Em 2020, o e-commerce brasileiro obteve crescimento de 41%, dobrando sua participação no varejo nacional, segundo o relatório Webshoppers, do Ebit|Nielsen. E ao que tudo indica, esse crescimento não vai parar tão cedo. Afina, a previsão da consultoria Goldman Sachs mostra aumento médio anual de 23% nas compras online até 2024, quando o segmento deve corresponder a 20% do mercado varejista.
Isso é reflexo direto da aceleração digital provocada pela pandemia da Covid-19 a partir de março de 2020. Não há dúvidas de que as perspectivas são positivas, mas é preciso analisar todas as mudanças ocorridas. Afinal, em pouco mais de um ano, o comércio eletrônico não é mais o mesmo. Separei a seguir os principais impactos que já mobilizam empreendedores atuantes neste modelo de negócio:
1 – Envolvimento em um ecossistema de comércio
Hoje, o e-commerce já deve ser visto como engrenagem importante dentro de um cenário maior, o varejo. A ideia de montar uma loja virtual como um canal totalmente separado das demais iniciativas da marca não faz mais sentido. O segredo por trás do sucesso de grandes marcas é justamente a criação de um grande ecossistema varejista. Ou seja, deve ser capaz de integrar os canais online com a loja física, os centros de distribuição, os setores de atendimento, entre outros. E isso é possível graças à utilização de dados e tecnologia que permitam a marca e seus consumidores trafegarem de um ambiente a outro.
2 – Automatização e robôs em todos os processos
As soluções tecnológicas, aliás, são cada vez mais imprescindíveis no cenário de aceleração digital que vivemos. É preciso automatizar todos os processos e, para isso, contar com robôs que possam extrair inteligência e informações para facilitar ainda mais o trabalho dos gestores. Isso vale para situações mais corriqueiras, como os chatbots no atendimento, até às mais complexas, como plataformas que agilizam o departamento logístico com a entrega de produtos a partir da loja física, se for o caso. O importante, portanto, é ganhar tempo para se dedicar a questões mais estratégicas e cruciais para o negócio.
3 – Personalização constante em prol da experiência
A experiência e a jornada dos consumidores já guiam o planejamento do e-commerce atualmente — e certamente irão ditar as regras no futuro! Com mais pessoas comprando online (por necessidade ou comodidade), é essencial saber se relacionar com elas para que voltem a comprar de sua marca. Isso implica necessariamente oferecer produtos, serviços e atendimento personalizados, de acordo com os desejos e as necessidades de cada consumidor em cada etapa de sua compra. Tudo para oferecer a melhor experiência e fidelizar esse usuário.
4 – Compliance e responsabilidade social
Conforme o comércio eletrônico avançou e se consolidou no cenário brasileiro, novas regras, normas e leis surgiram para regulamentar esse mercado. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que completa um ano esse mês, simboliza essa preocupação das autoridades em garantir segurança jurídica às informações digitais. Assim, as empresas que comercializam seus produtos e serviços nos canais online devem reforçar a preocupação com o compliance, boas práticas de governança e até responsabilidade social para atrair consumidores e investidores.
5 – Antecipação de demandas e tendências
A distância entre a descoberta de tendências do comércio eletrônico e sua utilização no dia a dia do negócio precisa ser encurtada cada vez mais. Isso deve ocorrer a ponto de até gestores e profissionais preverem situações antes que elas possam acontecer. Afinal, a competitividade pela atenção do consumidor já é intensa nos canais digitais. Ou seja, empresas que se antecipam às demandas saem na frente de seus concorrentes. Isso é possível por meio da análise de dados e, claro, da utilização de tecnologias como inteligência artificial, permitindo cruzar e combinar diferentes informações sobre a empresa, o mercado em si e seus consumidores.