Os R$ 450 investidos em 1997 na Amazon teriam se transformado em quase R$ 6 milhões. É um crescimento assustador (e mesmo que você tire o câmbio da equação, vira US$ 450 viram US$ 1 milhão), mas que mostra que a empresa é a varejista mais inovadora do planeta. A empresa desde a fundação foi comandada por Jeff Bezos, que agora sai da posição de CEO.
E em sua última carta como CEO, Bezos reconheceu a riqueza que a empresa criou tanto para seus acionistas quanto para ele. Ao mesmo tempo, escreveu que “seu objetivo deve ser criar valor para todos com quem você interage”. Isso acontece depois dos trabalhadores da empresa quase votarem pela criação de um sindicato.
De acordo com Bezos, a empresa em 2020 criou US$ 91 bilhões em “valor” para seus funcionários (US$ 80 bilhões em salários mais benefícios e impostos sobre a folha de pagamento), em comparação com US$ 21 bilhões para os acionistas. Há uma disparidade enorme aí, naturalmente.
Bezos, por exemplo, vendeu mais de US$ 10 bilhões em ações da Amazon no ano passado. Em comparação, um funcionário do armazém trabalhando em tempo integral ganha US$ 15 por hora. Só que Bezos não está satisfeito, ele quer mais! Quer transformar a Amazon no melhor lugar para trabalhar do mundo.
Na carta, ele aponta para os esforços para reduzir as lesões no local de trabalho, reduzindo o trabalho repetitivo que pode levar a tensões musculares e entorses. Bezos também observou os esforços ambientais da Amazon, incluindo compras de energia renovável e investimentos em veículos elétricos.
Mas o principal ponto escondido na carta de Bezos é o fato de que ele quer transformar a Amazon no melhor lugar para trabalhar no mundo. E como ele vai conseguir isso? Transformando a Amazon em uma máquina de eficiência, o que vai trazer benefícios imensos também para os usuários.
É uma obsessão de Bezos digitalizar e automatizar tudo que é possível. Os empregos que são ruins na Amazon não vão magicamente melhorar, apenas serão substituídos por máquinas e sistemas autônomos. Os caminhões de entrega serão cada vez mais autônomos. Ou seja, irão requerer cada vez menos interação humana. Aliás, a mesma coisa acontecerá dentro dos centros de distribuição — robôs vão fazer a separação dos pacotes, não mais os humanos.
Isso deverá fazer com que a Amazon tenha preços ainda mais competitivos, beneficiando o consumidor. Os empregados que sobrarem serão de um nível de sofisticação mais elevado, recebendo melhores salários e melhores condições de trabalho do que os de atualmente — que poderão ser retreinados e colocados em novas funções.
Há um motivo para a Amazon registrar essas altas expressivas na bolsa de valores: ela é o futuro do varejo, cada vez mais automatizado, eficiente e rentável.