De acordo com levantamento realizado pela Ebit/Nielsen, que monitora o comportamento do consumidor em situações extremas — como é o caso da pandemia do coronavírus —, mostra sinais preliminares de preocupação com relação ao abastecimento de emergência, sobretudo de itens relacionados à saúde.
O relatório divulgado pela empresa mostra 6 tópicos observados no comportamento do consumidor em um primeiro momento de análise. São eles:
Dessa forma, é possível observar que o consumidor tem uma escala de preferências nessa situação, que passa pela procura de itens relacionados à saúde e bem-estar, até o momento da compra massiva pelo armazenamento de outros produtos.
Devido à necessidade de isolamento social, percebe-se também um consequente aumento das compras realizadas no ambiente digital, buscando reduzir a presença em lojas físicas.
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Impacto maior em São Paulo e no Rio de Janeiro
O relatório mostra ainda que a diferença no padrão de consumo em diferentes regiões se dá pelo estágio do vírus em cada estado. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, o isolamento social já é uma realidade (estágio 4) devido o aumento massivo no número de casos.
Outro dado relevante é com relação ao aumento de determinados produtos ou setores durante o período de 02 de fevereiro a 08 de março de 2020 em comparação ao mesmo período do ano passado. Pelo gráfico abaixo, é possível ver que houve impacto significativo após os primeiros casos de coronavírus serem diagnosticados no Brasil.
Sendo assim, as categorias que mais apresentaram crescimento foram: antisséptico para mãos, softwares, filtros de ar e álcool.
Comparação com demais países afetados
Como na China o coronavírus já havia feito vítimas em 2002 (com a variação denominada SARS), nos anos seguintes aos casos, houve registro de aumento de itens para higiene pessoal e antissépticos. Além disso, foram registradas mais compras de produtos saudáveis, como leite, sucos e iogurte.
Já na Itália, que registra atualmente um dos piores cenários diante da pandemia de coronavírus os hábitos de consumo mostram uma ação preventiva.
Houve aumento de itens farmacêuticos e de higiene pessoal, mas, sobretudo, percebe-se um movimento pela formação de estoque de determinados produtos de longa duração em casa, como é o caso do arroz, macarrão e enlatados. Tal comportamento é explicado pela necessidade de se manter em isolamento social forçado e pelo medo da população pela permanência de um estado pandêmico.
Nos Estados Unidos, mesmo que em menor escala, observa-se também uma preocupação em estocar alimentos não perecíveis ou de maior validade, além de itens de higiene pessoal e prevenção à doença.
Coronavírus na América Latina
Nos países da América Latina, mesmo nos quais ainda não haviam casos confirmados até 01 de março, registrou-se um aumento de compras em produtos de cuidados pessoais, limpeza doméstica, farmacêuticos e alimentos.
Previsões do Ebit/Nielsen para as próximas semanas
De acordo com o relatório, o novo hábito de estocar comida pode adiar as compras no Brasil, gerando um aumento significativo de compras em um primeiro momento e então um período de afastamento do consumidor.
A permanência das pessoas em casa, no entanto, faz com que o consumo doméstico aumente consideravelmente, fazendo com que a categoria alimentos tenha uma expansão sustentável durante o período.
Com o período de crise, crescerá também a conscientização do consumidor com relação aos hábitos de saúde, saneamento e nutrição. Sendo assim, existe uma oportunidade para as marcas desses segmentos fortalecerem sua presença à longo prazo.
A permanência no ambiente doméstico também fortalece a relevância do varejo digital em seu cotidiano. Para o Ebit/Nielsen, é um período de entendimento das novas demandas e comportamentos de consumo. Além disso, é uma oportunidade para repensar as estratégias e nas cadeias de suprimento e logística para momentos de crise.
Por fim, é um momento de fortalecer a presença nas mídias, sejam tradicionais ou digitais. Em reclusão, as pessoas vão voltar a explorar e ser impactadas pela televisão, rádio, mídias impressas.
Enquanto isso, o uso massivo de redes sociais funciona como um termômetro para acompanhar notícias, declarações oficiais e os comportamentos do consumidor durante o período. O relatório sugere que é o momento propício para reforçar a comunicação e presença da marca com o consumidor.
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Por Júlia Rondinelli, da redação E-Commerce Brasil.