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E-commerce ganha mais espaço com brasileiros em compras do dia-a-dia, aponta NielsenIQ

Por: Lucas Kina

Jornalista e repórter do E-Commerce Brasil

Dados da pesquisa FullView, elaborada pela NielsenIQ GfK, mostram que a previsão para o varejo brasileiro, em termos de consumo, é de crescer 2,2% neste ano. Apesar de menor em relação a 2023 (2,6%), a interpretação da empresa é de que uma estabilidade foi alcançada, dada retrospectos negativos da última década.

No faturamento, apesar de uma diminuição no consumo, como visto acima, a expectativa é de uma alta de 9,2% em 2024. A explicação é que o ticket médio das compras teve um salto, contrastando também com a perda de poder de compra do brasileiro, mas com taxa de desemprego menor e renda média maior.

“O mercado brasileiro sempre foi complexo. Contudo, no momento em que vivemos, temos um consumidor mais imprevisível e cada vez menos linear em sua jornada. São muitas mudanças desde o estabelecimento do Plano Real há 30 anos e nosso desafio atual é entender vários consumidores em um”, explicou Alfredo Costa, diretor geral da NielsenIQ.

Principais insights da NielsenIQ

O país do e-commerce

Entre as novidades vistas no último levantamento, o executivo reforçou como o e-commerce se tornou uma importante na categoria de consumo massivo. Com destaque para Alimentos & Bebidas, o online neste quesito aumentou 4,9%, além de ocupar 12,5% da distribuição total no setor.

“Antes considerado como opção pelas promoções que oferecia, o e-commerce, hoje, é utilizado como meio principal de abastecimento de produtos em muitos casos. É uma atualização importante e que representa sua consolidação no Brasil, mas ainda com muito espaço para crescer”, comentou o especialista.

Entre os outros segmentos incluídos na lista de intenção de compra do usuário no varejo online, estão, nesta ordem:

8 ou 80

A busca pelo melhor produto também ganhou ainda mais força no pós-pandemia, com o entendimento da importância do autocuidado. O consumo de ‘produtos de indulgência’, como chama o levantamento, faz com que um comportamento interessante surja:

  • O consumidor opta por itens melhores dos segmentos de autocuidado e doces/mercearia;
  • Estabelece um senso de necessidade maior para estes, se dispondo também a gastar mais;
  • A partir disso, ele passa a enquadrar certas categorias como "menos essenciais" em sua cesta (produtos de limpeza, por exemplo), optando por marcas mais baratas.

Essas trocas, chamadas pela pesquisa como “trade-up” e “trade down”, trazem um destaque – que pode chegar a igualdade – entre produtos mais caros (50%) e produtos mais baratos (50%) na cesta do consumidor. Assim, uma consequência disso são as marcas intermediárias perdendo espaço a depender de qual categoria atuam.

Mídias sociais, viral, sustentabilidade

Parte importante também na mudança do consumidor, a análise também fala na opção das marcas por estratégias de viralizar em nichos específicos. O uso de ferramentas do Marketing e mídias sociais, por exemplo, ganham espaço dentro das empresas em segmentos diversos para criar demanda por itens específicos e gerar engajamento com o público.

Aliado a isso, o comportamento do consumidor também está muito conectado à mudança climática, algo já pautado pela Geração Z. O estudo mostra como isso está ligado ao consumo consciente nos dias de hoje e a preocupação no Brasil com o impacto do próprio hábito em termos de sustentabilidade.

Segundo a NielsenIQ, 46% dos brasileiros afirmam que estão mudando hábitos de consumo por influência do meio ambiente. Apesar de não existir forma de tangibilizar a verdade neste argumento, é fato que, no mínimo, existe intenção do Brasil em constituir o consumo sustentável como fator.

Outros pontos

Como dica, o estudo afirma que a diversificação dos canais, no caso das marcas, se mostra essencial para ser escolhido pelo consumidor atualmente.

Prova disso é a mudança do atacarejo (Cash&Carry) nos últimos anos, que possui a contrapartida do menor preço, mas que também busca promover mais experiência.