca antes na história desse país existiram tantas lojas virtuais ativas e tantos consumidores ativos no mundo digital.
Segundo a ABComm, foram 107 mil novas lojas online criadas no Brasil entre 23 de março e 31 de maio. Dados da Nielsen, Comscore, Global Web Index, Kantar e MindMiners foram compilados em uma publicação da Infobase Interativa. Eles mostram que 13% da população comprou pela internet pela primeira vez.
Mas, o que isso tudo tem a ver com audiência?
Segundo dados do Sebrae, 72% das pessoas que concretizam compras em lojas virtuais de PMEs chegam até elas por meio das redes sociais. Ou seja, as milhões de marcas estão disputando apenas uma coisa: a atenção das pessoas.
As marcas viraram mídia
Uma pesquisa da Fleishman Hillard apontou que 70% dos consumidores globais dizem procurar orientações e informações por meio das marcas — e que esse tipo de informação prática é a expectativa mais fundamental das marcas neste momento.
Agora as marcas não possuem apenas o desafio de comunicar a missão, visão, valores e suas ofertas de produto. Elas ganharam o desafio de educar seus consumidores. E, por meio de sua comunidade de clientes, transferir cultura e conhecimento sobre o mercado em que atuam.
Os canais sociais (Instagram, Facebook, YouTube, Twitter, entre outros) deixam de ser apenas uma ferramenta de performance e aquisição. Hoje, se transformam na plataforma de comunicação que contribui para a construção da marca e a torna mais forte no ambiente digital.
Os clientes viraram mídia
Segundo a mesma pesquisa da Fleishman Hillard, 80% dos entrevistados aumentaram o uso de mídia social e 72% disseram que a mídia social se tornou um meio de alívio cômico, fazendo com que se sintam capazes de superar o momento atual.
Eles passaram de “consumidores de conteúdo” para “produtores de conteúdo”, não à toa o Brasil é o país que mais produz stories no mundo, ou seja, compartilhar a vida, os bons e maus momentos nas redes sociais, virou um hábito da maioria.
As marcas deixam de controlar sua reputação e passam apenas a reagir aquilo que é produzido e publicado pela sua comunidade e pelos seus clientes.
Considerando o aumento da produção de conteúdo dos consumidores em suas mídias sociais pessoais, uma porta se abre para as marcas se posicionarem como co-produtoras deste conteúdo autoral.
As marcas passam a poder explorar a “mídia espontânea” de maneira proposital com embalagens de produtos que incentivem a publicação. Com uma experiência de entrega como dos cartões Nubank, onde os consumidores são incentivados a compartilhar que seu “roxinho” chegou; ou pelos desafios virais com as dancinhas no TikTok, plataforma muito explorada nos últimos meses pelos artistas musicais.
As marcas passam a ser a voz e o parceiro ideal para seus clientes terem voz.
Todos viraram influenciadores
Antes visto como privilégio daqueles que possuíam milhões de seguidores, o mercado de marketing de influência entendeu que quanto menor o número de seguidores maior a sua taxa de engajamento e envolvimento dos seguidores. Ou seja, é muito melhor contratar um exército de micro ou nano influenciadores, do que apostar todas as suas fichas em uma única celebridade para sua campanha.
Com isso, todos se tornam influenciadores. Uns com maior alcance, outros com menor alcance, mas todos com poder de influenciar na escolha por uma marca.
Segundo dados da Global Web Index, 52% dos consumidores valorizam conteúdo bem humorado de seus influenciadores; 44% conteúdos informativos; e 37% mais autenticidade e realidade.
O desafio não está mais no alcance que sua marca ou que sua ação possuem. Agora, ele está na profundidade que sua marca consegue atingir na relação com seu consumidor.