O mercado de moda brasileiro passa por transformações que combinam a ascensão da economia circular, a força das redes sociais e a busca por conveniência no digital. Durante o Latam Retail Show, Karoline Dilho, Head de Insights para Varejo e Bens de Consumo da Globo, apresentou a pesquisa “Do Brechó ao App: Onde Mora o Estilo do Brasileiro?”, que revela como o consumidor se inspira, decide e compra roupas no país.

Onde nasce a inspiração e como se dá a compra
As redes sociais exercem papel central na descoberta de tendências. O Instagram, por exemplo, é usado por 54% dos entrevistados como principal fonte de inspiração para looks. Mesmo em um cenário eclético, marcas como Nike e Adidas aparecem entre as favoritas.
O estudo ainda mostrou que 18% dos brasileiros compram roupas ao menos uma vez por mês. A maior parte ainda prefere a experiência presencial, pela possibilidade de contato sensorial e tátil com as peças. Já o e-commerce cresce por oferecer conveniência: permite comprar de qualquer lugar, encontrar maior variedade de tamanhos, comparar preços e acessar avaliações.
Nesse contexto, o provador virtual surge como uma tecnologia promissora. Embora ainda pouco difundido, é bem aceito por consumidores que já experimentaram o recurso, por facilitar a escolha de modelos e tamanhos.
O avanço da moda de segunda mão
A pesquisa destacou também a força do mercado de revenda. Segundo a WGSN, até 2025 as vendas de roupas de segunda mão devem responder por 10% do mercado global de vestuário. No Brasil, a geração Z é a principal responsável por esse movimento: em 2024, cerca de 40% desse público comprou em brechós ou canais de revenda.
O preço mais acessível de peças de qualidade ou de marca aparece como grande atrativo, somado ao apelo sustentável e ao incentivo a pequenos negócios. Apesar disso, parte dos consumidores relata dificuldades em encontrar opções que combinem com o próprio estilo ou com a numeração desejada, além de manter a preferência por itens novos.
A preocupação com o consumo consciente também se destacou. Para 58% dos entrevistados, roupas atemporais são mais sustentáveis do que itens de moda rápida. O dado reforça a busca por alternativas que unam propósito, conveniência e diversidade de escolhas.