Logo E-Commerce Brasil

B2W antecipa investimentos em 2 anos e inaugura mais 3 CDs

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A B2W, companhia que lidera o comércio eletrônico na América Latina, está antecipando em quase dois anos investimentos em logística previstos no plano estratégico divulgado no final do ano passado. Este mês, a empresa inaugura três grandes centros de distribuição no Norte e Nordeste: Belém (PA), Fortaleza (CE) e Salvador (BA). Em dezembro, começa a operar em Brasília a quarta nova central. Está dada a largada na corrida para atrair consumidores nas compras de fim de ano.

A pisada forte no acelerador dos projetos de infraestrutura é reflexo direto da explosão de demanda observada nos meses de isolamento social impostos pela pandemia. No segundo trimestre, com as vendas digitais embaladas pelos novos hábitos do consumidor, a empresa bateu recorde histórico de faturamento, com R$ 6,7 bilhões (alta de 72% em relação ao mesmo período de 2019). No ano passado, a companhia faturou R$ 19 bilhões.

O arranque do segundo trimestre deste ano é um ponto fora curva mesmo quando comparado a períodos de forte aquecimento no comércio, como costuma ser o quarto trimestre.

Controlada pela Lojas Americanas, que detém 62,5% de seu capital, a B2W concentra o comércio eletrônico de Americanas, Submarino e Shoptime. Mas, apesar do gigantismo, sua rede de distribuição, com 17 grandes centros em sete estados, estava muito concentrada nas regiões Sudeste e Sul. Apenas um, em Pernambuco, atendia a região Nordeste e não havia nenhuma unidade no Norte ou no Centro Oeste. Com os quatro novos CDs, a cobertura ficará mais equilibrada.

Nordeste em alta

O consumo no Sudeste continua puxando o volume de vendas, mas foi o Nordeste que registrou, no primeiro semestre do ano, o maior aumento de acessos para compras online: 107% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com dados da consultoria Ebit/Nielsen. A média no Brasil, embora consistente, não chegou à metade disso: crescimento de 47%.

A competição no mercado de vendas online cada vez mais acirrada, com a disputa de pesos pesados, como Amazon, Mercado Livre e outros grandes players pela atração dos consumidores está movimentando o setor de forma nunca vista.

Um dos efeitos colaterais da pandemia de Covid-19 está sendo o extraordinário aumento na velocidade das mudanças projetadas para o online. Já virou lugar comum dizer que nos últimos meses, o Brasil passou por mudanças no universo digital previstas para ocorrer nos próximos cinco ou dez anos. E as empresas especializadas correm também para consolidar liderança de mercado.

“A pandemia acelerou muitos planos dentro da companhia. Estamos antecipando, inclusive, metas de entrega mais rápida. Os novos Centros de Distribuição vão nos permitir entregar produtos aos clientes em 24 horas num raio de 400 quilômetros em torno das unidades. Toda a construção da nossa plataforma logística multimodal teve esse foco. Para criar um diferencial competitivo, ter logística eficiente é fundamental”, disse Raoni Lapagesse, diretor de Relações com Investidores da B2W Digital, ao Estado de S. Paulo.

Centro de distribuição

Por uma questão de estratégia, a empresa não divulga o valor desses investimentos. Cada centro de distribuição terá entre 10 mil e 15 mil m². Com o total de 21 centros em operação até o fim do ano e mais 200 hubs (polos de concentração de mercadorias, uma espécie de mini centro de distribuição), a empresa contará com mais de 800 mil metros quadrados para estocagem e distribuição de mercadorias.

A Black Friday, em novembro, será o primeiro grande teste da nova estrutura da B2W Digital. Ainda em plena pandemia, apesar das inúmeras medidas de flexibilização de posturas em todo o país, há consenso de que evitar ambientes aglomerados é fundamental no combate à Covid-19. E desde que se popularizou no mundo inteiro como um período de queima de estoques, a Black Friday virou também sinônimo de aglomeração.

“Vamos ter um quarto trimestre muito diferente e uma Black Friday, que é hoje o principal evento do varejo, muito mais digital. Estamos nos preparando para isso, inclusive com as Lojas Americanas. Um evento de aglomeração é tudo o que a gente não precisa. Vamos usar o digital a favor da loja para conseguir operar com muita segurança. Será, sem dúvida, uma Black Friday muito forte no online”, garantiu o executivo à publicação.

A principal estratégia é usar o canal digital para venda da loja física, com entrega pela loja mais próxima ou retirada pelo próprio cliente. É o que no jargão do e-commerce se convencionou chamar de O2O (online para offline).

Lapagesse garante que os mais de 5 mil lojistas parceiros da B2W estarão aptos a fazer entregas por este sistema no prazo médio de duas horas. O mesmo esquema será replicado nas vendas de Natal. No segundo trimestre, as vendas O2O da companhia cresceram 127% e somaram quase R$ 1 bilhão. “Agora, nos eventos de fim de ano, este conceito será um grande trunfo”, afirmou o executivo.

Leia também: Mercado Pago, do Mercado Livre, estreia no setor de seguros

Com informações do Broadcast Estadão