De acordo com estimativas realizadas pela Folha de São Paulo, a Americanas perdeu mais de R$ 220 milhões em vendas até agora, após ataque sofrido na manhã de sábado, 19. Os sites e aplicativos da Americanas, Submarino e Shoptime estão fora do ar e sem previsão de retorno.
Até a manhã desta segunda-feira, 21, a empresa havia se manifestado em comunicado oficial alegando que fazia o possível para reestabelecer a segurança. O site da Shoptime, do grupo Americanas, que até então funcionava, também foi afetado. De acordo com a companhia, o site foi tirado do ar de maneira preventiva.
Os especialistas que realizaram a estimativa usaram como base as vendas da companhia no terceiro trimestre de 2021, dados mais recentes divulgados. A empresa atingiu R$ 9,9 bilhões de volume bruto de mercadorias vendidas pela internet (GMV digital), incluindo produtos próprios e de terceiros.
Sendo assim, a venda média diária calculada nas plataformas do grupo é de R$ 110 milhões.
Fusão
Foi a partir do terceiro trimestre de 2021 que a empresa passou a computar a combinação dos ativos como Americanas S.A., após fusão das Lojas Americanas com a B2W — que até então era dona da Americanas.com, Submarino e Shoptime.
A Americanas é hoje a terceira maior plataforma de e-commerce no Brasil, após Mercado Livre e Magazine Luiza, de acordo com o Goldman Sachs. Um relatório produzido pelo banco no começo de fevereiro mostrou que as vendas digitais da companhia representam hoje 77% do total.
De acordo com o grupo, as vendas físicas não foram afetadas, mas as ações da empresa registraram queda nesta segunda-feira.
Notificação do Procon
Na tarde de hoje, o Procon de São Paulo e o do Rio de Janeiro notificaram a Americanas a prestar esclarecimentos pela queda do site. Entre os esclarecimentos estão: quando o problema foi constatado, qual a previsão para sua regularização, quais providências e procedimentos relativos aos protocolos de segurança foram implementados e quais medidas foram tomadas para mitigar possíveis danos decorrentes do ataque noticiado.
Também foram solicitadas explicações sobre que tipo de transações e operações foram e ainda estão comprometidas; quais os impactos para o consumidor; se o ataque afetou o banco de dados da empresa e que tipo de informações foram afetadas.
O Procon se preocupa ainda com os cancelamentos que o consumidor tem direito de fazer em casos de compra online, solicitações de troca ou regularização de troca dos produtos essenciais. Segundo o órgão, é necessário disponibilizar algum canal alternativo de contato para o consumidor.
Por fim, o órgão determina ainda que a Americanas explique quais medidas de segurança, técnicas e administrativas, foram tomadas para a proteção dos dados dos consumidores — em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados. A empresa tem até amanhã. terça-feira, 22, para prestar os esclarecimentos.
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