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Digitalização B2B e o novo funil de vendas: como a Würth redesenha sua estratégia

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

Quando uma distribuidora de produtos de construção civil decide cruzar a linha do offline para montar seu balcão digital, a transformação vai muito além da abertura de um site. No modelo B2B, o desafio é redesenhar o funil de vendas para atender um comprador que pesquisa e fecha pedidos fora do horário comercial, sem depender apenas da força de vendas.

(Imagem: Würth/Divulgação)

Alexandre Brunchport, head de multicanais Latam da Würth Group, explica que essa transição exige tanto tecnologia quanto mudança cultural. Embora a empresa conte com mais de 1.200 vendedores externos e 150 internos contratados em regime CLT, ele reconhece que muitos ainda veem a digitalização como ameaça. “O vendedor acredita que ser a única ponte de contato com o cliente preserva sua sobrevivência. Mas o diferencial competitivo continuará sendo o relacionamento, o aperto de mão, a confiança”, afirma.

Para Brunchport, o primeiro passo é “evangelizar” a equipe comercial, mostrando que o digital não substitui, mas amplia sua capacidade de presença. Com clientes cada vez mais conectados, a disponibilidade 24/7 torna-se essencial para não perder vendas para a concorrência. Dados de navegação e histórico de compras permitem, por exemplo, que os vendedores entendam melhor as necessidades dos clientes, expandam suas carteiras e aumentem a participação dentro de cada conta.

IA como aliada da produtividade

O executivo avalia que a aplicação da inteligência artificial no B2B não tem uma resposta única: depende da base de dados de cada empresa. No caso da Würth, que atende mais de 200 mil clientes ativos com um portfólio de 6 mil SKUs, a IA pode apoiar tanto o cliente quanto o vendedor, indicando produtos para usos específicos e sugerindo ofertas de cross e up-selling. “É uma alavanca poderosa para aumentar produtividade e satisfação, pela economia de tempo e pela qualidade do atendimento”, explica.

WhatsApp como prioridade

Olhando para os próximos anos, Brunchport vê no WhatsApp com IA a combinação mais promissora para operações B2B. Ele destaca que, enquanto campanhas de e-mail registram em média 20% de abertura, iniciativas no WhatsApp chegam a 55% de resposta dos clientes. O desafio está no custo dos disparos, mas estratégias criativas podem estimular o cliente a iniciar a conversa com a empresa. A partir daí, a integração entre dados, IA e vendedores humanos permite entregar hiperpersonalização e eficiência no atendimento.

O futuro do funil B2B

Na visão de Brunchport, a digitalização precisa ser vista como aliada do vendedor e do cliente, não como ameaça. “Não podemos depender apenas da força de vendas, mas também não podemos ignorá-los. Eles precisam ser promotores da digitalização”, afirma. O equilíbrio entre presença física e digital, somado a ferramentas de IA e canais como o WhatsApp, definirá o novo funil de vendas B2B nos próximos anos.


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