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Alimentos e Bebidas tem potencial de sobra para crescer no digital, diz executivo da Nielsen|Ebit

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Apesar das oportunidades, o e-commerce é um canal complexo, que tem muito o que oferecer (e a aprender) ainda. Nos últimos 2 anos, segundo Marcelo Osanai, Head de E-Commerce da e-Nielsen|Ebit, vivemos um outro momento, totalmente diferente do que conhecíamos até o momento. E agora, com a volta do consumidor omnichannel, esse processo é cada vez mais comum. “Consumimos alimentos e bebidas de forma omnichannel há muito tempo, mas sempre há o que aperfeiçoar. Afinal, o consumidor não é único, mas múltiplo, com uma infinidade de desejos”, diz Osanai.

A venda online da categoria de Chocolates cresceu mais de 215% em 2022, contrário aos alimentos frescos, muito provavelmente por conta da volta dos consumidores à compra presencial / Foto: Giuliano Gonçalves

Em sua apresentação no Congresso Grocery&Drinks, do E-Commerce Brasil, o especialista comparou bastante o mercado online e offline entre os anos 2021 e 2022. A partir de 2022, segundo ele, a alta da inflação impactou bastante na dívida familiar, além das muitas incertezas com relação às políticas econômicas. Em 2023, entretanto, houve a retomada de eventos, assim como uma desaceleração da inflação – e o Carnaval presencial, que impactou o consumo de alimentos e bebidas.

No primeiro trimestre deste ano, em relação à situação financeira, 70% sentiu uma piora. Desses, 49% acha que está relacionado ao aumento do custo de vida. “Isso impacta diretamente na realidade dos negócios. Pois mesmo com as lojas abertas, o contexto econômico reflete nos números, inclusive no e-commerce”.

Alimentos e bebidas em 2022

Em 2022, as vendas no e-commerce apresentaram sinais de estabilização, com 1,6% (para Osanai, foi um ano estável, que manteve os níveis de crescimento do ano de 2021, que foi de 29,8%). Em pedidos, o crescimento registrou 7,9%, com uma queda de tíquete médio de 7,5% (também comparado a 2021).

O crescimento dos novos consumidores também foi alto, com 20,1% (2022 vs 2021). As categorias com crescimento nominal incluem alimentos e bebidas, um dos grandes destaques do crescimento o e-commerce em 2022. “Por ser uma categoria de menor tíquete, esse número tende a baixar um pouco”. Alimentos e bebidas cresceu 82% em 2022 em relação a 2021. “Há um crescimento acelerado para essa categoria, o que torna esse canal muito relevante ao varejo”.

Em relação a pedidos, alimentos e bebidas passou de sexta posição para terceira em relevância de pedidos em 2022. “É essa a categoria que está sustentando o número médio do e-commerce”, afirma o executivo, completando que todos os meses esse setor mostra um crescimento do canal online em 2022.

A venda online da categoria de Chocolates cresceu mais de 215%, contrário aos alimentos frescos, provavelmente por conta da volta dos consumidores à compra presencial. “Mesmo o chocolate sendo a maior categoria em vendas, ela é a que mais cresce com a oportunidade da venda online”. Em bebidas, o Whisky é o que mais vende, assim como o de vinhos.

Alimentos e bebidas online vs offline

O segmento de grocery é o mais tradicional, e veio do offline. Por isso, é natural que a comparação do e-commerce seja com o offline. “Isso não é fato, pois na prática os mercados são bem distintos. No offline, por exemplo, barras de cereais vendem 39,72%, enquanto no online esse número sobe para 86,40%”.

Essa mesma dinâmica acontece na Black Friday, onde o canal online é bem mais efetivo, com 13% frente 8,6% do offline. “É o mesmo consumidor, e existem sinergias. Mas temos que ter em mente que é preciso utilizar estratégias diferentes para cada canal”.

Todo o consumo nacional de alimentos no online representa só 0,8% do total. “Isso mostra o tamanho da oportunidade de desenvolvimento que esse segmento ainda tem a crescer”.

Consumo online vs offline e expectativas para 2023

Gin vende 81% no online, enquanto no offline é só 56%, por exemplo. A venda de vodka também é bastante distinta entre os dois ambientes: 7% no online e 34% no offline. Sobre as expectativas para este ano, Osanai é direto: “Não sei dizer o tamanho que será 2023, mas o potencial do grocery para o Brasil é gigantesco. Não sei se será em 2 ou 15 anos que isso será atingido. Na Coreia do Sul, por exemplo, o segmento de beauty era de apenas 15% em 2010. Em 2020, ele já representava 80%. O que eu posso adiantar é que há muitos consumidores que não são atingidos pelo digital neste segmento, assim como diversas oportunidades a serem exploradas”, conclui.