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Principais tendências para o e-commerce

Por: Lucas Duarte

Há mais 10 anos atuando no mundo online, com experiência nas áreas de criação e planejamento em redes sociais, branding, estratégias em mídias de performance online, marketplace, implantação de lojas online e processos ominichannel. Já atuou como estrategista de ecommerce na Híbrido, coordenador de ecommerce nas lojas Havan e gerente de ecommerce nas lojas Koerich. Hoje atua à frente da DChips - E-commerce e Marketing.

Como o meio de e-commerce é praticamente 100% ligado ao de tecnologia e ainda em desenvolvimento, é normal que ele sempre esteja acompanhando várias tendências. Assim, levantei tendências de tecnologias/processos que precisamos acompanhar para logo* adaptar nas operações aqui no Brasil.

*Existe diferença entre aposta e tendência, as que levantei neste artigo já são utilizadas em suas operações por alguns grandes players, principalmente fora do Brasil, ou seja, já foram validadas. Então, é questão de tempo para estarem acessíveis ao pequeno lojista, porque esses podem ser diferenciais de crescimento para o seu negócio online.

Tendências de tecnologias/processos que precisamos acompanhar para logo adaptar nas operações aqui no Brasil.

Integração de canais online e físicos

Falar de omnichannel já não é novidade, principalmente com o crescimento das vendas online dos players do varejo físico, usando a sua força de lojas e pontos de vendas como impulsionadores.

Mas acredito que o conceito de integração e omnicanalidade é muito mais do que apenas habilitar a opção de retirada em loja, por exemplo, mas também de a sua marca ter uma presença física. Ainda existe uma desconfiança do consumidor online, isso é fato, então fomentar a sua marca para além do online deve ser uma atitude necessária.

Você, que tem loja online, deve abrir uma loja física? Se for possível, sim, hehe, mas além disso pensar em ações de marketing offline ou ter algum contato físico com o seu cliente, seja na compra ou na devolução.

Busque participar de forma ativa do dia a dia do seu cliente, e não fique contando apenas com anúncios patrocinados em ads.

Meios de pagamento

Dentro de todas as áreas que envolvem ao e-commerce, a parte de pagamento é minha aposta para ser, junto com logística, a que mais deve ter mudanças para os próximos anos.

Se olharmos poucos anos para trás, o Pix nem existia e o mercado de carteiras digitais ainda não era popularizado. Hoje, já fazem parte do nosso dia a dia. Com o Pix e boleto, surgiram as possibilidades de parcelamento, excelentes para quem não tem tanto limite de crédito.

Falando em crédito, principalmente com o crescimento das carteiras digitais integradas com os celulares, com várias possibilidades de cartões e já com crédito liberado, acredito que os próximos passos sejam as carteiras digitais atuando como gateways de pagamento, com um processo ágil e dinâmico.

Com sinergia ao meio digital, as criptomoedas também tendem a fazer parte da operação de venda de um e-commerce – vejo potencial principalmente para desburocratizar a questão de pagamento.

Cross border

A grande vantagem da venda por e-commerce é que você não tem limites geográficos para vender, se comparado a uma operação de loja física. Pensado dessa forma, não teriam motivos para não vendermos produtos para todo o mundo, certo? Médio.

Entendo que no Brasil existe uma questão de tributação e imposto para importar e exportar um produto, sendo até muito burocrática. Mas ser um e-commerce que faz operação de cross border, fora do Brasil, já é uma prática muito comum, tanto que, em uma pesquisa da Webshoppers n°45, 68% dos compradores realizaram compras em sites estrangeiros em 2021. E esse é um dado preocupante, vendo que é um dinheiro que está sendo movimentado para fora do Brasil.

Live commerce

Mesmo que praticamente todo o processo de venda em um e-commerce seja “automático” pela praticidade, quando se pensa em clientes, todos gostam de se sentir exclusivos e parte do negócio. Vejo a  ideia do live commece como uma tendência de humanizar a imagem da marca com uma comunicação direta e presente com o seu consumidor.

O conceito de estar ao vivo, oferecendo algo que acontece apenas naquele momento e interagindo com quem está assistindo, é superforte para a conversão, tanto que, segundo pesquisa feita pelo Grupo Bittencourt, a taxa de conversão do live commerce é de 16%, enquanto que a do e-commerce tradicional é de 2%.

Compra por voz (voice commerce)

Queremos cada vez mais praticidade nas ações diárias. Sendo assim, muitas vezes, pensamos apenas em mandar uma mensagem de voz pelo WhatsApp em vez de escrever um texto; ou perguntar para Siri ou Alexa que horas são em vez de olhar no relógio. Portanto, o que impede alguém de buscar ou fazer um pedido de compra apenas pedindo para o seu assistente de voz?

Dentro todas as tendências citadas, eu vejo essa sendo a menos incluída na rotina de uma operação de e-commerce, tanto que, em pesquisa realizada pela Uberall, apenas 4% das plataformas de e-commerce oferecem a otimização necessária para realizar compras por voz. Um dado preocupante, mas também pode ser um diferencial de quem se adaptar.

Como comentado no início, algumas dessas tendências já estão em pontuais operações no nosso dia a dia, mas ainda vejo muito chão para percorrer no mercado de e-commerce no Brasil. Acompanhar essas tendências e traçar um plano para pelo menos tê-las no seu projeto serão diferenciais para quem quer crescer no online e no físico.

Leia também: Quais tendências estão conquistando o e-commerce brasileiro?