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Indústria de brinquedos pode ter alta de até 5% no 2º semestre, mostra entidade

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

O setor de brinquedos no Brasil entra no segundo semestre — período mais relevante para as vendas, marcado pelo Dia das Crianças e o Natal — com perspectivas positivas. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ), o crescimento esperado em 2025 deve variar entre 3,5% e 5%, movimentando mais de R$ 11 bilhões.

Fila de brinquedos sendo fabricados em uma esteira
(Imagem: Reprodução/TV TEM)

Produção e perfil de consumo

O Brasil está entre os cinco maiores mercados globais de brinquedos e mantém uma indústria ativa, que emprega mais de 44 mil trabalhadores diretos e indiretos. Todos os anos, entre 1.300 e 1.700 novos produtos chegam ao mercado, abrangendo categorias como veículos, blocos de montar, bonecas, pelúcia, fantasias e jogos.

Uma pesquisa da ABRINQ mostra que cada criança brasileira recebe, em média, 11 brinquedos por ano. Produtos na faixa de R$ 50 representam 55% das unidades vendidas, enquanto o ticket médio em datas comemorativas varia entre R$ 150 e R$ 250 por criança, especialmente nas classes B e C.

Tendências e inovações

O setor também se diversifica com o crescimento de colecionáveis e “kidults”, cujo consumo avançou 51% desde 2021. Além disso, 43 tipos de brinquedos adaptados reforçam o compromisso com inclusão, enquanto cerca de 400 fábricas brasileiras investem em tecnologia e brinquedos educativos voltados ao desenvolvimento cognitivo e emocional.

Outro destaque é o avanço dos brinquedos licenciados, que já respondem por cerca de 50% das vendas em algumas redes, impulsionados por parcerias com filmes, séries e games. A sustentabilidade também ganha força, com iniciativas de reciclagem de plásticos e maior foco em produtos digitais e integrados ao universo gamer.

Apesar do bom desempenho, o setor enfrenta entraves como a alta carga tributária, o contrabando e pirataria, além da necessidade de adaptação ao consumidor nativo digital. Ainda assim, a expectativa é de crescimento acumulado de 8% até 2027, com destaque para o e-commerce, que já responde por 20% das vendas.

Mercado em expansão

Enquanto os Estados Unidos registraram estabilidade no início de 2025, o Brasil apresentou alta de 5% nas vendas no primeiro trimestre, puxada por subcategorias como veículos e blocos de montar. No México, o avanço foi de 2%.

A demanda dos kidults também tem impulsionado o setor, com jogos, quebra-cabeças e produtos em alta nas redes sociais, especialmente no TikTok. Um exemplo é a fabricante Estrela, que recentemente entrou na seção de lojas oficiais da Shopee, marketplace que viu suas vendas de brinquedos crescerem mais de 60% em 2024.