Encerrando o auditório de Tecnologia e Inovação, no Fórum E-Commerce Brasil 2024, Fabio Akita explora os pormenores e diferentes perfis dos profissionais de tecnologia e programação, trazendo sua personalidade única ao palco.
Akita começa sua fala contando sobre seus tempos de faculdades. Desenvolvendo códigos nos anos 80, hoje com mais de vinte anos de experiência, os professores costumavam ensinar o básico da programação: cálculo, álgebra e espaços lineares. “Não tinha internet, não tinha iphone, ChatGPT e nem inteligência artificial”, explica o palestrante.
O desenvolvedor conta que, ao longo dos últimos treze anos, o crescimento das startups – sem interrupções – ocasionou em uma mudança de paradigma, e em breve “todo mundo queria virar programador”. Por conta disso, em 2018, o convidado diz que criou o Akitando, um canal no Youtube para ensinar às pessoas o que era o mercado de programação, a carreira e outros insights do mercado.
Criar um canal foi a maneira mais acessível que Akita encontrou para se comunicar com o mundo atual. O convidado esclarece que os programadores seniores geralmente não possuem a habilidade de comunicar de forma clara seu trabalho para outras pessoas. “Programadores sênior, por exemplo, acham mundano explicar o básico e com isso abrimos espaço para pessoas que se comunicam bem”, defende Akita.
Nos últimos dez anos, as empresas com dinheiro sobrando criaram dentro do front end diversas ramificações. As organizações associavam os programadores a uma ferramenta e não a empresa, evitando assim a perda do profissional. Por conta disso, “as pessoas nunca vão ser especialistas completos, mas apenas estudando os indivíduos já são capazes de resolver 80% dos problemas”, reforça o palestrante.
O executivo conta que é necessário uma pausa. É preciso entender, em algum momento, que não é possível saber tudo, existem coisas que outras áreas compreendem melhor e outros temas que os tecnólogos possuem mais conhecimento.
Um exemplo mencionado é a precificação, na área de vendas. Para definir o preço de um produto é necessário desenhar uma matriz multidimensional que depende de diversos fatores – importação, centros de distribuição e até mesmo tributações.
Para Akita, os profissionais precisam, cada vez mais, aprender a se comunicar de maneira assertiva, pois é possível ser o melhor programador ou o melhor gerente de vendas, sem saber expressar os pormenores do trabalho e o que precisa ser feito. Por conta disso, pode acabar sendo impossível manter uma equipe e até mesmo uma carreira.
LLMs, Lhamas e Alpacas: o zoológico todo
Entrando em mais um dos temas do momento, a inteligência artificial, o programador apresenta uma opinião diferente das tão divulgadas no mercado. Em especial, Akita fala sobre como as pessoas acreditam na geração espontânea das inteligências e na disseminação de que ninguém realmente sabe como elas funcionam.
“Nada brota do chão, as pessoas acreditam que as coisas surgem do nada, mas não é verdade”, explica o palestrante. Os cientistas da computação de hoje em dia sabem exatamente como as inteligências artificiais funcionam, as pessoas que dizem o contrário estão apenas tentando vender cursos e falácias, esclarece Akita.
Porém, Akita não deixa de se aprofundar nas IA mais modernas de hoje, reiterando que: “nenhum ChatGPT ou Lhama, tem inteligência; eles são apenas muito bons em repetir informações que foram usadas para treiná-los”.
De maneira resumida, é importante que os profissionais – tanto de tecnologia quanto de outras áreas – compreendam que a inteligência artificial apenas repete, com alta convicção, o que ela viu com muita frequência (no fundo, no fundo ela não sabe nem fazer uma conta de soma).