A Amazon pode avançar no futuro próximo sua frente de carros autônomos. A empresa está em conversas adiantadas para adquirir a startup de veículos autônomos Zoox, segundo informou o jornal The Wall Street Journal.
Segundo o jornal americano, um possível negócio da Amazon com a Zoox avaliaria a empresa em um valor abaixo dos US$ 3,2 bilhões atuais, valor de mercado que obteve em 2018.
Após essa última rodada de investimentos, o conselho da Zoox votou pela saída do fundador, Tim Kentley-Klay. O executivo foi substituído na presidência por Aicha Evans, que trabalhou por dez anos na Intel.
Em tempos de crise e capital de risco menos abundante, os veículos autônomos podem se mostrar uma aposta cara e pouco certeira.
Carros robôs
A visão na Zoox é que a empresa era baseada em três investimentos do futuro que exigiam muito capital e pouco retorno de curto prazo: carros autônomos, elétricos e a aposta em um modelo de viagem compartilhada nos moldes da Uber.
Na onda dos carros autônomos que dominou as gigantes de tecnologia sobretudo a partir de 2016, a própria Amazon havia criado uma equipe própria para desenvolver veículos sem motorista. O objetivo, para a varejista, era conseguir “carros robôs” que transportassem suas mercadorias de forma mais barata.
A Amazon também fez parte no ano passado de uma rodada de investimentos de US$ 530 milhões na Aurora Innovation, outra startup de automação. A empresa investiu ainda na Rivian Automotive, uma fabricante de carros elétricos.
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Desafios da Amazon na pandemia
Uma compra da Zoox pode mostrar o desejo da gigante americana em intensificar essa frente. A empresa de Jeff Bezos vem tendo custos crescentes com entregas e logística, sobretudo em meio à alta demanda durante a pandemia do novo coronavírus.
Apesar dos desafios logísticos, a Amazon é uma das poucas empresas vistas como beneficiadas pela pandemia. As vendas subiram 26% no primeiro trimestre, entre janeiro e março, para US$ 75,5 bilhões. Mas o lucro caiu 31%, para US$ 2,5 bilhões, em meio aos maiores custos de operação e as necessidades de investimento para dar conta da demanda por produtos online.
Para o segundo trimestre, a empresa previu queda no lucro operacional e mesmo prejuízo nesta frente, que pode chegar a US$ 1,5 bilhão (ante US$ 3,1 bilhões no segundo trimestre de 2019). A projeção envolve custos de US$ 4 bilhões relativos ao coronavírus.
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